Fórum de Discussão: o retorno a uma utopia realizável - a Universidade do Minho como projecto aberto, participado, ao serviço do engrandecimento dos seus agentes e do desenvolvimento da sua região

quinta-feira, dezembro 30, 2010

A política de Ensino Superior em Portugal, em 2010, em balanço

Notícia Económico
Universidades foram espezinhadas e criticadas injustamente”:
http://economico.sapo.pt/noticias/universidades-foram-espezinhadas-e-criticadas-injustamente_107545.html

(cortesia de Nuno Soares da Silva)

"A Universidade do Minho (UM) anulou um doutoramento"

Universidade do Minho é a primeira do país a anular doutoramento por plágio

(título de mensagem, datada de 2010/12/29, disponívem em UM para todos)

(cortesia de Nuno Soares da Silva).

quarta-feira, dezembro 29, 2010

"É opinião da FENPROF que a redução dos salários é ilegal e mesmo inconstitucional"

Notícia FENPROF
FENPROF prepara combate jurídico contra redução salarial:
http://www.fenprof.pt/?aba=27&mid=115&cat=226&doc=5248

(cortesia de Nuno Soares da Silva)

segunda-feira, dezembro 27, 2010

"9th edition of the Innovact Campus Awards !"

«Participate to the 9th edition !

For nine years, the Innovact Campus Awards have, with the support of the European Commission, enabled young students to implement their projects at European level.
If you are a student with a creative and innovative idea for a business project, innovation, you can, with a team or individually, take part in the 9th edition of the Campus Innovact Awards whose aim is to reward new and challenging projects. Your project can either be in its design stage, in progress or already launched.
All students can take part in the competition either individually or within the framework of their institution. However, the reputation or prestige of the institution will not influence the final decision, which will depend entirely on the quality of the projects presented.
The selection committee composed of professionals (heads of companies, journalists, scientists) will reward the candidates who - whatever the product or activity - show imagination as creators.
The winners will receive prize money and will benefit from media coverage in the following websites: http://www.innovact.com/ ; http://www.letudiant.fr/ ; http://www.lors.fr/ ; http://www.lentreprise.fr/ ; http://www.ffbde.fr/
1st prize: 3,000 Euros
2nd & 3rd prize: 1,500 Euros
In order to encourage their projects, the finalist candidates will be invited to come (booth, transport and accommodation free), on March 29 and 30 2011, in Reims for the 15th edition of the European forum for innovative start-ups, Innovact 2011. The Forum will gather 2 000 professionals from 20 countries and 200 European start-ups. The Awards ceremony will take place in Reims on March 30 2011.
[...]
Deadline for receipt of application forms: Monday 24 January 2011
Contact: Dahvia Ouadia, dahvia.ouadia@verbatim-communication.fr - 00 33 1 53 10 29 89»
*
(reprodução de mensagem que me caiu entretanto na caixa de correio electrónico, proveniente da entidade identificada)

"As plataformas electrónicas de apoio ao ensino devem ser utilizadas na justa medida em que cumpram o seu papel de apoio ao ensino"

Para mim, a resposta a este desvario tecnológico é clara: as plataformas electrónicas de apoio ao ensino devem ser utilizadas na justa medida em que cumpram seu papel de apoio ao ensino e seus agentes e destinatários. Doutro modo, passiva ou activamente, devem encontrar como resposta a respectiva rejeição. Fazer de outro modo é alimentar a deriva tecnológica de quem toma as tecnologias como um fim e não como um meio, e de quem não tem respeito por quem, esforçadamente, dia-a-dia, procura cumprir a sua missão como professor(a).

J. Cadima Ribeiro

quinta-feira, dezembro 23, 2010

Pérolas natalícias

iii) "Olá,
Está a ver: eu bem vos digo que, no fundo, bem lá no fundo, todos(as) são muito amigos(as) e têm interesses convergentes. Creio que é isso que [...] quer dizer. Embora se possa saber que assim é, é sempre bom que alguém tenha a coragem de escrevê-lo.
Boas festas!
J. Cadima Ribeiro"

ii) "What a nerve!"

i) [...].
*

segunda-feira, dezembro 20, 2010

Mudando de assunto: “Cronyism”

“Politicians can use the public sector to give jobs to cronies, at the expense of the efficiency of those organisations and general welfare. Motivated by a simple model of cronyism that predicts spikes in appointments to state-owned firms near elections, we regress 1980-2008 monthly hirings across all state-owned Portuguese firms on the country’s political cycle. In most specifications, we also consider private-sector firms as a control group. Consistent with the model, we find that public-sector appointments increase significantly over the months just before a new government takes office. Hirings also increase considerably just after elections but only if the new government is of a different political colour than its predecessor. These results also hold when conducting the analysis separately at different industries and most job levels, including less skilled positions. We find our evidence to be consistent with cronyism and politically-induced misallocation of public resources.”

