Há já alguns meses que se anda a preparar a estrutura institucional do futuro Instituto de Educação (que deveria emergir como nova estrutura a partir dos recursos humanos e físicos dos actuais IEC e IEP). Ainda que exista uma nomeação reitoral de três pessoas para a realização de tal tarefa (vice-reitor Leandro de Almeida e Presidentes dos dois actuais Institutos de Educação), o que de facto tem vindo a ocorrer é a coordenação deste processo estar a ser conduzido sobretudo pelos referidos Presidentes. A informação que se segue diz respeito ao processo de fusão no que respeita aos docentes, dado que nada se sabe quanto ao processo relativo aos funcionários não docentes. Sendo matéria que respeita a um sector da Universidade, entende-se que não deve ser do desconhecimento dos restantes membros da academia, até pela informação e ensinamentos que daí se possam retirar para outros processos de reestruturação que venham a ocorrer.
Uma das primeiras novidades é que, apesar da autonomização da futura Escola de Psicologia, Leandro de Almeida, catedrático de Psicologia da Educação, escolheu permanecer na futura estrutura educacional, juntamente com alguns colegas da mesma área.
Outra das novidades é a criação de um ‘grupo informal’ (coordenado pelos referidos Presidentes) se ter proposto ir avançando na delineação dessa futura estrutura, pretendendo apresentar à Assembleia Estatutária do futuro Instituto de Educação (IE) algum trabalho que possa contribuir para a criação formal dessa estrutura.
O trabalho desenvolvido por parte desse grupo (composto sobretudo por representantes de centros de investigação, directores de departamento, além dos presidentes) merecerá ser objecto de reflexão por parte de toda a academia.
Defendendo politicamente uma dinâmica de ‘construção em aberto’, o referido grupo tem vindo, oficialmente, a reunir em torno da ideia base de articular pessoas das duas escolas em áreas de interesse comum. Se esta ideia se sugere sensata face ao contexto em questão, convém no entanto que se saiba com que tipo de metodologia esse objectivo tem sido prosseguido.
Assim, num primeiro momento, foi solicitado, via correio electrónico, que os docentes das duas actuais escolas informassem os respectivos presidentes sobre em que escola se reviam no futuro. Desta situação resultou a intenção de ficar no futuro IE de três ou quatro docentes de Psicologia da Educação, tal como exposto acima. Uma colega do IEC, pelo menos, transitou para a futura Escola de Psicologia; do IEP não transitou ninguém para esta futura Escola, ainda que houvesse pedidos nesse sentido. A justificação fornecida foi de âmbito formal e não de carácter científico (o que questiona o objectivo enunciado de gerir essas inserções de pessoal a partir do conceito de ’áreas de interesse comum’). Como se pode ver nesta descrição, começa aqui a haver algum enviesamento da dimensão informal deste grupo, dado serem dado como inequívocas estas deslocações entre duas escolas actuais (IEC-IEP) e duas escolas futuras (IE-EPsic), diferentes entre si.
Esta dimensão ambígua de informalidade/decisão institucionalizada por parte do referido grupo de trabalho tem assumido especial acutilância nas práticas efectivas, quer por parte de alguns dos membros do grupo (todos possuindo responsabilidades institucionais no contexto actual), quer do grupo, enquanto tal.
Pareceu inquestionável para este grupo de trabalho (que vêm reunindo muitas vezes) que a existência de departamentos com denominações similares nos dois Institutos de Educação estabelecia o princípio de fusão dos departamentos em questão. Se tal parece inofensivo, é capaz de não o ser tanto se não se esquecer que os departamentos são constituídos por pessoas com trajectos de investigação e de docência muito diferentes, que deveriam ter sido ouvidos sobre os seus interesses; questiona-se ainda se este processo não deveria ter em conta o curriculum efectivo das pessoas face à(s)área(s) de conhecimento que os futuros departamentos pretendem cobrir no futuro.
