Fórum de Discussão: o retorno a uma utopia realizável - a Universidade do Minho como projecto aberto, participado, ao serviço do engrandecimento dos seus agentes e do desenvolvimento da sua região

quarta-feira, fevereiro 28, 2007

Notícias de Harvard, a começar a semana - um comentário

As notícias de Harvard, de que dei aqui conta ontem e anteontem, mereceram 1 (um) comentário, que reproduzo abaixo, depois de me ter caído na caixa de correio electrónico em 07/02/26, à semelhança da mensagem original. O autor do comentário é pbarbosa@ilch.uminho.pt.
O debate na UMinho mostra-se animado!
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«A inspirar-nos nos melhores, teríamos de fazer uma grande reforma do nosso sistema universitário...
O 'core curriculum' é o conjunto das disciplinas que ***todos*** os alunos, independentemente do curso, têm de frequentar. É um conceito que se aplica ao sistema universitário americano em geral e não apenas a Harvard: baseia-se na ideia de que há requisitos comuns, tranversais, que devem incluir um determinado número de créditos de cada uma das principais áreas do conhecimento: das 'liberal arts' (humanidades, língua materna e estrangeira, etc.) às ciências exactas, naturais e sociais.
É essa transversalidade que garante duas coisas:
a) a formação geral de indivíduos minimamente informados acerca das preocupações centrais (e formas de pensar) das principais áreas do conhecimento;
b) a sobrevivência de áreas do conhecimento que, sendo fundamentais, têm um horizonte de empregabilidade reduzido.
Uma forma inteligente de encarar a gestão do curriculum.»

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Notícias de Harvard, a começar a semana - II

Reproduzo de seguida a 2ª parte de uma mensagem que me caiu na caixa de correio electrónico ontem, e de que dei notícia da 1ª parte na ocasião, sob o mesmo epígrafe. Parece-me valer a pena a respectiva leitura, se bem que, como frisei na altura, possa provocar algumas cócegas.
Outro tanto acontece, aliás, com as declarações produzidas por alguns reitores, retidas por Blog de Campus, sob o título, de ontem, "Reitores pouco favoráveis ao fim do sistema de eleições". Note-se a subtileza do título (...pouco favoráveis ao fim do sistema ...). São mesmo uns malandrões, os editores do blogue, digo!
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«[...]
One point likely to raise eyebrows among academic traditionalists is the rationale for the newly mandated study of Empirical Reasoning, which will cover math, logic and statistics. It is being added, the committee report says, because graduates of Harvard "will have to decide, for example, what medical treatments to undergo, when a defendant in court has been proven guilty, whether to support a policy proposal and how to manage their personal finances." Does this mean balancing a checkbook is on a par with balancing equations? What about learning for learning's sake? What about the study of history, which Harvard will no longer require, even though its recently announced new president, Drew Gilpin Faust--the first woman to head the institution--is a renowned historian?
The plan's advocates say the curriculum is flexible enough that students will still be able to take courses in whatever interests them, be it ancient art or cutting-edge science. What's crucial, they say, is that the new approach emphasizes the kind of active learning that gets students thinking and applying knowledge. "Just as one doesn't become a marathon runner by reading about the Boston Marathon," says the committee report, "so, too, one doesn't become a good problem solver by listening to lectures or reading about statistics." Acknowledging how important extracurricular activities have become on campus, the report calls for a stronger link between the endeavors students pursue inside and outside the classroom. Those studying poverty, for example, absorb more if they also volunteer at a homeless shelter, suggests Bok, whose 2005 book, Our Underachieving Colleges, cites a finding that students remember just 20% of the content of class lectures a week later.
There were, however, some contemporary concerns that didn't make the final cut. In October, before finalizing its recommendations, the committee proposed mandating the study of "reason and faith." That drew sharp criticism from faculty members like psychology professor Steven Pinker. "The juxtaposition of the two words makes it sound like 'faith' and 'reason' are parallel and equivalent ways of knowing," he wrote in the Harvard Crimson. "But universities are about reason, pure and simple." Though 71% of incoming students say they attend religious services and many already elect to study religion, the committee gave in, ultimately substituting a "culture and belief" requirement. It turned out to be more practical.
Find this article at:
(extracto de mensagem electrónica proveniente de jcrmendes@ilch.uminho.pt)

segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Notícias de Harvard, a começar a semana - I

Reproduzo de seguida a 1ª parte - porque é algo longa - de uma mensagem que me caiu na caixa de correio electrónico esta manhã. Parece-me valer a pena a respectiva leitura, se bem que possa provocar algumas cócegas.
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«Notícias da melhor universidade do mundo:
Thursday, Feb. 22, 2007
As Harvard Goes ...
By Jeremy Caplan
The easiest way to start an academic brawl is to ask what an educated person should know. The last time Harvard University tackled that question was in 1978, when it established its Core Curriculum, which focused less on content than on mastering ways of thinking. Like Harvard's so-called Red Book standards of 1945, which helped inspire a generation of distribution requirements, the core had broad resonance at other major universities. Now, after a four-year process initiated under controversial former president Lawrence Summers, the nation's most famous university has come up with a whole new set of guidelines that proponents say will help clarify how liberal-arts subjects like philosophy and art history shed light on the hurly-burly of more quotidian topics. "Students will be more motivated to learn if they see a connection with the kinds of problems, issues and questions they will encounter in later life," says interim president Derek Bok. Harvard isn't the only institution rethinking what and how to teach its students. Yale, Rutgers and the universities of Pennsylvania and Texas have recently made similar changes, and now that Harvard has joined the club, others are likely to follow.
Harvard's new curriculum establishes eight primary subject areas that all students will have to take. The categories include Societies of the World, encompassing subjects like anthropology and international relations; Ethical Reasoning, a practical approach to philosophy; and the United States in the World, which will likely span multiple departments, including sociology and economics. The plan, which is expected to be formally approved by the faculty in May, won't go into effect before September 2009 at the earliest.
But the school is already preemptively dismissing charges that it is embracing purely practical knowledge. "We do not propose that we teach the headlines," said a report published on Feb. 7 by the curriculum committee, comprising professors, students and a dean. "Only that the headlines, along with much else in our students' lives, are among the things that a liberal education can help students make better sense of."
[...]»
(extracto de mensagem electrónica proveniente de jcrmendes@ilch.uminho.pt)

domingo, fevereiro 25, 2007

"University research and the location of business R&D"

