Fórum de Discussão: o retorno a uma utopia realizável - a Universidade do Minho como projecto aberto, participado, ao serviço do engrandecimento dos seus agentes e do desenvolvimento da sua região

sexta-feira, agosto 31, 2007

“Urbanization, Productivity and Innovation: Evidence from Investment in Higher Education”

“During the past fifteen years, Swedish government policy has decentralized post-secondary education throughout the country. We investigate the economic effects of this decentralization policy on the level of productivity and innovation and their spatial distribution in the Swedish economy. We analyze productivity, measured as output per worker at the level of the locality, for 284 Swedish communities during a 14 year period, and innovation, measured by commercial patents awarded in 100 Swedish labor market areas during an 8 year period. These economic outcomes, together with data documenting the decentralization of university- based researchers, permit us to estimate the effects of exogenous changes in educational policy upon increases in productivity and the locus of innovative activity. We find important and significant effects of this policy upon economic output and the locus of knowledge production, suggesting that the decentralization has affected regional development through local innovation and increased creativity. Moreover, our evidence suggests that aggregate productivity was increased by the deliberate policy of decentralization.”

Roland Andersson (Royal Institute of Technology, Sweden)
John Quigley (University of California, Berkeley)
Mats Wilhelmsson (Royal Institute of Technology, Sweden)
Date: 2006-07-13
URL: http://d.repec.org/n?u=RePEc:cdl:bphupl:1068&r=edu

(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)

quarta-feira, agosto 29, 2007

Uma peça de arquitectura mercantil

"Vital Moreira defende hoje na sua coluna no Público que o novo regime de crédito para estudantes do ensino superior é parte do processo de democratização do acesso à universidade. Não vejo como. Na ausência de novas iniciativas na área da depauperada acção social escolar e num contexto de desinvestimento público no ensino superior, vejo-a mais como uma peça da arquitectura mercantil que o governo vai construindo."
João Rodrigues
(extracto de mensagem, datada de 28 de Agosto de 2007 e intitulada "Democratizar o quê?", disponivel em Ladrões de Bicicletas)

segunda-feira, agosto 27, 2007

Acta para memória futura

"[...]
O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): — Sr. Presidente, peço a palavra.
O Sr. Presidente: — Para que efeito, Sr. Deputado?
O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): — É para uma interpelação à Mesa, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente: — Então, qual é o ponto da condução dos trabalhos a que V. Ex.ª quer referir-se?
O Sr. Agostinho Branquinho (PSD): — Sr. Presidente, como teve ocasião de verificar, no pedido de esclarecimento que formulei, coloquei ao Sr. Ministro apenas uma singela questão, uma única.
O Luiz Fagundes Duarte (PS): — Era tão singela, tão singela que não obteve resposta!
O Orador: — Portanto, gostava perguntar a V. Ex.ª, Sr. Presidente, o que é que o PSD tem de fazer para que o Sr. Ministro possa responder a uma questão tão simples como é a do calendário. É só isto.
Queremos saber, através de V. Ex.ª, o que é que podemos fazer para que o Sr. Ministro responda à simples questão de se aceita ou não o calendário que propusemos.
O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): — Muito bem!
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, agradeço-lhe, mas a sua questão não foi um ponto sobre a condução dos trabalhos, foi um ponto sobre a condução da resposta do Sr. Ministro.
Risos.
Assim, tenho de dar a palavra, para explicações.
O Sr. Ministro dos Assuntos Parlamentares: — Sr. Presidente, é para lembrar ao Sr. Deputado Agostinho Branquinho — reinvesti-lo, se me permite, de todos os poderes que lhe assistem como Deputado — que quem definirá o calendário de aprovação desta proposta de lei será a Assembleia da República.
Aplausos do PS.
A Srª Manuela de Melo (PS): — Claro!
O Sr. Presidente: — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado Fernando Rosas.
O Sr. Fernando Rosas (BE): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, a proposta de lei que hoje traz à nossa consideração é, nalgumas das suas disposições nucleares, um gesto desgraçado e prepotente que, sob um linguajar modernaço, constitui um dos mais graves ataques à integridade das universidades portuguesas como projecto cultural e científico, contra a sua autonomia, contra a democracia interna da sua gestão, que o Governo, ainda por cima, procura impor a este Parlamento e ao País pela força da sua maioria absoluta.
Sr. Ministro, contra este projecto tem a Universidade de Coimbra; contra este projecto tem a Universidade de Lisboa; contra este projecto tem a Universidade Técnica de Lisboa; contra este projecto tem a Universidade Nova de Lisboa, a Universidade de Aveiro, a Universidade do Porto e praticamente a totalidade das associações de estudantes. Contra este projecto tem todos os sindicatos do ensino superior, tem os trabalhadores não docentes da universidade. O Sr. Ministro tem o conjunto das forças vivas da universidade contra os aspectos mais gravosos deste projecto.
Assim, pergunto, Sr. Ministro, se V. Ex.ª se tornou politicamente surdo. É que toda a universidade está à espera que lhe seja dito se o senhor tenciona abordar esta questão pela via da negociação ou pela força e o senhor vem aqui comunicar-nos que é pela força!
A Sr.ª Manuela de Melo (PS): — Ai foi?!
O Orador: — O senhor vem aqui comunicar-nos que não há negociação a não ser no calendário que a maioria se prepara para impor, através de audições atrabiliárias, sem ouvir verdadeiramente os interessados e de uma forma contra a qual já se levantaram milhares de cidadãos em petições assinadas e entregues nesta Assembleia da República.
Pergunto-lhe, Sr. Ministro, se é assim que V. Exª tenciona reformar as universidades, pela força bruta de uma maioria que se impõe, não pela razão mas pela desrazoabilidade da coacção que a maioria dos votos implica neste caso concreto, que, ainda por cima, não corresponde a nenhuma espécie de compromisso eleitoral do Governo.
[...]"
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(extracto do Diário da Assembleia da Républica de 29 de Junho de 2007, I Série, Nº 100: reunião plenária de 28 de Junho de 2007 - ordem do dia)
*
[cortesia da Nuno Silva]