Martins, Pedro S. (Queen Mary, University of London)

Date: 2010-11
Keywords: corruption, matched employer-employee panel data, public-sector employment

URL: http://d.repec.org/n?u=RePEc:iza:izadps:dp5349&r=pbe

(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)

domingo, dezembro 19, 2010

Notícias do IPCA, não particularmente boas

Tribunal de Contas detecta ilegalidades nas compras e pagamentos no IPCA

(título de mensagem, datada de 18 de Dezembro pp., disponível em UM para todos)

"Lamentáveis"

«O bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, considerou hoje "lamentáveis" as críticas do ministro da Ciência e Ensino Superior às ordens profissionais, afirmando que estas defendem o interesse público e a qualidade da formação.»

Lusa
(autoria da peça jornalística)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]
*
Comentário: e o que é que não é lamentável naquilo que Gago faz, fez e diz? E já agora: quando é que temos a sorte de nos libertar desta peça política? Só quando não restar peça sobre peça no "edifício" do Ensino Superior nacional?

sábado, dezembro 18, 2010

"Fernando Ulrich critica universidades por só ´fabricar(em)` licenciados e doutores"

«As universidades portuguesas vivem "demasiado fechadas" sobre a si mesmas, preocupando-se mais em "fabricar" licenciados e doutores do que discutir e "identificar soluções" que contribuam para a evolução da país. A crítica, deixada em jeito de "provocação construtiva", foi desferida por Fernando Ulrich, presidente do Conselho Geral da Universidade do Algarve, na cerimónia de doutoramento honoris causa da escritora Lídia Jorge.»

Idálio Revez
(autor da peça jornalística)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

sexta-feira, dezembro 17, 2010

Lutar pela autonomia financeira

"As universidades estatais devem lutar por uma autonomia financeira dentro do quadro não-fundacional"

(subtítulo de artigo de opinião públicado por A. Cândido de Oliveira na edição de hoje do jornal Público)

Se eu mandasse...

“Se eu mandasse, não faria nada disto. Seguiria as melhores práticas!”
(AR)

quinta-feira, dezembro 16, 2010

"Alguns anos depois, como vai o clusterTIC@minho?"

«"Alguns anos depois, como vai o clusterTIC@minho?"
Auditório do CCG, Azurém, Guimarães, sábado, 18-12-2010

O Departamento de Sistemas de Informação da Universidade do Minho, em colaboração com a área EDAM do programa MIT Portugal, promove no próximo sábado, dia 18 de Dezembro, um workshop sobre a evolução do cluster de empresas de tecnologias da informação e comunicação do Minho. Vai ter lugar no anfiteatro do Centro de Computação Gráfica, no campus de Azurém, Guimarães, das 10h às 13h, tendo entrada livre.
A reunião dá sequência aos trabalhos e iniciativas do início da última década, incluindo a publicação de dois livros, um sobre casos empresariais do cluster e outro como um Atlas empresarial do cluster e sua exploração. A presente iniciativa procura assim fazer um ponto de situação sobre o cluster e tem a participação de diversas empresas. Vai ser também passado em revista o papel e a importância da Universidade do Minho neste processo.
Este workshop METI.2010 integra-se nas actividades da unidade curricular "Mercados e empresas de tecnologias de informação", do mestrado em Engenharia e Gestão de Sistemas de Informação e do mestrado em Sistemas de Informação da UMinho. Pretende-se igualmente proporcionar contactos entre os alunos e as empresas participantes. Para fins académicos, a sessão será gravada em vídeo e posteriormente transcrita.
Mais informações em: https://sites.google.com/site/ebeira/base-2-fora/meti2010,
*
(reprodução parcial de mensagem distribuída na rede da UMinho que me caiu entretanto na caixa de correio electrónico)

terça-feira, dezembro 14, 2010

domingo, dezembro 12, 2010

Mudando de assunto: a "Trêta da semana"

"Apesar de haver ainda quem gostaria de ser súbdito, já há séculos se reconhece que um Estado deve ser um contrato entre cidadãos, celebrado em liberdade e igualdade, mesmo que a fraternidade seja pedir demais."

Ludwig Krippahl

(excerto de mensagem, datada de Domingo, 12 de Dezembro de 2010, intitulada "Treta da semana: o pecado da fuga", disponível em Que Treta!).

sexta-feira, dezembro 10, 2010

"A society many of us don't want to live in"

Revista de blogues

(título de mensagem, datada de 10 de Dezembro de 2010, disponível em Que Universidade? )

Passatempo (V)

Na minuta da acta de um Conselho de Escola/Instituto da UMinho pode ler-se o seguinte:
"Foi registada a existência de um diagnóstico estratégico, contudo o Plano Estratégico, na forma em que o Conselho de Escola o entende, necessita de passar por um processo público de reflexão e deve refletir as linhas orientadoras aprovadas no Conselho de Escola.
Em suma, pretende o Conselho de Escola apreciar um documento que seja de facto um instrumento de gestão e de planeamento estratégico."
Tente adivinhar a unidade orgânica que está em causa. Como pista, deixo-lhe a indicação que as linhas orientadoras que são invocadas foram aprovadas no dito órgão por consenso. Mais lhe adianto que entre as ditas linhas orientadoras está uma que reza assim:
A [...] deve ser um ´Exemplo de Gestão e Liderança` para a comunidade em que está inserida.”
Lembre-se que se continua a oferecer doces aos mais perspicazes.
J. Cadima Ribeiro

quinta-feira, dezembro 09, 2010

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Life is an experiment

"All life is an experiment. The more experiments you make the better."