"We investigate the relationship between the location of private sector R&D labs and university research departments in Great Britain. We combine establishment-level data on R&D activity with information on levels and changes in research quality from the Research Assessment Exercise. The strongest evidence for co-location is for pharmaceuticals R&D, which is disproportionately located near to relevant university research, particularly 5 or 5* rated chemistry departments. This relationship is stronger for foreign-owned labs, consistent with multinationals sourcing technology internationally. We also find some evidence for co-location with lower rated research departments in industries such as machinery and communications equipment."
Laura Abramovsky (Institute for Fiscal Studies)
Rupert Harrison (Institute for Fiscal Studies and University College London)
Helen Simpson (Institute for Fiscal Studies)
Date: 2007-01
(resumo de "paper" disponível no sítio referenciado)

sábado, fevereiro 24, 2007

O choque tecnológico

"Por cá, o choque converteu-se na dedicação total das IES a um único projecto: como fazer omoletes sem ovos. Fico sem saber porque se avançou com Bolonha nesta altura. Por que, nestas condições, só se for para fazer mais do mesmo. Com a desvantagem de alienar, provavelmente de vez, muitos dos indecisos relativamente ao processo.
Adicionalmente, o célebre dinheiro da ciência, anunciado num também célebre Prós&Contras, levou sumiço até ao momento. Ouço falar de dívidas com três anos.[...]"
MJMatos
(extracto de comentário a mensagem intitulada "O choque tecnológico", datada de 07/02/23, disponível em JVC-ApontamEntoS - Reformar a Educação Superior)

sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Estas coisas são contagiosas!

No seu blogue (Co-Labor), Alexandre Sousa noticia, em 07/02/22, que "A Reitoria da U.A. e o respectivo Conselho Científico promoveram (ontem) uma sessão para discutir a gestão do E.S.
Duas personalidades deram a cara por este debate: Rosa Pires (U.A.) e Neves Adelino (UNL).
3 tópicos, dos quais 2 com base em documentos – Relatório OCDE e discurso MCTES 14.02.07 – e um de carácter divagatório em torno dos critérios de competência para avaliar um Reitor.[...]".
Não acham isto uma provocação? Ou, até, uma grande pouca vergonha?
Onde é que já se viu uma reitoria patrocinar e/ou estimular um debate sobre a gestão do Ensino Superior e as competências do próprio reitor? Será porque o reitor da UAveiro não é um reitor, mas uma reitora?
Outro tanto vale para o "conselho científico" da referida Instituição. Não teme o dito que o poder caia na Academia, o que equivale a dizer "na rua"? Instalado este clima de abertura ao debate e à liberdade de opinião, há o risco de passar a haver "Universidade" ou, se se quiser, "Univercidade". Depois, estou para ver como as autoridades universitárias vão repor o "romance" em que temos vivido.
Note-se que não estou especialmente preocupado com a Universidade de Aveiro mas com muitas outras. É sabido serem estas coisas contagiosas!

J. Cadima Ribeiro

“Boosting Innovation Performance in Brazil”

“Brazil's main challenge in innovation policy is to encourage the business sector to engage in productivity-enhancing innovative activities. At 1% of GDP, R&D spending (both public and private) is comparatively low by OECD standards and is carried out predominantly by the government. Most scientists work in public universities and research institutions, rather than in the business sector. Output indicators, such as the number of patents held abroad, suggest that there is much scope for improvement. Academic patenting effort is being stepped up and should be facilitated by the easing of restrictions on the transfer and sharing of proceeds of intellectual property rights between businesses and public universities and research institutions. Innovation policy is beginning to focus on the potential synergies among science and technology promotion, R&D support and trade competitiveness. To be successful in boosting business innovation, these policies will need to be complemented by measures aimed at tackling the shortage of skills in the labour force; this shortage is among the most important deterrents to innovation in Brazil, particularly against the backdrop of a widening gap in tertiary educational attainment with respect to the OECD area.”

Carlos H. de Brito Cruz
Luiz de Mello
Keywords: human capital, productivity, innovation
Date: 2006-12-06
URL: http://d.repec.org/n?u=RePEc:oec:ecoaaa:532-en&r=edu

(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Recomendação de leitura

Com um imenso sublinhado, aqui estou a fazer a recomendação de leitura do texto «O “horror lusitanorum” da FCT», de António Fidalgo, disponível no blogue de JVC (Reformar a Educação Superior), em entrada de hoje, intitulada "Novo Artigo".
O que aí se diz retrata a realidade da gestão actual do MCTES, mas poderia reportar-se a muitas outras situações da governação pública nacional, presentes e passadas. Escuso-me, nesta altura, a comentar o provincianismo dos lisboetas que cultivam a política científica (e a "boa" gestão de recursos) a que António Figalgo se refere.