sábado, agosto 25, 2007

Por falar em revista de imprensa e revista de outras coisas

- Diário Económico

Universidade: que reforma?

"Muitas das linhas da reforma da universidade aprovada vão no bom sentido, erradicando a gestão pseudo-democrática, de carácter corporativo, que vigora desde 1988."
(José Pedro Sucena Paiva)
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/opinion/columnistas/pt/desarrollo/10281
*

- Portal do Governo
[http://www.portugal.gov.pt]:
"Decreto-Lei que visa criar um sistema específico de empréstimos a estudantes e bolseiros do ensino superior, [...]"
Comunicado do Conselho de Ministros de 23 de Agosto de 2007
*

- Portal do Governo
[http://www.portugal.gov.pt]:

Governo cria Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior

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(cortesia de Nuno Silva)


A revista de blogues possível

Tardia embora, por culpa deste tempo que alguns pretendem ser de férias e que outros fazem de recuperação de trabalho que ficou por fazer, só nesta altura estou a dar conta do que vai pelos "blogues" vizinhos, que dão sinal de animação, diga-se. Nalguns casos, anunciam-se notícias dos jornais sobre leis que são promulgadas e/ou entraram em vigor, como é o caso de Polikê ? ("Só falta uma brisazinha para o arranque [*]") e do Que Universidade ? ("Revista de imprensa"). Noutros [Bloco de Notas ( "Férias?)], alimentam-se debates sobre a implementação, aí ao virar da esquina, do RJIES.
Mais ou menos indigestas, são leituras que importa ir fazendo. Pela minha parte, procurarei cumprir, mesmo que também me apeteça, de vez em quando, desligar do mundo, que vai triste e perigoso, como é bem sabido.
Amanhã, haveremos de ter um dia melhor!

J. Cadima Ribeiro



quinta-feira, agosto 23, 2007

Universidade e desenvolvimento regional

Quer tomemos como ponto de partida a abordagem funcionalista quer a territorialista, instituições como a Universidade podem ser importantes instrumentos de desenvolvimento, se bem que o sejam mais quando a estratégia tenha uma matriz informadora endógena.
No primeiro caso, a Universidade será assimilável a investimento externo, eventualmente público, dotando o território de um equipamento importante pelos seus impactes em termos de criação de rendimento e de emprego, de estimulo à fixação e desenvolvimento de actividades económicas e à modernização da sociedade.
No segundo caso, a sua importância estratégica é maior já que a Instituição tende a ser vista como um agente da parceria para o desenvolvimento. Um parceiro tanto mais estratégico quanto as rupturas tecnológicas e organizacionais vêm sublinhando a componente criação e partilha de conhecimentos inerente a qualquer projecto de desenvolvimento. Isto é, o conhecimento e a acção associada ao domínio do saber tecnológico e organizacional, do saber e do saber-fazer, são os elementos portadores da diferença entre ganhadores e perdedores da batalha do progresso social do presente.
Estamos, entretanto, a invocar um modelo de Universidade que descolou daquela cujos traços caracterizadores são: i) a criação de conhecimentos, que são armazenados nas bibliotecas; ii) a transmissão de conhecimentos às novas gerações que se vão sucedendo; iii) o carácter elitista da oferta de formação que assegura, que a faz funcionar como filtro social.
Na fase de transição, a Universidade continua a formar as novas gerações mas, também, a intervir na formação continua. A oferta de formação tende a alargar-se e a equilibrar-se com a procura social. As expectativas que a sociedade coloca nas Instituições aumentam, se bem que as barreiras impostas pela estrutura produtiva (em especial, quando constituída por PMEs com restrita participação nas actividades de I&D e uma fraca dotação de técnicos qualificados) possam constituir barreiras ao desenvolvimento da relação da Universidade com o meio.
Esta fase intermédia anuncia o advento de um novo modelo cujos traços essenciais se podem já reconhecer (Massicotte, 2002): i) o conhecimento cria-se através da acção e uma nova partilha de tarefas institui-se entre investigação fundamental e aplicada, investigação e desenvolvimento, inovação e transferência; ii) a formação não está mais a montante da investigação, mas insere-se no próprio processo de criação de conhecimento; e iii) a procura social de formação ultrapassa a oferta, daí o deslocamento do acento da selecção para o sucesso.
O crescimento da procura de acesso à formação superior de que se fala é consequência da crescente proporção de actividades que requerem conhecimentos e aptidões de alto nível. Uma e outra coisa têm origem na aceleração dos avanços científicos e tecnológicos e das respectivas aplicações, numa dialéctica que a UNESCO (1998, p.26) sintetiza como segue: “o acelerar do avanço tecnológico, a obsolescência de algum conhecimento e o aparecimento de novas áreas de conhecimento e novas sínteses conduzem a um processo que, por sua vez, requer mudanças na educação superior”.
Perante esta realidade, o sucesso de uma organização ou de um território depende, cada vez mais, do conhecimento de que dispõem ou são capazes de gerar, num quadro de procura de resposta para as necessidades identificadas. Acresce que, à luz deste modelo societário e deste ritmo de transformação, os saberes dos especialistas esgotam-se rapidamente se não puderem integrar-se em equipas e em redes de criação e divulgação do conhecimento.
Para as Universidades e para os territórios, é um desafio de grande exigência este que lhes é colocado. Adicionalmente, pela natureza do projecto de construção social entrevisto, é um desafio que se vence através de uma estreita congregação de esforços com os demais parceiros do projecto colectivo de desenvolvimento.
J. Cadima Ribeiro