Ralph Waldo Emerson

(citação extraída de SBANC Newsletter, December 7, Issue 648 - 2010, http://www.sbaer.uca.edu)

segunda-feira, dezembro 06, 2010

“De onde vim e até onde vou: uma análise preliminar da desigualdade socioeconômica e entrada no Ensino Superior brasileiro”

“In this article we test the hypothesis in which the democratization policies for higher education adopted in Brazil had reduced the strength of the association between socioeconomic background and the entry chances in this educational level. For this, we used microdata from Monthly Employment Survey (IBGE), and we followed the educational trajectory of the individuals aged 16 to 30 for a year in the following periods: 2002/2003 and 2008/2009. The results show that this hypothesis holds for residents in the metropolitan areas. Results suggest that educational expansion policies may be decisive in reducing the inequality of opportunities.”

Raquel Rangel de Meireles Guimarães (Cedeplar-UFMG)
Gilvan Ramalho Guedes (Brown University)
Eduardo Luiz Gonçalves Rios-Neto (Cedeplar-UFMG)

Date: 2010-11
Keywords: Entry to Tertiary Education; School Transitions Model; Grade of Membership.
URL: http://d.repec.org/n?u=RePEc:cdp:texdis:td414&r=edu

(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)

sábado, dezembro 04, 2010

O Ensino Básico e Secundário e a Crise em Portugal em 2010 - quinta e última parte

8 - ENSINO DE ARTES E OFÍCIOS. Não existe!
É um princípio fundamental de qualquer “sistema de produção”, a divisão dos produtos em “produtos de 1ª escolha”, “produtos de 2ª escolha” e “refugo”. Mas tem que realizar-se o aproveitamento de tudo. A “produção” de pessoas com mais ou menos “qualificações oficiais” tem, numa Sociedade equilibrada, de obedecer a este mesmo princípio. Não se trata de “elitismo”, trata-se da “aptidão de cada um”. Todas as pessoas devem nascer “iguais em direitos” (e em deveres), mas, por natureza, elas não nascem com iguais dotes naturais (a biodiversidade, também entre os humanos, é a maior riqueza do planeta). Por isso, todas as pessoas devem, numa Sociedade equilibrada, serem respeitadas de modo igual, qualquer que seja a sua profissão, desde que seja exercida com honestidade e competência: ao varredor deve-se a mesma consideração que ao professor catedrático, mas “chacun à sa place”.
É verdade que tanto a Revolução Cultural Chinesa como a Revolução do 25 de Abril em Portugal tentaram inverter esta situação natural. Mas as acções nesse sentido, que persistem em Portugal, e não na China de hoje, estão condenadas ao insucesso: Insucesso Escolar, Insucesso Económico, etc.. Quer-se com isto dizer que, em vez de tentarem com facilitismos e mais facilitismos evitar o Insucesso Escolar e o Abandono Escolar, devem os governos, todos os governos, procurar “reciclar” os alunos menos dotados no que diz respeito a “massa cinzenta”, mas, por ventura, mais dotados no que diz respeito ao uso das mãos . Menos dotados para atingirem o 12º ano da Escola Normal, mas, porventura, mais dotados para atingirem o 12º ano de uma “Escola Técnico Profissional” independente, dirigida por entidades locais, mas digna desse nome. Menos dotados para atingirem o 12º ano de uma “Escola Técnico Profissional”, mas, porventura, mais dotados para atingirem o 9º ou o 6º ano de uma “Escola de Artes e Ofícios”: Picheleiro (Canalizador), Sondador (Geotecnia), Trolha, Electricista, Carpinteiro, Pintor, Estucador, Vidraceiro, Pescador, Limpa-Chaminés, Cozinheiro(a), Empregado(a) de mesa, Bordadeira(o), Alfaiate, Sapateiro, Relojoeiro, Ama ou “Babysitter”, Barbeiro, Cabeleireiro(a), Jardineiro(a) ,Empregado(a) Doméstica(o), Cantoneiro(a), Auxiliar de Limpezas, Empregado(a) de Creches, Motorista, Vendedor, Caixeiro Viajante, etc., etc.