J. Cadima Ribeiro

Entrepreneurship as survival

"Nobody talks of entrepreneurship as survival, but that's exactly what it is and what nurtures creative thinking."

Anita Roddick

(citação extraída de SBANC Newsletter, February 13, Issue 457-2007, http://www.sbaer.uca.edu )

terça-feira, fevereiro 20, 2007

“Which Factors Determine the Grades of Undergraduate Students in Economics? Some Evidence from Spain”

"This paper analyses the determinants of grades achieved in three core subjects by first-year Economics undergraduate students at Universidad Carlos III de Madrid, over the period 2001-2005. Gender, nationality, type of school, specialization track at high school and the grades at the university entry exam are the key factors we examine. Our main findings are that those students who did a technical track at high school tend to do better in mathematics than those who followed a social sciences degree and, that the latter do not perform significantly better than the former in subjects with less degree of formalism and more economic content. Moreover, students from public schools are predominant in the lower (with social sciences or humanities tracks) and upper (with a technical track) parts of the grade distribution, and females tend to perform better than males."

Juan J. Dolado (Universidad Carlos III de Madrid, CEPR and IZA Bonn)
Eduardo Morales (Harvard University)
Keywords: grade achievement, school type, gender, multinomial logit, quantile regressions
Date: 2006-12
URL: http://d.repec.org/n?u=RePEc:iza:izadps:dp2491&r=edu

(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

O balanço foi pobre

"Mariano Gago discursou há dias no Conselho Nacional de Educação. [...].
O balanço foi pobre, nem podia ser outro: a alteração cosmética da lei de bases, o decreto dos CET, o do acesso de adultos, o de Bolonha. Claro que não podia faltar o exercício de estudo estrangeiro, da OCDE e da ENQA, como se fossem actividades do MCTES, durante todo este tempo. [...].
Sobre Bolonha, era melhor nem falar. Processo atabalhoado, com prazos curtíssimos, apreciação formalista, ausência de quadros de referência de qualificações, o delírio dos mestrados integrados, o atraso na apreciação dos novos mestrados politécnicos, muito mais."

João Vasconcelos Costa

(extractos de mensagem datada de hoje, intitulada "Discurso de um ministro a meio do caminho", disponível no blogue do autor - Reformar a Educação Superior)

"As desigualdades sociais e a desvalorização dos diplomas"

"Durante muito tempo o acesso a um diploma universitário permitiu, no nosso país, aceder com relativa facilidade a um emprego qualificado, com o correspondente estatuto social, e, além disso, o próprio diploma universitário constituía em si mesmo um importante símbolo de status. Isto, porém, ocorreu sobretudo enquanto o acesso à universidade era exclusivo das elites. Nas últimas décadas tal cenário alterou-se substancialmente. O que quer dizer que o processo de mobilidade ascendente pode tornar-se uma mera ilusão, visto que, enquanto subimos a escada ela própria desliza para baixo. Ilusão que, actualmente se desfaz quando, com o diploma na mão, o recém licenciado esbarra na porta do desemprego ou apenas consegue um «semi-emprego». Hoje, os jovens que saem da universidade entram no mercado de trabalho, na sua maioria, através de empregos precários e desqualificados, empregam-se nas lojas dos Soppings, nos MacJobs, nos Call Centers, etc., e os que têm sorte ou «boas relações» conseguem, a custo, abrir mais tarde uma porta para uma profissão mais promissora."

Elísio Estanque

(extracto de mensagem, datada de 07/02/08, intitulada "As desigualdades sociais e a desvalorização dos diplomas", disponível no blogue do autor - BoaSociedade)

domingo, fevereiro 18, 2007

Que autoridade moral tem para criticar o Ministério?

«O senhor reitor Guimarães Rodrigues parece criticar as "políticas de nivelamento por baixo" do Ministério, ao tratar de igual forma as instituições que apresentam padrões de qualidade elevada e as outras, e não reflectindo em termos orçamentais essas diferenças. Tem toda a razão. Mas pergunta-se: não é exactamente o que a Universidade do Minho faz internamente? Os orçamentos das escolas e departamentos valorizam a qualidade? Os cursos a quem o mercado reconhece mérito são valorizados pela instituição? Os académicos cujo mérito é reconhecido pelas suas publicações internacionais são mais bem acolhidos pela instituição do que aqueles cujo mérito se resume a "apoias as pessoas certas no mento certo"? Então, qual a autoridade moral para criticar o Ministério...?»
(comentário de autor anónimo à mensagem intitulada "É dificil explicar à academia", datada de 07/02/16)

sábado, fevereiro 17, 2007

A frase do dia

Há uma frase que invoco de quando em quando para explicitar um dos princípios que me têm orientado na vida, e que é:

"quando tenho razão, não preciso de sentir-me acompanhado!"

O contraponto desta filosofia é algo que me rodeia quotidianamente e que me provoca o maior desconforto, embora procure não o exprimir na relação pessoal. Esse contraponto é:

"quanto mais mediocre alguém se reconhece, mais necessidade tem de fazer vingar a sua afirmação pesssoal (e profissional) numa rede alargada de cumplicidades".

Dessa forma, os medíocres protegem-se e promovem-se uns aos outros. A frase que cito abaixo e o contexto que é invocado - "The Higher Education I know is in a mess" - são bem disso ilustração.