Referências:
- Massicotte Guy (2002), "L’enseignement supérieur et le développement des territoires", Le développement des territoires: nouveaux enjeux, Le Mouvement Territoire et Développement (Ed.), Grideq, Université du Québec, Rimouski, pp. 5-12.
- UNESCO (1998), “Higher Education in the Twenty-first Century: Challenges and Tasks Viewed in the Light of the Regional Conferences”, Word Conference on Higher Education, UNESCO, Paris.
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(artigo de opinião publicado nesta data no Jornal de Leiria, recuperando extractos de um texto já com alguns anos)

"Como é, Vital?"

"[...] creio conhecer bem as posições do Vital. No entanto, ele aparece hoje como construtor da lei. Era bom que clarificasse isto, em que é que discorda do modelo de governação."

João Vasconcelos Costa

(extracto de mensagem, datada de hoje e intitulada "Como é, Vital?", disponível em Bloco de Notas)

quarta-feira, agosto 22, 2007

At the end of the day …

"At the end of the day, anybody who thinks there's a reward for nothing, ends up losing."

Kerry Stokes

(citação extraída de SBANC Newsletter, August 21, Issue 484-2007, http://www.sbaer.uca.edu)

“Free Education: For Whom, Where and When?”

“This article analyzes the effect of free public education on fertility, private educational investments and human capital accumulation at different stages of economic development. The model shows that when fertility is endogenous parental human capital levels are crucial for implications of free education. At early stages of development, if parental human capital is low, free access to basic education may provide the only chance to leave poverty. In contrast, at advanced stages of development, if parental human capital is high, the availability of free education crowds out private educational investments, increases fertility and may be detrimental for growth.”

Leonid Azarnert

Keywords: free public education, private education, fertility, human capital, economic growth
Date: 2006-06
URL: http://d.repec.org/n?u=RePEc:deg:conpap:c011_024&r=edu

(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)

terça-feira, agosto 21, 2007

Trabalhos de Agosto - II

«Cara […],
O aluno em causa teve a classificação de […] valores. O contacto com o GRI não sou capaz de imaginar para que sirva.
Renovo disponibilidade para preencher uma 2ª via da pauta, desde que ela me chegue entretanto.
Se os serviços de acompanhamento destes estudantes estivessem organizados de forma adequada e geridos convenientemente, o problema não se punha, isto é, facilmente se concluiria o que é que falhou. Desse ponto de vista, acabar com o GRI é um bom passo nesse sentido.
Cordiais cumprimentos,
J. Cadima Ribeiro»
*
«De: […]
Enviada: sex 17-08-2007 19:12
Para: José António Cadima Ribeiro
Assunto: Re: Nota alunos Erasmus
Caro professor:
Sim , uma alternativa (tb comum) é a pauta se ter perdido pelos serviços. Dado que o professor se lembra da ter lançado, não se preocupe que eu vejo por onde pára. O problema só se pôs agora porque o aluno pediu a emissão do certificado e o GRI diz que não pode emitir por falta de muitas notas.
Infelizmente, existem sempre muitos problemas com as pautas dos alunos erasmus, quase sempre por causa dos alunos não se inscreverem correctamente.
Professor, caso eu não consiga verificar onde se encontra a pauta até à próxima semana, ficaria muito grata se enviasse um email para a Dra […] com o nome e a nota do aluno.
Desculpe o incómodo.
Com consideração,
[…]»
*
«Em 17/08/07; jcadima@eeg.uminho.pt escreveu:
Cara […],
Lembro-me bem do aluno que refere, que foi avaliado e cuja nota foi lançada em devido tempo, aliás, juntamente com a de outro estudante de origem […]. Assim sendo, não posso imaginar o que se possa ter passado e porque é que a questão só emerge agora. Note que nenhuma pauta que me chegue fica por preencher dentro dos prazos estabelecidos.
Por favor, ele (ou a colega, se assim o entender) que verifique junto dos SAc. o que se passou. Se necessário, poderei preencher uma 2ª via, desde que a pauta me chegue nos próximos oito dias.
Cordiais cumprimentos,
J. Cadima Ribeiro»
________________________________
«De: […]
Enviada: sex. 17-08-2007 16:25
Para: José António Cadima Ribeiro
Assunto: Nota alunos Erasmus
Caro Professor
O aluno […], que o ano passado estudou na universidade ao abrigo do programa Erasmus, pediu-me para o contactar porque a nota de Economia Portuguesa e Europeia não foi ainda lançada. Professor note, por favor, que pode ter acontecido uma das seguintes situações:
1. O aluno inscreveu-se mas nunca apareceu. Sendo as pautas só ainda de "papel" o professor pode nem ter reparado ou não ter preenchido porque nunca ouviu falar do aluno.
2. O aluno apareceu mas não se inscreveu e a pauta não foi emitida.
3. O aluno inscreveu-se tarde, por substituição de outra disciplina, nos serviços académicos e a pauta não foi emitida correctamente.
4. A pauta não foi emitida, por lapso.
Caso tenha informação sobre o aluno, queira por favor enviar-me um email. […].
Grata,
[…]»
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(reprodução parcial de troca de mensagens de correio electrónico a propósito de nota de aluno ERASMUS "extraviada" - situação "ficcionada")
Comentário: a situação a que se alude mostra bem, a meu ver, como não basta ter gente bem intencionada e empenhada numa organização para que as coisas rolem como deviam; há uma dimensão que se chama organização (e outra, prévia, que se chama planeamento), que são imprescindíveis; já não falo de gestão da organização, que é uma coisa que toda a gente acha que sabe fazer.