9 - A BEM DE UMA REFORMA ESTRUTURAL DA ECONOMIA EM PORTUGAL, SERÁ POSSÍVEL ELIMINAR ESTA PESADA HERANÇA DA REVOLUÇÃO CULTURAL PORTUGUESA, QUE PERSISTE?
Tememos bem que não. Seria preciso uma outra Revolução. De facto, o Ministério da Educação, desde o 25 de Abril, está quase dominado pelo Sindicato dos Professores. É o Presidente do Sindicato que o diz publicamente na televisão, “com pompa e circunstância”, sem qualquer desmentido de alguém desse Ministério. Os funcionário do ME são “de carreira” e, portanto, “inamovíveis”. A grande maioria está lá desde o 25 de Abril. As ideias que professam estão à vista e dão os resultados que também estão à vista. O Sindicato dos Professores “nem por sombras” quer ouvir falar de “descentralização do Ensino Público”, pois esse seria o início da sua morte.
Passam governos, sejam de que cor forem, mas ficam as “raízes”. Talvez que as “imposições externas” e a “miséria interna” venham a ter algum resultado. Porque a verdade é esta: Portugal, já que não pode exportar bens materiais de valor suficiente para equilibrar as contas públicas; tem de “exportar” pessoas. Só que essas pessoas, na sua grande maioria, continuam sem poder competir no estrangeiro. Daqui a pouco, nem mesmo em Angola , Moçambique ou Brasil conseguem colocar-se.... Esta situação é que é verdadeiramente gritante.

JBM (Nov. 2010)

History of European Universities: deadline for abstract submission

«History of European Universities. Challenges and transformations
18-20 April 2011
Lisbon, Portugal

Dear colleagues
Just a quick note to remind you that the deadline for abstract submission to the forthcoming meeting to be held at the University of Lisbon, Portugal.
Deadline for abstract submission: December 15th, 2010
For further information we invite you to visit
http://centenario.ul.pt/conferencias/history-of-european-universities
For any inquiry don’t hesitate to contact us at occoe@occoe.pt
We would appreciate if you share this information with your colleagues and other people interested in the subject.
With our best regards,
Fátima de Haan
Executive Secretary

The Organizing Committee
Ana Simões (University of Lisbon, CIUHCT )
José Pedro Sousa Dias (University of Lisbon, CEHFCi)
Maria Paula Diogo (New University of Lisbon, CIUHCT)»
*
(reprodução integral de mensagem de correio electrónico entretanto recebida, reenviada por Paula Cristina Remoaldo)

"Concurso de Teses de Economia e de Finanças - Centre des Professions Financières"

«Senhora, Senhor,
Sou Angela BARBOSA e trabalho numa associação chamada o Centro das Profisões Financeiras (CPF) e sou responsável do Concurso de Economía e da Finança que organizamos cada ano.
O Centro das Profisões Financeiras (CPF) é um organismo de interesse geral com âmbito educativo – aplicação da lei 1901 – que tem como missão de “entender e fazer entender as Profisões Financeiras”.
O âmbito de este concurso é de premiar o trabalho de estudantes em segundo e tercero ciclos, de todas as fileiras, que escriveram uma tese sobre uma problemática financeira.
Cada ano mais de 50 000€ de prêmios são distribuidos entre os estudantes e a faculdade participante durante uma Ceremonia de entrega de prêmios que occorerá no mês de março 2011 em Paris.
Invitamos a descobrir adjunto um ejemplar em inglés da nossa publicação que trata de nosso evento. Encontrará também um aúncio publicitário todas as informações referentes ao concurso.
Graças a cuidar aos documentos a completar y a enviar. Nossa direção é Centre des Professions Financières, 20 rue de l’Arcade – 75008 Paris, France.
Invitamos a divulgar esta publicação a vossos estudantes y profesores que poderiam ser interesados.
Informo que só 10 teses são aceptados por fileira, y que a data limite de depósito é o 15 de dezembro de 2010.
Si é possível, graças a informar-me da sua participação (e do número de participantes).
Fico a sua disposição,
Saudações cordiais,

Angela BARBOSA
Chargée de mission Développement Commercial Centre des Professions Financières
20, rue de l'Arcade - 75008 Paris
Tél. 01 44 94 02 55 - Fax. 01 44 94 02 62
a.barbosa@professionsfinancieres.com»
*
(reprodução do corpo principal de mensagem que me caiu há dois dias na caixa de correio electrónico, com a proveniência identificada)