J. Cadima Ribeiro

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

É dificil explicar à academia

«UM: Padrões de elevada qualidade não contam nos financiamentos


As universidades portuguesas avaliadas por entidades nacionais e estrangeiras como tendo padrões de elevada qualidade andam a financiar as outras com menor qualidade.
Esta revelação foi feita pelo reitor da Universidade do Minho, no dia em que apresentou o relatório de actividades do ano transacto. Para Guimarães Rodrigues esta é a principal justificação para que as transferências de verbas para a academia minhota se tenham ficado pelos 2,5% em vez dos 9% reais. "O princípio de coesão determina que as universidades com parâmetros de elevada qualidade não possam ter financiamentos superiores a 3% e as outras não possam ter financiamentos inferiores a 3%, penalizando assim as universidades com melhores desempenhos".
O reitor reconhece que é difícil "explicar à academia que apesar de terem sucesso reconhecido têm menos dinheiro ao seu dispor", sendo da opinião de que "a coesão não deveria ser um ónus suportado pelas universidades e sendo uma questão política deveria ser tomada a montante".
A Universidade do Minho recebeu do Orçamento do Estado em 2006 cerca de 60 milhões de euros, menos um milhão do que no ano anterior, e gerou em termos de receitas próprias 110 milhões de euros, vindos, sobretudo, das propinas e de projectos desenvolvidos pelos investigadores da academia minhota. "Tivemos menos financiamento do que no ano anterior, mas mesmo assim conseguimos manter o plano estratégico que foi sufragado precisamente no ano passado".
Para Guimarães Rodrigues, "houve um salto quantitativo e qualitativo apesar dos constrangimentos financeiros", dando como exemplo a construção da Escola de Direito e outras obras em curso e a mudança do Instituto de Ciências Sociais para instalações definitivas "Criámos melhores condições em situações que seriam, à partida, inimagináveis e de difícil resolução". Universidade que perdeu 2,6% dos alunos inscritos (cerca de 300), abandono que "o aumento do valor das propinas pode justificar". Ainda assim, ocupou 92% das vagas oferecidas, o que a coloca em terceiro lugar a nível nacional. "Em Engenharia, ocupamos mesmo o 2.º lugar". O processo de Bolonha foi o principal desafio do ano transacto: "Com todas as indefinições, conseguimos adaptar 60% dos nossos cursos.»
Pedro Antunes Pereira

(notícia publicada no Jornal de Notícias, em 2007-02-16)


Comentário: sendo eu, escreveria a notícia do JN nos termos seguintes - "pese o que dizem as más linguas, somos (reitoria e conexos) mesmo muito bons, embora seja dificil explicar à academia quão bons nós somos"; "em todo o caso, o ´plano estratégico` que informa a nossa acção foi sufragado por mais de 60 membros da UMinho, o que nos confere legitimidade mesmo para tomar medidas que nem bom-senso deixam transparecer, quanto mais competência".
Obviamente, cada um tem o seu estílo de escrita e de comunicação, por isso se aceita o que foi preservado na notícia.
A mensagem da reitor da UMinho merece-me, todavia, um reparo, e só um: esqueceu-se de mencionar que, na mesma ocasião em que o Instituto de Ciências Sociais ganhou um edifício novo, outro tanto sucedeu com a Escola de Engenharia. Percebendo-se que não queira sublinhar as melhorias em matéria de instalações de que beneficiou a sua própria Escola, imperativos de justiça ditam-me que não deixe passar esta omissão. A obra em primeiro lugar, sobretudo em dia de balanço!

"The Higher Education I know is in a mess"

"The Higher Education I know is in a mess. There's no room for imagination, creativity, innovation, or intellectual thought. The more mediocre and bureaucratically inclined you can be, the more you are likely to survive. Oh - and did I mention the size of your elbows and family connections?"
Beverly Trayner
[extracto de mensagem(citação), datada de 07/02/16, intulada "Bye, Bev!", disponível em Reformar a Educação Superior]

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

"É para estar à frente do seu tempo que a Universidade existe"

"Porque é que as minhas propostas têm que adormecer na gaveta, vinte anos ou mais, por se considerar que não são oportunas, que estão à frente do seu tempo? É para estar à frente do seu tempo que a Universidade existe. É por essa razão que estou na Universidade."

Virgílio A. P. Machado

(extracto de mensagem, datada de "07/02/26", intitulada "Universidade do Futuro: as propostas", disponível no blogue Por Educar)
/...
Comentário: tenho a convicção que a cúpula dirigente da universidade onde trabalho subscreverá o título que resolvi reter para o extracto de mensagem que reproduzo, embora por razões diferentes das enunciadas por Virgílio Machado - a ideia parece-me ser a de colocar a instituição tão à frente do tempo presente que, por altura que cessem o respectivo mandato, já só se vislumbrem cácos daquilo que ela foi.
Ps: de imprescindível leitura é também "O Japão que me desculpe, mas esta patente é NOSSA!", de Regina Nabais (Polikê?), sem esquecer o seu sublinhado "aqui"; com este ministro e estes reitores, o futuro da universidade portuguesa é já ali, ao virar da esquina.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

The most important CEO task

"I think the most important CEO task is defining the course that the business will take over the next five or so years. You have to have the ability to see what the business environment might be like a long way out, not just over the coming months. You need to be able to both set a broad direction, and also to take particular decisions along the way that make that broad direction unfold correctly."
Chris Corrigan

(citação extraída de SBANC Newsletter, February 6, Issue 456-2007, http://www.sbaer.uca.edu )

Uma ameaça de desqualificação das instituições

"Os docentes do ensino superior e investigadores vão enfrentar em breve uma ameaça de desqualificação das instituições em que trabalham e da sua própria actividade profissional muito mais grave do que aquela que há dezoito anos deu origem à criação do SNESup."
Direcção do SNESup
(extracto de mensagem do SNEPSup, sob a epígrafe "Ensino_Superior: Existimos porque somos necessários", recebida via correio electrónico, em 07/02/13)