domingo, agosto 19, 2007

RJIES: as críticas de JSP

"O RJIES tem falhas, até porque parece ter sido feito à pressa e não foi suficientemente discutido com os universitários. Mas as críticas que JSP faz não são as mesmas que os reitores fazem. Os reitores centram-se nos poderes perdidos, como o facto de não dirigirem o orgão de que define a estratégia da Universidade, o Conselho Geral, uma vez que este orgão é presidido por alguém de fora da Universidade. Procuraram introduzir um orgão que lhe fizesse frente, o Senado, mas que não foi aceite pelo ministro."
Jaime Gomes
(extracto de mensagem, datada de hoje e intitulada "RJIES-comentário ao artº de José Sucena Paiva no Público", disponível em Prálem D`Azurém)

Ecos de uma audição parlamentar: notícia de mais uma tomada de posição oriunda da UMinho

«[...], apesar de estar mais ou menos consciente de para nada servir o que aqui escrevo, não posso deixar de dar o meu contributo de cidadão, mais não seja para chamar a atenção para o desastre eminente que este RJIES pode vir a configurar, sobretudo no que respeita ao ensino público.

Desde logo é incompreensível que se queiram criar novas figuras organizativas, concretamente um novo tipo de fundações que estabelecem a confusão entre o que é público e o que se quer privado. Qual a vantagem dessa figura juridicamente inovadora? Negativa a meu ver, na medida em que é sobranceiramente elitista e desagregadora do ensino superior público, mesmo que se argumente que se procura mais eficácia organizativa e mais transparência. De certo modo, o objectivo estratégico de criar fundações com gestão de tipo privado (?) a quem se vai entregar as universidades públicas ou a melhor parte das mesmas é claro: visa transferir para fora do orçamento de Estado parte dos custos com o ES (sempre o malfadado combate ao défice a envenenar a reforma das nossas instituições) ao mesmo tempo que, paradoxalmente, grande parte da reforma organizativa pretendida se faz com um inacreditável reforço da governamentalização do Ensino Superior. Quase me atreveria, a dizer partidarização mas não quero chegar a tanto, por agora.
Portanto, é apenas aparente o tão badalado reforço da autonomia das instituições de ensino superior, tantas são as referências à intervenção governativa nas mais variadas matérias. Além do mais, permite-se toda a sorte de arranjos intra e inter-institucionais, como se de tal "anarquia" pudesse alguma vez resultar mais qualidade. Corre com discentes e pessoal não docente dos órgãos de governo e cria condições para que os lobbies partidários, das "construtoras", da "banca" e outros, substituindo-se às famosas associações "endogâmicas", ocupem os últimos lugares onde ainda, apesar de tudo, se pode ser criativo sem medo de expressar ideias diferentes das politica e socialmente correctas.

A ideia de designar o reitor por um conselho de notáveis é perversa. Fazer a escolha do reitor como a de um chefe de repartição é um atentado à democracia e à participação dos membros das instituições académicas.
Aliás, com este RJIES, até os professores, na sua maioria, passam à clandestinidade organizacional, saneados dos conselhos científicos, dos senados (colados à pressa nesta versão da proposta, mas sem capacidade real de intervenção), dando crédito à velha imagem do "cientista louco" que vive embrenhado exclusivamente no seu trabalho sem querer saber do que se passa à sua volta.
[...]»

Carlos Veloso da Veiga
(Braga, 9 de Julho de 2007)
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[extracto de tomada de posição de professor da UMinho, no quadro da audição pública promovida pela Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura, da AR, em vésperas de votação da proposta de lei (RJIES)]

sábado, agosto 18, 2007

CNE: para que te quero?