De qualquer modo, esta fase do trabalho do grupo parece não ter causado grandes problemas ou, pelo menos, os colegas por ela afectados não têm manifestado publicamente, nem formalmente (pelo que se sabe), especial desagrado.
A situação é porém bastante diferente nalguns departamentos que se recusam a ser fundidos por considerarem que não possuem ‘áreas de interesse comum’. Curiosamente, no que respeita a estes departamentos, o grupo informal (ou, pelo menos, a maioria dos seus membros) parece ter esquecido esse critério e tem vindo a exercer pressão institucional para que a fusão se verifique, alegando que não é razoável, face ao RJIES, a existência de departamentos pequenos. No entanto, tal não parece constituir problema quanto ao (provável/certo) futuro departamento liderado pelo vice-reitor já mencionado. Ainda no que respeita a este departamento, não surge como clarividente a fusão de alguns elementos da psicologia da educação com a educação especial; nem toda a gente entende porque a psicologia de educação não é uma área de interesse comum com a expressão artística, por exemplo, ou esta com a educação especial, ou qualquer uma delas com a pedagogia.
No que respeita aos departamentos que nenhum departamento já existente pretende integrar, a justificação fornecida (informalmente, claro está, já que o grupo é informal) é por vezes caricata: como o trabalho desenvolvido pelo departamento é facilmente identificado com a área científica de outros departamentos, então ele não deve ser integrado. É claro que muitas vezes o que se descobre por detrás destes pretextos argumentativos (e às vezes explicitamente) é a má vontade em ter que no futuro trabalhar com colegas que são personas non gratas para alguns dos membros do grupo informal.
O facto dos critérios de fusão (muito vezes entendida como ‘integração’) entre departamentos não serem sempre os mesmos tem vindo a criar um clima de desânimo e de desalento assinaláveis e manifestados publicamente no Seminário organizado pelo referido grupo informal no passado dia 5 de Novembro.
No final desta pequena, e sucinta reflexão, não pode deixar-se de lembrar que o ECDU ainda existe e que deve ser tido em conta neste movimento de reestruturação (mais do que de criação) institucional. Os critérios de distribuição de pessoas dentro da instituição não podem basear-se em objectivos pouco definidos e adaptáveis aos interesses dos grupos com mais poder institucional dentro das actuais escolas de Educação e (coincidência?) da Universidade do Minho.
J. Cadima Ribeiro
Uma das primeiras novidades é que, apesar da autonomização da futura Escola de Psicologia, Leandro de Almeida, catedrático de Psicologia da Educação, escolheu permanecer na futura estrutura educacional, juntamente com alguns colegas da mesma área.
Outra das novidades é a criação de um ‘grupo informal’ (coordenado pelos referidos Presidentes) se ter proposto ir avançando na delineação dessa futura estrutura, pretendendo apresentar à Assembleia Estatutária do futuro Instituto de Educação (IE) algum trabalho que possa contribuir para a criação formal dessa estrutura.
O trabalho desenvolvido por parte desse grupo (composto sobretudo por representantes de centros de investigação, directores de departamento, além dos presidentes) merecerá ser objecto de reflexão por parte de toda a academia.
Defendendo politicamente uma dinâmica de ‘construção em aberto’, o referido grupo tem vindo, oficialmente, a reunir em torno da ideia base de articular pessoas das duas escolas em áreas de interesse comum. Se esta ideia se sugere sensata face ao contexto em questão, convém no entanto que se saiba com que tipo de metodologia esse objectivo tem sido prosseguido.
