Fórum de Discussão: o retorno a uma utopia realizável - a Universidade do Minho como projecto aberto, participado, ao serviço do engrandecimento dos seus agentes e do desenvolvimento da sua região

quinta-feira, novembro 01, 2007

Manifestando-me

Se o questionassem sobre a necessidade do lançamento, no quadro da revisão estatutária que está em vias de ser desencadeada na UMinho, de uma reflexão sobre os canais/estruturas existentes de interacção com o meio e de prestação de serviços à comunidade, e respectiva eficácia, que diria?
Eu responderia: é algo que, a fazer-se, só peca por tardio e que seria válido em qualquer contexto estatutário. Na verdade, uma Universidade cujos dirigentes, no discurso público quotidiano, defendem uma mais estreita conjugação de esforços em matéria de produção de conhecimento e da sua potenciação económica entre a Instituição e as empresas e outras organizações sociais e políticas sedeadas no território envolvente, e não só, não pode manter canais de comunicação com esses agentes externos tão opacos como se oferecem os que mantém. E não pode, bem assim, alimentar sistemas internos de validação dos projectos de extensão universitária tão burocráticos e tão pouco lubrificados. Muitas vezes, a tramitação burocrática é de tal modo pesada e os “timings” de aprovação tão longos que desincentivam essa interacção, quando não a inviabilizam.
Situações ainda recentes de confiscação de receitas próprias das Escolas e Departamentos por parte da reitoria vão também no mesmo sentido de questionar o dito discurso da cúpula dirigente e, logo, de desincentivar posturas mais empreeendedoras dos investigadores e suas estruturas de enquadramento a nível de captação de receitas associadas ao desenvolvimento de projectos com valia social mais imediata e à prestação de serviços à comunidade, de um modo geral.
Repito a pergunta: concorda com a necessidade do lançamento de uma reflexão sobre os canais/estruturas existentes de interacção com o meio e de prestação de serviços à comunidade, e respectiva eficácia? (Adicionalmente, considera ou não essencial, também nesse domínio, a existência de regras enquadradoras internas estáveis e transparentes?)
J. Cadima Ribeiro

1 comentário:

Anónimo disse...

É um ponto crucial! Só assim a universidade evita a dispersão dos seus melhores investigadores. Estão em causa argumentos de eficiência... e de justiça.