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

UMinho: exposição pública pelas piores razões - III

«[...]
Com a informação que adianto acima, vou, também, ao encontro de José Reis quando, há algumas semanas, escreveu "que as universidades vivem uma crise institucional fortíssima” por, no seu dizer, o seu modelo de governo estar “aprisionado por lógicas conservadoras” e por “as burocracias dirigentes” não assegurarem futuro, ou de José Adelino Maltez, quando, há algum tempo mais (em 06/10/12), falava das “oligarquias de interesses estabelecidas pelo não mérito” subjacentes à eleição dos reitores. Não secundando José Reis em muito do que defende e defendeu – nomeadamente aquando da sua passagem pela Secretaria de Estado do Ensino Superior - em relação ao governo das universidades e ao tipo de relação destas com a tutela política, é a minha vivência quotidiana que me obriga a concordar com ele, e sobretudo com José Adelino Maltez, neste diagnóstico. Digo-o com pesar e revolta já que a Universidade com que me identifico é uma em que não há espaço para os “climas de pânico” vividos entre os docentes da UMinho, a que se reportava a FENPROF em comunicado publicitado pelo Diário de Notícias, em 13/01/2007, ou em que alguém se sinta “completamente destroçado” (“Estão a destruir tudo …”), como alguém me confessava, via correio electrónico, ainda mais recentemente. Fico a desejar, no entanto, que o quadro negro que aqui sai traçado não seja extensivo ao universo das instituições de ensino superior público existentes em Portugal. Nunca me alegrou o infortúnio dos outros!
Dizendo o que fica dito, quero eu deixar claro que o momento que se vive na UMinho é triste, muito triste (noutra sede, chamei-lhe “uma apagada e vil tristeza”), e é-o tanto mais quanto é incontornável que todos – docentes, pessoal administrativo e alunos, menos estes que os demais – somos responsáveis pela situação que a Instituição atravessa. Na verdade, o que se passa a nível da estrutura de cúpula só é interpretável à luz da cultura que instalou na universidade, dominada por individualismos tacanhos, capelinhas, acomodação generalizada e um profundo alheamento de valores outrora tão caros e sensíveis na sociedade portuguesa e na Universidade, particularmente, como a transparência, a democracia e as liberdade de opinião e de expressão do pensamento. Não fora isso e não haveria lugar para “burocracias dirigentes”, como lhes chama José Reis, para “oligarquias de interesses, como as designa Adelino Maltez, ou para nomenclaturas, como eu prefiro chamar-lhes, atentando na realidade cujo retrato esboço.
Infelizmente, como assinalava Elísio Estanque, em artigo datado de 06/11/22, “há mentalidades anacrónicas e comportamentos anti-democráticos por todo o lado”, se bem que aqueles que nos atingem mais directamente nos custem mais. Perdoar-me-ão, por isso, que aqui reclame dos “défices de democracia e cidadania” e do “recrudescer de práticas de cariz autoritário, controleirista ou caciquista” a que assisto na instituição onde trabalho.»
J. Cadima Ribeiro
(extracto de artigo sobre a situação recente vivida na Universidade do Minho)

domingo, fevereiro 11, 2007

“The Role of the University in Attracting High Tech Entrepreneurship: A Silicon Valley Tale”

“Among the many sorting functions provided by institutions of higher education, there is a geographic dimension. During the years spent as students and residents of local communities, students develop specific networks and contacts, and perhaps their tastes change as well. After graduation, these students may be more likely to reside in the locality or region in which they have been educated.
This paper presents evidence which suggests that the university is important in attracting human capital to the local area and in stimulating entrepreneurial talent in the region. We also measure the strength of the impact of the university on geographical location in one specific instance. For post-graduate professional business and engineering students at Berkeley, we compare the spatial distribution of residences before attending the university and again after graduation.
The results are suggestive of the importance of academic institutions in the geographic pattern of agglomerations of footloose scientific firms, such as those in the Silicon Valley just south of San Francisco. The results also reinforce the self-interested reasons for government investment in high-quality educational institutions, as measured by the return on the augmented human capital stock in the region.”

David Huffman (University of California, Berkeley)
John Quigley (University of California, Berkeley)
Date: 2006-06-27
URL: http://d.repec.org/n?u=RePEc:cdl:bphupl:1044&r=edu

(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)

sábado, fevereiro 10, 2007

Avaliação de desempenho do governo

"Foi divulgado hoje, pela Assembleia da República (AR), o resultado da avaliação do grau de execução das leis pelo actual governo. Note-se que o relatório abrange exclusivamente a actividade legislativa deste executivo (de 10 de Março de 2005 a 31 de Dezembro de 2006).
O resultado é vergonhoso: apenas 11 das 30 leis que carecem de regulamentação foram efectivamente regulamentadas.
[...]
[...] espero ver as pessoas responsáveis, mediante os resultados desta avaliação, ser penalizadas na sua avaliação de desempenho, com consequências adequadas na sua remuneração e progressão na carreira, para não falar na eventual necessidade de os... despedir."
(extracto de mensagem, datada de 07/02/09, intitulada "Avaliar o governo", disponível em J. P. Cravino`s Blog)

O nosso magnífico reitor é um iluminado!