sexta-feira, dezembro 03, 2010

O Ensino Básico e Secundário e a Crise em Portugal em 2010 - quarta parte

7 - ENSINO PROFISSIONAL: POR ONDE ANDAS?
O Ensino Profissional foi criado em 1989, em 170 escolas, que formam técnicos intermédios, em cursos de três anos, a partir do 9º ano. Entre os anos lectivos de 2006/2007 e 2009/2010, o número de estudantes a frequentar cursos profissionais em Portugal passou de 44 466 para 126 723, representando um aumento de 185%. Relativamente ao ano lectivo transacto, intensificou-se o crescimento da abertura de vagas para cursos profissionais nas escolas secundárias públicas em 46,7%, sendo que das cerca de 500 escolas secundárias, 472 têm oferta de cursos profissionais, o que representa uma cobertura de cerca de 90%.
Na escola onde um meu neto frequenta o 11º ano de Ciências também está instituído o “Ensino Profissional”, mas o que ele me diz é que para esse Ensino transitam os alunos bi- e tri-repetentes, transformando-se esse tipo de ensino numa “porta do cavalo” para entrada no Ensino Superior.
Esta forma de atacar a questão do “insucesso escolar” não é honesta, mas, mais ou menos subrepticiamente, é adoptada pelas autoridades do MEN.
As Escolas Industriais e Comerciais surgiram no contexto da criação de novas escolas técnicas, por parte do Estado Novo, na sequência da reforma cujas bases foram promulgadas pela Lei n.º 2025, de 19 de Junho de 1947. Visava-se, então, o desenvolvimento do ensino técnico profissional. Entre os Cursos criados figuravam: Ciclo Preparatório do Ensino Técnico; Curso Geral do Comércio; Curso de Formação Feminina; Curso de Formação de Serralheiro; Curso de Formação de Montador Electricista e outros cursos em regime de aperfeiçoamento: Curso Geral de Comércio; Curso de Formação de Serralheiro; e Curso de Formação de Montador Electricista. Essas escolas tinham equipamentos próprios, alguns de elevado valor e nível técnico. A Lei n.º 5/73, mais conhecida por reforma Veiga Simão, alterou a designação das escolas Industriais, que passaram a denominarem-se de Técnicas.
A criação do Ensino Secundário Unificado em 1975, após o 25 de Abril de 1974, conduziu à abolição de distinções entre as escolas, que passaram a ser todas designadas por Secundárias
Este “golpe de misericórdia” no Ensino Técnico Profissional foi e continua a ser dramático para o País. A ideia desta abolição era a de uma pressuposta “igualdade de tratamento”, isto é, acabar com o “elitismo” do Ensino Liceal. Na verdade eu próprio fui vítima desse elitismo, pois comecei por tirar o Curso Comercial na Escola Industrial e Comercial de Leiria e, para passar para o Ensino Liceal, fui submetido a duras “provas de transição”. Por outro lado, os detentores, por exº., do Diploma do Curso de Formação de Montador Electricista não podiam concorrer ao lugar de “Artífice” existente nos quadros das universidades. Esses lugares eram reservados para os detentores do “Curso Geral dos Liceus” (5º ano, equivalente ao 9º anos de escolaridade actual). Esta era uma segregação “racial”: o Ensino Técnico Profissional era para os "filhos dos pobres e/ou os filhos de outras etnias". Mas o facto é que, infelizmente, hoje continua a ser assim com algumas agravantes: 1ª, é uma “porta do cavalo” para entrada no Ensino Superior, criando graves injustiças para os que entram pelo via normal; 2ª, tendo-se perdido (por envelhecimento, deterioração) todo o equipamento que existia nas antigas Escolas Industriais (tornos, frezas, e tudo o mais relativo a Oficinas de Serralharia Civil, Serralharia Mecânica, Mecânica Automóvel, Oficinas de Carpintaria e Móveis; Oficinas de Cantaria, Oficinas de Tecelagem, Oficinas de Electricidade, Oficinas de Electrónica, Laboratórios Oficinais, etc., etc.), restam uns “laivos” de Ensino Profissional “aderentes” às Escolas Secundárias normais.; 3ª, dada a utilidade Ensino Técnico Profissional para a Sociedade, restam algumas escolas privadas, mal equipadas, frequentemente com docentes de baixo nível, mas onde se pagam altas propinas; portanto só acessíveis a “famílias ricas”. Isto é, acontece o contrário daquilo que se pretende: Ensino Técnico Profissional público, acessível tanto a “classes pobres” como a “classes ricas” de grande nível, exigente, em escolas independentes, com equipamentos adequados a cada tipo de curso, ombreando completamente com o Ensino Secundário Normal (12º. ano) e tendo o mesmo nível de exigência.
Um Ensino Técnico Profissional digno desse nome deve “formar” técnicos de nível médio para a Indústria, o Comércio, etc.: Montador Electricista, Montador Mecânico, Topógrafo, Construtor, Contabilista, Solicitador, Bancário, Jornalista, Técnico de Laboratório Químico ou outro, etc., etc. Embora este sistema de Ensino deva ser dirigido a uma profissão de nível médio,
logicamente que, neste caso, o acesso ao Ensino Superior também deve ser igual ao das Escolas de Ensino Secundário Normal (12º. ano).
JBM (Nov. 2010)