Notícia do Correio da Manhã:
Superior muda regras
O novo sistema de avaliação do Ensino Superior entra(ou) hoje(ontem) em vigor, após a publicação do diploma em Diário da República. Apesar das críticas levantadas pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), cujo último parecer foi conhecido esta semana, a nova lei prosseguiu o seu caminho, com o objectivo de melhorar a qualidade do desempenho das universidades e politécnicos.
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Comentário: não será melhor acabar também com o Conselho Nacional de Educação? Afinal para que existe?
*
[cortesia de Nuno Silva]

sexta-feira, agosto 17, 2007

Trabalhos de Agosto

«Título da comunicação:
Ser economista hoje, em Portugal. O que mudou com a implementação da Declaração de Bolonha


Resumo:
Se é sabido que a Economia, como ciência, se preocupa com a realização de escolhas de utilização de recursos escassos no quadro da satisfação de necessidades individuais ou sociais, afigura-se bem mais problemático dizer o que é ser economista hoje, em Portugal. A dificuldade que se anota levou-me, não há muito tempo, a exprimir embaraço quando essa questão me foi colocada, à semelhança de outros conhecidos colegas de “profissão”. Embora talvez não devesse ser assim, a dificuldade da questão alargou-se nos últimos tempos, não apenas em razão da complexificação das economias mas, igualmente, da transformação porque passam os curricula do ensino superior. É que, embora uma melhor adequação das formações oferecidas às necessidades das empresas e da sociedade fosse o grande argumento invocado pelo decisor político para precipitar a mudança, o acolhimento das “novas” formações pelo mercado de trabalho ficou fora da equação. É destes problemas difíceis e deste paradoxo que esta comunicação fala.»

J. Cadima Ribeiro

(título e resumo de comunicação, com redação em curso, a ser apresentada no 2º Congresso Nacional dos Economistas, Ordem dos Economistas, a ter lugar a 11 e 12 de Outubro de 2007, no Centro de Congressos de Lisboa)

quinta-feira, agosto 16, 2007

Regime jurídico da avaliação do ensino superior

Lei n.º 38/2007, de 16 de Agosto,
Aprova o regime jurídico da avaliação do ensino superior
(entrada intitulada "Avaliação do ensino superior", disponível desde hoje em Reformar a Educação Superior)

Reconhecimento de graus superiores estrangeiros

Novo regime jurídico do reconhecimento de graus superiores estrangeiros:
O Governo aprovou a 9 de Agosto, na especialidade, o decreto-lei que aprova o novo regime jurídico do reconhecimento de graus académicos superiores estrangeiros.
MCTES - Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior
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[cortesia de Nuno Silva]

quarta-feira, agosto 15, 2007

A frase do dia - III

"Um pouco contranatura, qualquer investigador de Economia sabe que para se manter actualizado não se pode limitar a ler as revistas de Economia. Tem, isso sim, de estar a par dos working-papers — documentos de trabalho ainda não publicados."
Luis Aguiar-Conraria
(extracto de mensagem, datada de 07/08/14, intitulada "Arbitragem económica", disponível em A destreza das dúvidas)
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Comentário: !!!

domingo, agosto 12, 2007

Ecos de uma audição parlamentar: a posição da Ordem dos Economistas (II)

«[...]
GESTÃO DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR
6. Esperar-se-ia também que um dos aspectos da definição dos princípios de organização e gestão das instituições de ensino superior fosse o da clara separação entre os três planos da definição estratégica, do governo e da administração e gestão, os quais convém entregar, respectivamente, a representantes da entidade instituidora das organizações, a membros da própria organização com vínculo estável a ela e a profissionais especialistas (isto é, economistas especializados na administração e gestão de organizações).
Por outras palavras, seria razoável que:
a) No caso das instituições de ensino superior públicas, o Estado assumisse a responsabilidade da definição estratégica (a não ser que a regulação a nível macro do sector seja feita na base de um sistema exclusivamente de mercado, o que corresponde a uma privatização integral implícita do ensino superior), concedendo ao mesmo tempo, por razões de eficácia, larga autonomia às instituições na execução das linhas estratégicas previamente definidas.
b) No que respeita às organizações de ensino superior privado, o Estado apenas tutelasse essas instituições para suprir falhas do mercado (em termos de informação assimétrica, por exemplo) e não para as integrar estrategicamente num sistema público alargado.
Ora, particularmente no caso das instituições de ensino superior públicas e de acordo com a proposta de lei:
a) A definição estratégica é cometida a um Conselho Geral directa ou indirectamente escolhido pela própria instituição. Além disso, o Conselho Geral estende as suas competências muito para além da definição estratégica (artigo 82º).
b) O governo é cometido a um Reitor ou Presidente, órgão unipessoal, que pode não ter qualquer ligação prévia ou estável à instituição, criando uma inconveniente separação entre o poder formal e a autoridade informal. Também este órgão vê as suas competências largamente estendidas para além do governo da instituição (artigo 91º). É certo que se prevê a existência de conselhos científicos ou técnico-científicos e pedagógicos, mas todas as competências destes órgãos, cuja composição está porventura tipificada de modo excessivamente rígido, são de mera proposta para decisão última do único verdadeiro órgão de governo.
c) A administração e a gestão são cometidas a um Conselho de Gestão designado pelo Reitor ou Presidente sem quaisquer limitações (artigo 94º). É certo que se prevêem esquemas de prestação de contas e fiscalização (capítulo IV do título V), mas seria conveniente acautelar os processos numa fase anterior, garantindo a competência profissional dos responsáveis pela administração e gestão das instituições.