«O nosso magnifico Reitor é mesmo um iluminado, mas não a carburante derivado do petróleo ou do carvão. Ele está na vanguarda do uso da energia nuclear por fusão. Vai irradiando tanta energia à sua volta que acabará por fundir a própria UM, não tarda nada.
Acreditem, ele tem um pacto com o demoníaco engº Sócrates e o seu choque tecnológico pós-moderno que há-de colocar Portugal na Idade da Pedra lascada.
Esta aliança com a Vodafone do Carrapatoso do grupo "Comprometer Portugal" para enviar SMS (sem valor económico) em troca de informação privilegiada (de alto valor económico) é um gesto de puro "canibalismo", coisa em que o Magnífico Reitor se está a tornar expert.»
(comentário produzido por autor anónimo à mensagem datada de 07/01/08, intitulada "Querem pasmar?")

sexta-feira, fevereiro 09, 2007

UMinho: exposição pública pelas piores razões - II

«Nos últimos meses, a Universidade do Minho (UMinho) tem tido um nível de exposição pública pouco comum, infelizmente pelas piores razões. Na origem da situação estiveram: primeiro, o anúncio pelo reitor, em assembleia da universidade, a 11 de Dezembro de 2006, de que estava a equacionar a redução, no futuro próximo, do pessoal docente e não docente da instituição em 20 %, por via da constituição de excedentes e da não-renovação de contratos; e, em segundo lugar, os diversos incidentes que se sucederam à convocação pelos sindicatos (SNESup e FENPROF/SPN) de uma reunião de docentes e investigadores da universidade para discutir o assunto e esclarecer os termos em que poderia haver lugar à transferência de pessoal para outras instituições públicas.
Os incidentes a que aludo prenderam-se não só com as dificuldades colocadas na difusão nos circuitos de informação internos da UMinho da convocatória como com a divulgação da tomada de posição resultante da reunião realizada, que se saldou por um inusitado sucesso de adesão - participaram no evento cerca de 160 docentes, número nunca visto na “casa” em evento semelhante, salvaguardada uma situação passada, ocorrida vai para mais de 10 anos -, tudo culminando no plano destacado que a partir de certo momento tomou “O Moderador” da um-net, a saber, o sistema de comunicação electrónica, de abrangência geral, existente na Universidade do Minho.
A peça produzida pelo citado “Moderador”, justificando a recusa da difusão do comunicado dos sindicatos, na sua significação profunda, é, a meu ver, digna do destaque que o SNESup lhe tem dado nas derradeiras semanas na página de abertura do seu sítio electrónico e justifica que a reproduza aqui:

“Exmo. Senhor
A sua mensagem não seguiu para a UM-Net visto não se enquadrar nas respectivas regras, nomeadamente no facto de a UM-Net ter como objectivos difundir informação sobre:
- a actividade da Universidade do Minho nas suas várias vertentes: académica, social, cultural e recreativa;
- eventos promovidos e/ou organizados pela Universidade do Minho;
- o ensino em geral.
Sugere-se que a divulgação da informação em causa seja efectuada directamente junto dos elementos da UMinho associados ao SNESup e do SPN.
Cumprimentos,
O Moderador”

Vale a pena acrescentar que a justificação dada pelo “Moderador” aos sindicatos foi, substantivamente, a mesma que recebeu um colega de uma das Escolas da Universidade quando, na mesma sede, em 07/01/05, procurou difundir um texto de Mário Bettencourt Resendes, saído num jornal nacional, em que se anunciavam «boas notícias, vindas do outro lado do Atlântico, para quem consagrou os seus anos universitários ao estudo e aprofundamento de disciplinas hoje consideradas como de "difícil saída profissional"». O texto em questão reportava-se, depois, ao caso de algumas empresas norte-americanas, que decidiram recrutar, para os seus conselhos de administração, quadros com formação superior em Filosofia, e admitiam alargar o processo a historiadores e a sociólogos. A grande diferença entre as respostas provindas da figura “eminente” e parda de “O Moderador” esteve no sublinhado que feito por aquele de que

´A UM-NET é uma lista de difusão de informação, não se podendo constituir nem como um "Forum de Opinião" nem como um "Forum de Discussão".`.

Como tive oportunidade de escrever na ocasião em blogue pessoal, este esclarecimento afigura-se-me assaz interessante dado que ´resultava daqui absolutamente claro porque é que merecem difusão na um-net a realização de sessões de formação sobre "massagens relaxantes" e outras iniciativas de elevado interesse didáctico, informativo e recreativo e não “lixo” do tipo daquele que o colega em referência (e outros, antes dele) queria(m) fazer passar.`
Aparte situar no seu contexto o papel de “O Moderador”, a invocação que agora faço serve para deixar claro que o “instituto” da censura não foi inventado nesta altura ou usado singularmente no quadro de uma luta sindical, se assim se lhe pode chamar, entretanto declarada na UMinho. Pelo contrário, é instrumento de um certo exercício do poder e um indicador não-ambiguo da visão que esse poder mantém do que seja o debate de ideias e a transparência na organização e da visão de universidade que o informa.»
J. Cadima Ribeiro

(extracto de artigo sobre a situação recente vivida na Universidade do Minho)

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Querem pasmar?

Querem pasmar? Então leiam o extracto da "Notícia" de hoje do Diário do Minho que reproduzo adiante. Se conseguirem lê-la sem se rirem, habilitam-se a ganhar um doce.