[Continua]

quinta-feira, dezembro 02, 2010

O Ensino Básico e Secundário e a Crise em Portugal em 2010 - terceira parte

5 - PERANTE ESTE CAOS NO ENSINO B+S EM PORTUGAL, QUE FAZER?
Como antes se viu, a correcção estrutural da Economia Portuguesa passa por uma verdadeira revolução no Ensino B+S, a qual continua por realizar. Que fazer?
Em 1º lugar há que remodelar profundamente o plano de estudos, sobretudo entre o 5º e o 9ºanos . “Disciplinas” como “Formação Cívica”, “Estudo Acompanhado”, “Área de Projecto”, que só servem para “dar horário” a docentes que nada sabem das matérias essenciais, devem ser eliminadas e a respectiva escolaridade distribuída por disciplinas fundamentais tais como a Matemática e a Física e Química. Além disso, a disciplina de Educação Física deve passar para as “actividades circum-escolares” e não haver testes dela, devendo a escolaridade respectiva ser atribuída a uma disciplina de “Economia” que, sendo fundamental na formação geral de qualquer cidadão, não existe no plano de estudos até ao 9ª ano nem depois. Deve ser dada de forma científica por docentes com licenciatura em Economia. A disciplina de “Educação Moral e Religiosa Católica”, que é facultativa, deve ser substituída por uma disciplina de “Religiões e Culturas”, a qual deve ser obrigatória e dada de forma científica por docentes com licenciatura apropriada. A disciplina de “Educação Tecnológica” tem de ser dada por docentes com licenciatura no domínio das Engenharias. A disciplina de “Educação Visual” tem de ser dada por docentes com licenciatura no domínio da Arquitectura. Os conteúdos programáticos de disciplinas como a Matemática têm de ter uma sequência lógica, sem lacunas nem sobreposições, do 1º ano até ao 12º. Por exº., as matérias de “Estatística” “enxameiam” repetitivamente todo o programa do 5º. ao 12º anos, quando bastava tê-las num semestre por volta do 9º ano. Por outro lado, a matéria de “mudanças de base de numeração”, nomeadamente da base 10 para a base 2 e vice versa, não existe no Ensino Secundário, quando essa base é essencial para se entender o significado de 1 bit e daí o funcionamento de qualquer computador. O mesmo acontece quanto ao significado de 1 “byte”. Nem mesmo nos rudimentos de Informática que são dados na “disciplina” “TIC” são dadas essas matérias.
Mas há outras falhas gritantes nos planos de estudo: os alunos saem do 12º anos com 18 anos, prontos a votar nas eleições dos órgãos do poder do País, mas nem sequer lhes ensinaram quais são as funções desses órgãos do poder! Em 12 anos, não se conseguiu espaço para uma uma disciplina que no “antigamente” tinha a designação de “Organização Política e Administrativa da Nação” e que melhor podia ser designada de “Princípios de Direito e Organização Política do País”. Actualmente, tenta-se colmatar esta falha “falando” do assunto na disciplina de Filosofia, declarando-se, logo nas primeiras lições, que “a Filosofia não é uma Ciência porque não tem base experimental”. De facto o que se dá em Filosofia é uma “misturada” de “Retórica”, com “Argumentação sócio política", mais uns “laivos” de “Psicologia”, etc. De Filosofia, Ciência de todas as Ciências (Ciências Humanas , Ciências “Exactas” e Ciências Naturais), quase nada se dá.
Em 2º lugar, há que descentralizar pelo menos o Ensino Secundário. Faz algum sentido que os concursos para colocação de professores do 1º ciclo, por exº., tenham de estar centralizada em Lisboa, dando azo às mais aberrantes situações, como a de um docente do 1º ano (1ª classe) que mora e tem família em Valença ser colocado em Faro e vice versa? Além da situação, altamente antipedagógica, de um aluno de uma dada escola B (ou B+S) ter docentes da mesma disciplina que mudam de ano para ano! Além de tudo isso, os Presidentes dos Conselhos Directivos das Escolas B e B+S não têm quaisquer poderes disciplinares nem mesmo poderes administrativos fundamentais, como o de poder contratar em regime provisório um docente para uma disciplina cujo docente adoeceu ou faleceu a meio de um período escolar.
O que acima se diz chega para mostrar o caos que se vive no Ensino B+S em Portugal e que leva os melhores docentes a tentarem aposentar-se tão cedo quanto lhe é possível, mas haveria muito mais a dizer.

6 - “PROVAS DE AFERIÇÃO” e EXAMES NACIONAIS
Como acima se disse, são os próprios ministros(as) que dizem que o docente no Ensino B+S está, na prática, impedido de “reter” qualquer aluno em cada ano na disciplina que lecciona. Mas no 4º, no 6º e no 9º anos há “Provas de Aferição” relativas a algumas disciplinas, que não servem para avaliar os alunos, mas sim a “performance” de cada escola. Essas provas são realizadas por alunos da escola sob a forma de uma “amostragem”. Isto é, nem todos os alunos de uma dada disciplina são submetidos a provas; somente os de algumas turmas, as quais são, logicamente, as turmas com os melhores alunos. Deste facto e da circunstância de o número de alunos variar muito de escola para escola, incluindo as escolas privadas, resulta uma completa trapalhada no “ranking” das escolas publicado em cada ano. Os exames nacionais são realmente feitos para avaliar os conhecimentos de cada aluno numa dada disciplina, mas eles são apenas realizados em disciplinas essenciais ao acesso ao Ensino Superior. Os enunciados destas provas, como os das Provas de Aferição, estão centralizados no GAVE (Gabinete de Avaliação Educacional) do Ministério da Educação, e já vimos acima exemplos da forma deficiente como são elaborados pelo GAVE muitos pontos das provas de aferição” e dos exames nacionais, principalmente das disciplinas de Matemática e de Física e Química, e mesmo alguns dos erros que são cometidos na elaboração desses enunciados. Por este motivo e porque as notas de cada aluno nestes exames contam apenas em 35% para a média de acesso ao Ensino superior, sendo os outros 65% resultado dos testes realizados ao longo do ano na escola secundária respectiva, pública ou privada, resultam graves injustiças no acesso ao Ensino Superior, podendo entrar à frente alunos que deveriam ficar atrás. Com efeito, neste caso, as escolas privadas terão todo o interesse em realizarem testes menos exigentes durante o ano para que os seus alunos tenham altas notas e fiquem colocados nos 65% acima referidos. Para piorar a situação, por um lado, os professores do Ensino Superior nenhuma intervenção têm nos exames nacionais, mesmo nas disciplinas específicas de entrada num dado curso, por outro lado, à entrada no Ensino Superior podem candidatar-se alunos provenientes do “Ensino Profissional” ou do programa “Novas Oportunidades”. Isto é, as Universidades e os Politécnicos recebem os alunos por via “administrativa”, centrada no MEN, sem qualquer intervenção do MCTES.