7. A situação não se altera no caso de, como previsto no capítulo VI do título V da proposta de lei, se constituírem instituições de ensino superior públicas de natureza fundacional. Neste caso, é acrescentado um órgão, o Conselho de Curadores, de designação governamental, que assume parte das competências do Conselho Geral, mas cujas relações com os restantes órgãos de gestão (artigo 133º) dificilmente podem estabelecer uma clara independência e separação de poderes.»
*
Aprovado na reunião de 10 de Julho de 2007 da Direcção da Ordem dos Economistas

[extracto de tomada de posição da Ordem dos Economistas, no quadro da audição pública promovida pela Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura, da AR, em vésperas de votação da proposta de lei (RJIES)]

sexta-feira, agosto 10, 2007

Notícias da UMinho, em Agosto

"Como qualquer veraneante sabe, fazer férias em Agosto não é matéria fácil. Mas, pela minha experiência, trabalhar é ainda mais difícil."

Vasco Eiriz

(extracto de mensagem, datada de hoje e intitulada "Distribuição de Dividendos - o sistema e o ´bunker`", disponível em Empreender)

Ecos de uma audição parlamentar: a posição da Ordem dos Economistas

«[...]
ORGANIZAÇÃO ECONÓMICA DO SISTEMA DO ENSINO SUPERIOR
4. Esperar-se-ia que um dos elementos da definição dos princípios de organização do sistema de ensino superior e da regulação e ordenamento da rede pública de instituições do ensino superior (aspectos explicitamente referidos na exposição de motivos da proposta de lei) fosse o do modelo de organização e funcionamento em termos económicos do sector do ensino superior. Porém, esse elemento não é explicitado, nem na proposta de lei, nem no projecto de lei, não ficando claro se se pretende que a regulação da oferta e o financiamento do sistema se façam pelo mecanismo de mercado (devendo os consumidores que desejem adquirir serviços de ensino superior pagar o respecivo custo, como já acontece correntemente nas instituições privadas e ao nível dos 2º e 3º ciclos de formação nas instituições públicas), ou por um mecanismo de determinação centralizada das vagas de acesso e dos preços a cobrar, com a necessária contrapartida de um financiamento público (como ainda acontece correntemente ao nível do 1º ciclo de formação nas instituições públicas). Pormenores dos articulados (por exemplo, o nº 5 do artigo 9º do projecto de lei, particularmente as alíneas a), f) e h), ou a alínea b) do nº 2 do artigo 25º do projecto de lei) revelam que se pretende deixar explicitamente de fora tais considerações, ou que não se atendeu à sua necessária relação com outros elementos constantes dos diplomas, o que não pode ser considerado conveniente.
[...]»
Aprovado na reunião de 10 de Julho de 2007 da Direcção da Ordem dos Economistas
[extracto de tomada de posição da Ordem dos Economistas, no quadro da audição pública promovida pela Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura, da AR, em vésperas de votação da proposta de lei (RJIES)]

quinta-feira, agosto 09, 2007

Ecos de uma audição parlamentar: um comentário à tomada de posição da Ordem dos Engenheiros

«Este é um daqueles temas que anda para a frente e para trás, como se fosse um conflito geracional. Uma questão é: Quem manda na educação! A outra questão é: Quem manda na profissão!
Temos ainda a terceira questão, a que acho imensa graça, sobre o «deixem falar o mercado», umas vezes dá mais jeito e outras vezes nem por isso.
Não tenho problema nenhum em deixar expressa a minha opinião:
- A educação deve ser responsável pelos cursos que coloca no mercado educativo. Se os modifica, ajusta, altera, em função da procura ou da estratégia da entidade, de si mesma, ou de quem manda nela, é um problema local, que ela terá de solucionar.
As «ordens» com as quais tenho um conflito insanável, são entidades reguladoras mas que exercem a sua acção de modo castrador, conservador, anti-evolução.
A escola anuncia que X é um especialista se X possui um currículo relevante, realizou um exame, prestou provas especiais, executou uma ‘obra-prima’. Para isso, a escola teria que ser especializada, no que tenho muitas dúvidas, porque as escolas quando muito – aí estou de acordo com Zé Mariano – poderão ser respeitadas pela investigação executada (?!) que salta aos olhos do mercado.
Quando a escola outorga títulos – ver aquela história que Virgílio Machado trouxe à superfície há um mês atrás – que não são graduações/diplomas, mete-se numa guerra de sapatos que em rigor pertence aos sapateiros.»
Alexandre Sousa
(comentário produzido na sequência da divulgação de extracto de tomada de posição da Ordem dos Engenheiros sobre a proposta de RJIES, publicado abaixo)

quarta-feira, agosto 08, 2007

Ecos de uma audição parlamentar: a posição da Ordem dos Engenheiros

«[...]
1. Proposta de alteração dos artigos relativos a atribuição do título de Especialista (Artigos 48º e 49º)