"Mensagens via SMS informam alunos e docentes da UM
A Universidade do Minho (UM) e a Fundação Vodafone Portugal assinaram ontem um protocolo de cooperação que prevê a implementação de um sistema de comunicação via SMS (mensagens escritas) entre a universidade, os seus alunos, professores e colaboradores.
A plataforma SMS estará ao serviço dos docentes que vão poder difundir de forma rápida informações diversas aos alunos que, por sua vez, terão a possibilidade de enviar SMS’s e saber, por exemplo, a classificação obtida a uma determinada disciplina.
No âmbito do acordo ontem estabelecido, a Fundação Vodafone Portugal doou um milhão de mensagens escritas à UM. A par das mensagens via telemóvel, o protocolo prevê ainda a troca de informações entre as duas instituições relativamente a investigações na área das novas tecnologias da informação.
Para o reitor da UM, o serviço de informação através de SMS «representa um avanço inovador no sistema de informação». Na cerimónia em que participou também o presidente da Fundação Vodafone Portugal, Guimarães Rodrigues sublinhou que o sistema vai «traduzir-se numa melhor qualidade de serviço e na simplificação de procedimentos, com rapidez e fiabilidade de comunicação».
Referindo que a UM quer afirmar-se como «uma universidade do seu tempo e do futuro», o reitor disse que este projecto vai também contribuir para a consolidação da instituição como ´A Universidade Sem Muros`." (Marta Encarnação, Diário do Minho, 2007-02-08)

Gente pouco inteligente versus espertalhões

«Os lugares de Ministro encarregado das relações com o Parlamento e de Presidente do Grupo Parlamentar que apoia o Governo deveriam, tais os malabarismos a que obrigam, ser unicamente ocupados por gente pouco inteligente e dotada de genuína insensibilidade social.
Não é manifestamente o vosso caso, e lamentamos vê-los no papel que se têm imposto a propósito do subsídio de desemprego para os trabalhadores da Administração Pública.
[...]
Deste modo, ao justificarem a rejeição do Projecto de Lei nº 159 / X (PCP) com a vossa preferência por "soluções gerais" em vez de "soluções parciais", estão não só a tentar iludir os mal informados e a adiar qualquer solução, mas também a saltar da frigideira para o lume: é que as "soluções gerais" que vos temos apresentado também têm sido rejeitadas, mas se insistem tanto em "soluções gerais", ignorando que neste momento o problema afecta sobretudo os docentes do ensino superior, voltaremos a confrontar-vos com elas.»

Paulo Peixoto
Presidente da Direcção do SNESup

(extractos de "Carta aberta a Augusto Santos Silva e a Alberto Martins" produzida pelo SNESup - conforme assinatura reproduzida acima - e recebida por correio electrónico em 07/02/07)
/...
Comentário: é a nossa classe política, no seu melhor!
Adenda ao comentário: aquando da sua pasagem pelo ministério da "educação" (?), o nosso colega Augusto Santos Silva participou, em certa ocasião, numa cerimónia do "dia da universidade", na UMinho; tenho que vos confessar a forte impressão que o ministro me deixou - nunca tinha visto alguém discursar cerca de uma hora, senão mais, discorrendo brilhantemente sobre as mais diversas temáticas, dizendo rigorosamente nada.

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

“University Decentralization as Regional Policy: The Swedish Experiment”

“During the past fifteen years, Swedish higher education policy has emphasized the spatial decentralization of post-secondary education. We analyze this policy as a natural experiment, and we investigate the economic effects of this decentralization on productivity and output. We rely upon a twelve-year panel of output, employment and investment for Sweden's 285 municipalities, together with data on the location of university researchers and students, to estimate the effects of exogenous changes in educational policy upon regional development. We find important and significant effects of this policy upon output and productivity, suggesting that the economic effects of the decentralization on regional development are economically important.”

Roland Andersson (Royal Institute of Technology, Stockholm)
John Quigley (University of California at Berkeley)
Mats Wilhelmsson (Royal Institute of Technology, Stockholm)
Date: 2006-06-27
URL: http://d.repec.org/n?u=RePEc:cdl:bphupl:1022&r=edu

(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)

Que negociações terá havido?

"[...] só antecipo duas leis, a agora apresentada da avaliação, relativamente pacífica e a da autonomia, longe de ser pacífica mas em que o governo não pode recuar, porque já há muito deu entrada um projecto de lei do PSD. Curiosamente, não se tem ouvido falar dele. Que negociações terá havido para o PSD o manter em lume brando, apesar de ser sempre, para o governo, uma espada de Damocles?"
(extracto de mensagem datada de 07/02/07, intitulada "O calendário do MCTES", disponível em Reformar a Educação Superior)

terça-feira, fevereiro 06, 2007

UMinho: exposição pública pelas piores razões - I

«Nunca é de mais assinalar que, nas universidades como as empresas comuns, aparte a qualificação dos recursos humanos e a sofisticação das tecnologias que as servem, a motivação dos seus agentes (trabalhadores) é um aspecto crucial do seu desempenho. Isto sabe-o qualquer estudante recém-ingressado num curso de economia ou de gestão. Não o parece saber o reitor da Universidade do Minho e os que o assessoram, e deduzo-o não apenas pela situação chocante a que aludo no parágrafo precedente. Do que percebo do seu modelo de “gestão”, o reitor da UMinho convenceu-se que gerir a organização era informatizar serviços (o que, manifestamente, já tardava), criar e incrementar rotinas burocráticas, e criar e controlar um sistema de informação que, pelo que se deixou ilustrado nos primeiros parágrafos deste texto, se sugere mais um "SIS" que um sistema de apoio à gestão. Enganou-se. Gerir uma Universidade é muito mais que isso.
Quem me leia e esteja alheado do quotidiano da UMinho, questionar-se-á, porventura, se a situação que retrato é novidade; se estamos perante titulares em início de primeiro mandato. Tenho que esclarecer que não é o caso e, por isso, é mais penosa a situação e sai melhor ilustrado o quadro de afirmação de um cenário de “oligarquia de interesses estabelecida pelo não mérito” – como se pode dizer, adaptando as palavras escritas de José Adelino Maltez - subjacente à eleição do reitor da Universidade do Minho e à sua manutenção no poder após 4 anos de gestão danosa da imagem da Instituição e do interesse social que esta é suposto prosseguir. Obviamente, em sede de 2º mandato, o dislate ganha outro espaço de afirmação e os erros de gestão deixam de poder ser encobertos sob o “manto diáfono” da herança da gestão precedente. Pregando no deserto, a isso me referia em texto que produzi pouco após a recondução eleitoral da equipa reitoral em funções.»
J. Cadima Ribeiro
(extracto de artigo sobre a situação recente vivida na Universidade do Minho)