JBM (Nov.2010)
-
[Continua]

Passatempo (IV)

Há direcções de Escolas/Institutos que tratam os seus Departamentos como caixotes do lixo, esquecendo que é dos Departamentos e Unidades de Investigação que vem o essencial da capacidade de prestação de serviço que as Escolas/Institutos mantêm. Ilustra-se esta afirmação com a reprodução de excerto de uma proposta de "Regulamento dos Serviços" de uma Escola/Instituto da UMinho; concretamente, escreve-se:
"[...]
a) Assegurar o atendimento geral, prestando as informações de carácter genérico;
b) Apoiar administrativamente os Departamentos da Escola, designadamente em termos de expediente geral, arquivo, contabilidade, serviço docente, relatórios de actividades e elaboração dos processos de contratação dos docentes, entre outras tarefas;
c) Prestar apoio administrativo aos Docentes;
d) Gerir a gestão do economato, procedendo ao registo da entrega de material e interagindo com o Serviço Financeiro em matéria de diagnóstico das necessidades de aquisição.
e) Gerir o empréstimo de computadores portáteis e material multimédia, bem como das chaves de salas, gabinetes e cacifos, efectuando o respectivo registo;
[...]"
Note-se que o quadro de pessoal que é suposto assegurar todas as tarefas listadas e outras que não reproduzi apenas para abreviar a citação é o mesmo que assegura actualmente um serviço (insuficiente) aos Departamentos que estão em causa. Fala-se depois de qualidade da prestação de serviços, de eficiência e não sei quantos mais lugares comuns.
Continua a haver doces para oferecer a quem seja capaz de identificar as Escolas/Institutos em que isto sucede. Vá, não sejam tímidos, façam-me chegar os vossos prognósticos!

J. Cadima Ribeiro

"As escolas secundárias intervencionadas pela Parque Escolar vão pagar em 2011 à empresa pública uma média anual de cerca de 500 mil euros de renda"

Notícia DN
Parque Escolar vai cobrar 50 milhões em rendas em 2011:
http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1722082
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quarta-feira, dezembro 01, 2010

O Ensino Básico e Secundário e a Crise em Portugal em 2010 - segunda parte

3 - CONTINUA INSTITUÍDA UMA CULTURA DE “FACILITISMO” EM VEZ DE UMA CULTURA DE TRABALHO E MÉRITO DESDE O 1º AO 12º ANOS.
Até há poucos anos, não havia programas de Ensino até ao 4º ano (antiga 4ª classe). Os professores davam, quando davam, o que entendiam. As Escolas funcionavam essencialmente como infantários ou “depósitos” de crianças que os Pais as iam levar de manhã e buscar ao meio dia ou à tarde. Daí que os meus netos saídos do 4º ano só soubessem fazer uma conta de somar com duas parcelas e dificilmente uma conta de diminuir ! A tabuada, nem pensar nela era bom... As crianças deviam brincar... Quando muito, os estudos deveriam ser mais uma brincadeira, como outros jogos próprios da idade – daí a distribuição de computadores aos alunos da Primária, onde o aluno para fazer uma soma entra com as parcelas que caem do “céu” e aparece a soma feita (!), quando desde a 1ª classe se devia dizer que estudar é trabalhar e para brincadeira bastam os períodos de “recreio” nos intervalos das aulas.
E a ideia de que o estudo deve ser uma brincadeira, segundo os cânones dos “sábios” do MEN, continua até ao 12º ano. Vejamos os títulos dos manuais escolares, por exº o dos manuais de “Língua Portuguesa”: “Nas Asas da Fantasia”; ou o de matemática do 12º ano: “X€QMAT” . E a brincadeira continua dentro dos manuais e nos textos das próprias provas de exame de matemática que vêm do MEdu.: a 1ª questão da prova escrita de física e química – A 2006.F2v1 reza assim:
“1. Leia atentamente o texto seguinte:
Há 10 ou 20 mil milhões de anos sucedeu o Big Bang, o acontecimento que deu origem ao nosso Universo...”.
No 12º ANO (!) continua-se no reino da Fantasia, mas agora com consequências traumatizantes para muitos alunos. No interior dos manuais, nos trabalhos para casa e nos próprios pontos de exame incluem-se perguntas que incidem sobre uma banda desenhada! É ou não verdade que esses “sábios” do MEN entendem que o ensino não deve ser coisa muito séria, mas sim uma fantasia, por vezes muito caprichosa, mas sem qualquer relação com a vida que o aluno(a) vai enfrentar amanhã?.