Exposição de motivos

Discordamos da visão legislativa vertida no artigo 48º de concessão do título de Especialista pelos Institutos Politécnicos.
Apesar de a Proposta de Lei em discussão deferir em decreto-lei a promulgar (artigo 48º, nº 3), as condições de atribuição, parece-nos que, de raíz, o princípio não está correcto e que da sua aplicação irá provavelmente resultar a manutenção de um sistema que a todos interessa alterar.
Recuando um pouco na legislação já promulgada, pensamos que, tal como a lei 74/2006, muito bem prevê, as instituições politécnicas devem preencher parte dos seus quadros com especialistas que tenham um inequívoco perfil profissional. Só assim poderão essas instituições desenvolver em pleno a importante missão que por lei lhes é atribuída.
Ora, o reconhecimento da qualidade de Especialista profissional em qualquer actividade, deve estar cometido à respectiva associação pública profissional.
Arriscamos dizer que, com o modelo adoptado no RJIES em discussão, de cometer às instituições académicas a decisão de atribuir um título que deve resultar do reconhecimento da actividade profissional, não se alterará a cultura endogâmica prevalecente nas instituições do ensino superior.
Tal será muito grave para o desenvolvimento nacional.
E, é grave ainda, passarmos a ter instituições académicas e nestas, apenas no ensino politécnico, pois para o universitário não há norma equivalente, que atribuem títulos profissionais (artº 48º, nº.2: “o título de especialista comprova a qualidade e especial relevância do currículo profissional numa determinada área” – sublinhado nosso).
Tal poderá ser gerador de confusões, há muito resolvidas no nosso País, pois no ensino superior são atribuídos graus académicos, sendo os títulos e a certificação profissionais atribuídos pelas respectivas associações públicas profissionais.
Teríamos de recuar mais de 30 anos para encontrar instituições académicas a atribuir títulos profissionais.

Proposta de alteração
Com esta reflexão, propomos à Assembleia da República a alteração dos artigos 48º e 49º, nos seguintes termos:
O artigo 49º actual passa a 48º com alteração introduzida;
O artigo 48º actual é reformulado e passa a 49º.
[...]»

Fernando Ferreira Santo
Bastonário da Ordem dos Engenheiros
(10 de Julho de 2007)
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[extracto de tomada de posição da Ordem dos Engenheiros, no quadro da audição pública promovida pela Comissão Parlamentar de Educação, Ciência e Cultura, da AR, em vésperas de votação da proposta de lei (RJIES)]

terça-feira, agosto 07, 2007

A frase do dia - II

"[...] sabendo-se que, politicamente, será muito difícil vetar duas leis num prazo muito curto. Portanto, a do RJIES vai passar, garantidamente."
João Vasconcelos Costa
(extracto de mensagem, datada de 07/08/07 e intitulada Veto presidencial, disponível em Bloco de Notas)
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Comentário: as razões que JVC invoca no seu texto, somadas à oportunidade de surpreender, são boas razões para que Anibal Cavaco Silva vete a lei; gostava que Cavaco Silva ainda fosse capaz de surpreender-nos; depois de, por puro acaso, ter assistido ontem na RTP2 a um programa sobre a evolução da investigação científica em Portugal em que me confrontei com o ar enfastiado do ministro Gago, fiquei a desejar ainda mais que tal aconteça ou que, pelo menos, um destes dias, tropece e parta um braço.
Ps: já que invoco o ministro Gago no meu singelo comentário, porque lhe avalia o perfil em toda a dimensão, parece-me inteiramente justificado deixar aqui chamada de atenção para a "nota biográfica" do dito entretanto (07/08/06) publicada por José Adelino Maltez no seu blogue (Sobre o tempo que passa), sob o título "Lá vamos gaguejando e cientificando, levados, levados, não") .
Não cantando o homem mas a obra, é igualmente de inteira justiça recomendar a leitura do poema A Posição - 10. A Lei Rosa Enjeitada, de Virgílio Machado, disponível desde a tarde de ontem em Por Educar)

domingo, agosto 05, 2007

Outras guerras

"P: No conjunto dos sete vectores estratégicos de desenvolvimento de uma região, assinala a “liderança”. Esse é outro dos problemas quando se fala de Leiria. Como se constrói essa liderança para afirmação dos territórios?

R: É disso que falo nas considerações precedentes, quando associo estratégia e intérpretes. Liderança significa, neste contexto, intérpretes com um projecto mobilizador e agregador de vontades da comunidade cujos interesses interpretam. Obviamente, nem todos os actores de desenvolvimento precisam assumir-se como lideres nem isso asseguraria liderança para o desenvolvimento, nem, sublinhe-se, a liderança de um território precisa confundir-se com uma liderança pessoal. Muitos líderes, resultaria em lideranças e disputas “tribais”, cuja caricatura se pode reconhecer no multiplicar de dirigentes das associações empresariais, ditas de cúpula, de que o país dispõe. Uma liderança pessoal arrisca-se a cair em caciquismo, sempre condenável, que me escuso de ilustrar aqui.
Acrescentando uma nota de esperança, gostaria de dizer que as lideranças também se estimulam e se constroem. Não se fazem é com gente com ânsia desmesurada de protagonismo pessoal e falha de sentido de responsabilidade social."
J. Cadima Ribeiro
(extracto de entrevista a incluir no dossiê sobre “Competitividade Territorial”, da edição nº 29 da revista Desafios, NERLEI, a sair em meados de Agosto pf.)

sábado, agosto 04, 2007

Do Conselho Geral

"Os membros da Conselho Geral, são escolhidos ou eleitos a título pessoal com o objectivo de contribuírem o melhor que souberem e puderem para o sucesso da instituição, dentro das competências deste Conselho."
José Ferreira Gomes

Era uma vez uma universidade ...