Assim, num primeiro momento, foi solicitado, via correio electrónico, que os docentes das duas actuais escolas informassem os respectivos presidentes sobre em que escola se reviam no futuro. Desta situação resultou a intenção de ficar no futuro IE de três ou quatro docentes de Psicologia da Educação, tal como exposto acima. Uma colega do IEC, pelo menos, transitou para a futura Escola de Psicologia; do IEP não transitou ninguém para esta futura Escola, ainda que houvesse pedidos nesse sentido. A justificação fornecida foi de âmbito formal e não de carácter científico (o que questiona o objectivo enunciado de gerir essas inserções de pessoal a partir do conceito de ’áreas de interesse comum’). Como se pode ver nesta descrição, começa aqui a haver algum enviesamento da dimensão informal deste grupo, dado serem dado como inequívocas estas deslocações entre duas escolas actuais (IEC-IEP) e duas escolas futuras (IE-EPsic), diferentes entre si.
Esta dimensão ambígua de informalidade/decisão institucionalizada por parte do referido grupo de trabalho tem assumido especial acutilância nas práticas efectivas, quer por parte de alguns dos membros do grupo (todos possuindo responsabilidades institucionais no contexto actual), quer do grupo, enquanto tal.
Pareceu inquestionável para este grupo de trabalho (que vêm reunindo muitas vezes) que a existência de departamentos com denominações similares nos dois Institutos de Educação estabelecia o princípio de fusão dos departamentos em questão. Se tal parece inofensivo, é capaz de não o ser tanto se não se esquecer que os departamentos são constituídos por pessoas com trajectos de investigação e de docência muito diferentes, que deveriam ter sido ouvidos sobre os seus interesses; questiona-se ainda se este processo não deveria ter em conta o curriculum efectivo das pessoas face à(s)área(s) de conhecimento que os futuros departamentos pretendem cobrir no futuro.
De qualquer modo, esta fase do trabalho do grupo parece não ter causado grandes problemas ou, pelo menos, os colegas por ela afectados não têm manifestado publicamente, nem formalmente (pelo que se sabe), especial desagrado.
A situação é porém bastante diferente nalguns departamentos que se recusam a ser fundidos por considerarem que não possuem ‘áreas de interesse comum’. Curiosamente, no que respeita a estes departamentos, o grupo informal (ou, pelo menos, a maioria dos seus membros) parece ter esquecido esse critério e tem vindo a exercer pressão institucional para que a fusão se verifique, alegando que não é razoável, face ao RJIES, a existência de departamentos pequenos. No entanto, tal não parece constituir problema quanto ao (provável/certo) futuro departamento liderado pelo vice-reitor já mencionado. Ainda no que respeita a este departamento, não surge como clarividente a fusão de alguns elementos da psicologia da educação com a educação especial; nem toda a gente entende porque a psicologia de educação não é uma área de interesse comum com a expressão artística, por exemplo, ou esta com a educação especial, ou qualquer uma delas com a pedagogia.
No que respeita aos departamentos que nenhum departamento já existente pretende integrar, a justificação fornecida (informalmente, claro está, já que o grupo é informal) é por vezes caricata: como o trabalho desenvolvido pelo departamento é facilmente identificado com a área científica de outros departamentos, então ele não deve ser integrado. É claro que muitas vezes o que se descobre por detrás destes pretextos argumentativos (e às vezes explicitamente) é a má vontade em ter que no futuro trabalhar com colegas que são personas non gratas para alguns dos membros do grupo informal.
O facto dos critérios de fusão (muito vezes entendida como ‘integração’) entre departamentos não serem sempre os mesmos tem vindo a criar um clima de desânimo e de desalento assinaláveis e manifestados publicamente no Seminário organizado pelo referido grupo informal no passado dia 5 de Novembro.
No final desta pequena, e sucinta reflexão, não pode deixar-se de lembrar que o ECDU ainda existe e que deve ser tido em conta neste movimento de reestruturação (mais do que de criação) institucional. Os critérios de distribuição de pessoas dentro da instituição não podem basear-se em objectivos pouco definidos e adaptáveis aos interesses dos grupos com mais poder institucional dentro das actuais escolas de Educação e (coincidência?) da Universidade do Minho.
J. Cadima Ribeiro
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