4 - O PROGRAMA DE CADA DISCIPLINA NÃO ESTÁ CONCEBIDO DE FORMA A O(A) ALUNO(A) ASSIMILAR FACILMENTE OS FUNDAMENTOS DA CIÊNCIA EM CAUSA?
Por exº, os programas da disciplina de Físico-Químicas do 7º. ao 9º e de Física e Química do 10º ao 12º são uma misturada de “Astrofísica”, “Cosmologia”, “Astronomia”, “Meteorologia”, etc. etc. Fala-se da vida de cientistas famosos, das alterações climáticas, das Nebulosas, da constituição da Luz, do Campo Electromagnético, etc.. Metem-se poemas dentro de Manuais de Física! Divaga-se sobre planeamento de investigações complicadas e de instrumentos maravilhosos, etc. etc. Pelo meio desse emaranhado lá aparecem, timidamente, as Leis de Newton e de Lavoisier, (mas não a de Proust), Lei d’Ohm e outras também fundamentais.
Este tipo de Ensino(?) é completamente alheio noutros países: consultando livros de texto (College ou General Physics e College ou General Chemistry) de cursos do mesmo nível da cena internacional, nada se encontra semelhante aos fantasiosos programas de Física e Química para o Ensino Básico e Secundário deste País!
Além disso, a matéria está mal ordenada: chega-se a ensinar aos alunos o cálculo do rendimento de uma máquina antes de lhes ensinar os conceitos de trabalho de uma força e de potência e respectivos tipos de unidades usuais. Também não há coordenação entre os programas de Físico-Químicas do 7º. ao 9º e os de Física e de Química do 10º ao 12º.
No Básico, e até no Secundário, as matérias são dadas de um ponto de vista “jornalístico”, não de um ponto de vista científico. Tudo com um carácter fantasioso, não como matéria séria e útil para aplicações concretas na vida real, embora a esta se faça profusa referência.
E os programas de Matemática não estão muito melhores. Tem-se a absurda pretensão de dar no secundário grande parte do que é próprio do superior, nomeadamente cálculo diferencial e funções de variável complexa. A situação é tanto mais absurda quanto a escolaridade da disciplina é baixa (2 aulas por semana) do 5º ao 12º ano e, além disso, aos alunos do 1º até ao 4º ano quase nada é ensinado de matemática (como, aliás das outras matérias: Língua Portuguesa, História, Ciências Naturais, etc.)
Depois, um tanto como em Físico-Químicas, a confusão é enorme: A “Estatística” é dada em todos os anos do 5º ao 12º! . A Trigonometria é dada no Básico (9ºano) e volta a ser dada no Secundário! Também as Sucessões, Limites, etc., são dados “às fatias” em mais do que um ano!
Na Geometria faz-se uma baralhada, não se distinguindo claramente Geometria Elementar no Plano e no Espaço tridimensional, da Geometria Analítica que é assunto bem diferente. A Geometria Elementar no Plano e no espaço começa a ser dada no Básico (5º ao 9ºano) e volta a ser dada no Secundário! Há até um pormenor curioso, que mostra bem a desorientação: o 5º ano de Matemática inicia-se com “Planificação de Sólidos: prismas, pirâmides, cilindros e cones” quando ainda nada foi dado aos alunos de Geometria Elementar no Plano! No que diz respeito a desenhos ilustrativos a realizar à mão livre, que são altamente formativos, e cálculos numéricos, também à mão ou com máquinas vulgares, não são incentivados e obrigam-se os alunos a adquirir de calculadoras com a capacidade de traçar gráficos de algumas funções. Porém, contraditoriamente proíbem-se os alunos de usar essas mesmas calculadoras ou outras muito mais baratas para fazer o cálculo numérico de funções, determinando, em particular, os limites das mesmas quando a variável independente tende para um certo valor (por ventura zero ou infinito) ! E alguns professores acrescentam que esses tratamentos numéricos são próprios das Engenharias e eles, professores, se formaram em Matemáticas Puras, nada tendo a ver com a Engenharia...

JBM (Nov. 2010)
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[Continua]

Always do right

"Always do right. This will gratify some people and astonish the rest."

Mark Twain

(citação extraída de SBANC Newsletter, November 30, Issue 647 - 2010, http://www.sbaer.uca.edu/)