Decisão final sobre o encerramento da Universidade Independente
3 de Agosto de 2007
(http://www.mctes.pt/?id_categoria=66&id_item=3319&action=2)

MCTES - Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

(cortesia de Nuno Silva)

sexta-feira, agosto 03, 2007

15 384 doutorados desde 1970

Na sua edição de ontem, o Jornal de Notícias adianta que Portugal produziu 15 384 doutorados desde 1970 até ao final de 2006.
Segundo o jornal, se todos eles fossem professores nas universidades portuguesas, estaria integralmente cumprido o rácio de um doutor por cada 30 alunos, formalidade que começará a ser exigida no ano lectivo 2008/09.

(cortesia de Nuno Silva)

Arquitectos preocupados

Arquitectos preocupados com não reconhecimento dos cursos http://www.diariodigital.pt/news.asp?section_id=61&id_news=288859
"A Ordem dos Arquitectos (OA) está preocupada com o facto de a maioria dos cursos da área oferecidos em Portugal ainda não estarem inscritos na directiva 2005/36, da Comissão Europeia, um processo indispensável para o reconhecimento destas formações nos países da União Europeia. De um total de 25 licenciaturas em Arquitectura existentes no País, apenas dez (40%) cumprem a norma, pode ler-se no Diário de Notícias."
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(cortesia de Nuno Silva)

quinta-feira, agosto 02, 2007

A carta aberta e a (minha) resposta

A resposta à carta aberta:
Caro Jaime Rocha Gomes,
Obrigado pela atenção que lhe mereceu a mensagem que publiquei sobre o assunto; mais divulgação de informação do que mensagem propriamente dita.
A sua mensagem, por sua vez, soa mais a carta aberta que a outra coisa, que eu entendo que será mais endereçada à academia do que propriamente a mim.
Sobre a análise de situação que faz, eu diria, apenas: pois!!!
Não perca a vontade de agitar vontades e consciências que aqui denuncia.
Um abraço,
J. Cadima Ribeiro
*
A carta aberta:
«Terça-feira, Julho 31, 2007
Sobre o regime transitório do RJIES
Comentário sobre artigo 172 do RJIES publicado no blog "Universidade Alternativa" de J. Cadima
Caro Cadima
É caso para pensar se este regulamento já não vem inquinado. Senão vejamos: O reitor actual preside à Assembleia que vai escrever os novos estatutos. Embora os 12 magníficos (representantes dos docentes) têm a maioria, poderão portar-se tal como os apóstolos, ouvindo as sugestões do seu chefe natural e escrevendo os estatutos de acordo com as suas sugestões. Aqui é que eu aproveitava o seu comentário e perguntaria se "há coragem na Academia". Não esquecer que o Reitor poderá candidatar-se outra vez, para cumprir o mandato até ao fim, o que intimidará os membros desta Assembleia, uma vez que tem a máquina já montada e poderá ser de facto re-eleito. Note-se, não estou a referir-me a qualquer reitor em particular mas a todos que ainda têm uns anos de mandatos pela frente.
Penso que muito vai depender dos representantes dos que forem eleitos para esta Assembleia: se forem professores afectos à equipa actual, é evidente que tudo ficará como dantes, nomeadamente no que se refere às nomeações para os vários pelouros (vice-reitores, Administrador, etc). Por isso penso que para haver garantia de uma verdadeira mudança, professores não-afectos à equipa actual, devem desde já avançar com uma lista para concorrerem a esta eleição intercalar para esta Assembleia.
Fica aqui a minha sugestão para esta e para outras universidades.
Jaime R. Gomes»
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(resposta a mensagem disponível em Prálem D`Azurém, que se reproduz integralmente, incluindo os respectivos elementos de referenciação)
Comentário: fico com curiosidade sobre a resposta que darão à carta aberta de Jaime Rocha Gomes os demais seiscentos e tal professores da UMinho directamente interpelados, para já não falar dos restantes membros da academia minhota; da minha resposta original à carta aberta omiti aqui dois ou três detalhes, que os leitores poderão recriar, fazendo uso da respectiva perspicácia; fico a aguardar as propostas.

quarta-feira, agosto 01, 2007

Umas quantas verdades no meio de demagogia a rodos

"As famílias devem saber o que vale um curso para a empregabilidade"

(título de entrada, datada de hoje, do Blog de Campus)
Comentário: umas quantas verdades no meio de demagogia a rodos; é Mariano Gago, no seu melhor!

Uma referência interessante, a 1 de Agosto

Os Donos do Saber ("www.esquerda.net")
http://www.esquerda.net/index.php?option=com_content&task=view&id=3704&Itemid=99999999

[cortesia de Nuno Silva]