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Sem haver pessoas, não há universidade

"Discutir em abstracto uma organização, seja ela uma Escola, Hospital ou Serviço de Televisão, sem olhar para as pessoas que fazem parte desse todo, é o quê? Sem haver pessoas, não há universidade, politécnico, escola básica, que valha. Esta questão é aquilo que em tecniquês, chamamos: um requisito prévio absoluto."

(extracto de mensagem disponível em Co-Labor, datada de 07/02/02, e intitulada "Ensino Superior ´organizações & pessoas`")

sábado, fevereiro 03, 2007

A Agência de Acreditação e Avaliação do Ensino Superior

O projecto de decreto-lei relativo à criação da Agência de Avaliação e Acreditação para a Garantia da Qualidade do Ensino Superior já está disponível. Os interessados podem aceder ao documento em Polikê?, que o anúncia sob o título, de hoje, "Projecto de decreto-lei para consulta pública".
A esse propósito, podem também ler uma entrevista de Mariano Gago ao Diário de Notícias, edição de hoje, reproduzida em Higher Education - Univercity.
Os comentários deixo-os para outra ocasião: primeiro a informação; depois a discussão. É bem verdade que há "sedes" em que não temos direito nem a uma coisa nem a outra, mas isso é outra história.

“Starting Well or Losing their Way?: The Position of Youth in the Labour Market in OECD Countries”

”Despite the fact that today’s young cohorts are smaller in number and better educated than their older counterparts, high youth unemployment remains a serious problem in many OECD countries. This reflects a variety of factors, including the relatively high proportion of young people leaving school without a basic educational qualification, the fact that skills acquired in initial education are not always well adapted to labour market requirements, as well as general labour market conditions and problems in the functioning of labour markets. The paper highlights the trends in youth labour market performance over the past decade using a wide range of indicators. It also presents new evidence on i) the length of transitions from school to work; ii) the wages, working conditions and stability of jobs performed by youth; and iii) the degree of so-called “over-education”, i.e. the gap between the skills of young people and the jobs they get.”

Glenda Quintini
Sébastien Martin

Date: 2006-12-01
URL: http://d.repec.org/n?u=RePEc:oec:elsaab:39-en&r=edu

(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)

Qualquer dia somos o IST do Minho

"E também foram votados os critérios que levarão à abertura dos mestrados, quanto ao número mínimo de alunos?
A ser verdade o que circula, só os mestrados integrados continuam a funcionar. Perfeito. Qualquer dia somos o IST do Minho.
Muitos ainda estão convencidos que 1º + 2º ciclo = licencitura pré-Bolonha. Como se Bolonha fosse apenas uma questão de duração dos ciclos! Por isso julgam que 1º ciclo deve ter o seu 2º ciclo único."

(texto de autor anónimo recebido em 07/02/02, a título de comentário aos comentários anexos à mensagem divulgada em 07/01/31, intitulada "A verdade incomoda muito!").

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Fundação para a Qualidade?

Comunicado do Conselho de Ministros, de 1 de Fevereiro de 2007, anuncia a produção de Decreto-Lei que institui a Agência para a Qualidade do Ensino Superior, com a natureza de fundação, aprovando os respectivos estatutos.
Os interessados podem ler algo mais sobre este assunto em Polikê?, em mensagem com data de hoje, intitulada "Fundação para a Qualidade".
Sobre a temática da certificação da qualidade, vale também a pena ler uma série de "artigos" sobre "Certificação do Sistema de Garantia da Qualidade do Governo", publicados por Virgílio A. P. Machado no seu blogue - Por Educar.

The entrepreneur in us

"The entrepreneur in us sees opportunities everywhere we look, but many people see only problems everywhere they look. The entrepreneur in us is more concerned with discriminating between opportunities than he or she is with failing to see the opportunities.”

Michael Gerber

(citação extraída de SBANC Newsletter, January 23, 2007, Issue 454-2007, http://www.sbaer.uca.edu )

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

É o grau zero da gestão e da previsão

"Pois é, a grande questão é saber o que nos reserva o futuro. Com este tipo de gestão, na reitoria e no ministério, certamente não será grande coisa."
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"É o grau zero da gestão e da previsão. E esta é a visão mais lisongeira para a capacidade de gestão dele."
/...
"Podemos sempre falar sobre o assunto mas, se [...] não sabe avaliar as consequências da decisão do reitor de confiscar todo o dinheiro disponível para cobrir as asneiras que andou a fazer, eu muito menos lhe sei dizer alguma coisa. Aliás, só tomei conhecimento do assunto através [...] das mensagens que têm chegado ao meu blogue. [...] A situação pode piorar? Por incrível que pareça, tenho que admitir que sim.[...]
Como digo: podemos voltar ao assunto quando percebermos a dimensão do desastre da gestão em curso na UMinho."


(extractos de mensagens electrónicas trocadas a propósito do desastre do momento da gestão da reitoria da UMinho e das respectivas consequências em matéria de funcionamento corrente de unidades básicas da Instituição)