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quarta-feira, setembro 26, 2007

Do relatório da EUA à exigência de uma reflexão estratégica

Quase um mês depois de terem sido divulgados os resultados da avaliação institucional da UMinho feita pela EUA e a cerca de 15 dias de ser desencadeado o processo conducente à implementação da lei 62/2007, entendo que faz sentido recuperar aqui as respostas que dei a um inquérito preparatório do relatório interno da dita avaliação que na altura, por Outubro de 2006, me foi endereçado.
Há dimensões que ficam a título de curiosidade histórica. Outras há, pelo contrário, que são argumentos com implicação estratégica que importará ter presente na reflexão que agora vai ser desencadeada.
É este último aspecto para que quero chamar a atenção nesta ocasião.
Segue-se o primeiro extracto do texto:
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«P: Em sua opinião, quais têm sido, nos últimos cinco anos, os aspectos positivos e os aspectos negativos da acção do Conselho Académico:

R: Há poucos aspectos positivos a destacar da acção do Conselho Académico (CAc) que, basicamente, é um equívoco. Sendo uma espécie de parlamento, onde cada membro tem um voto, pretendeu-se cometer-lhe responsabilidades de definição estratégica em matéria científica e pedagógica. Ora, quer pela sua composição, quer pela sua posição subsidiária da política da reitoria, não tem condições para fazer nem uma coisa nem outra. Além de que as grandes orientações estratégicas, quer das Escolas quer da Universidade do Minho (UMinho), não se tomam numa tal sede. Nem as decisões mais arrojadas são susceptíveis de reunir consensos de circunstância, nem o papel e as propostas de um presidente de Escola se equivalem às de um estudante de graduação. Acresce que, num contexto de grande transformação da missão e dos modelos de funcionamento e financiamento do ensino superior, nem sequer é garantido que o posicionamento das Escolas se paute pela convergência de estratégias, havendo que salvaguardar a necessária concertação de posições dentro da Instituição numa sede muito mais qualificada que o CAC.
Concluindo: o CAc é um equívoco e tem tido um papel muito negativo na UMinho; de positivo, haverá a reter a oportunidade que constitui para, regularmente, algumas pessoas se encontrarem e trocarem ideias. Ocasionalmente, o CAc tem podido contar com presidências bem intencionadas que têm procurado limitar os danos que, estruturalmente, tal estrutura é susceptível de causar à Universidade, em razão do seu carácter inibidor de estratégias mais ousadas de afirmação das Escolas e das suas Unidades de Investigação.»
J. Cadima Ribeiro
(Outubro de 2006)

1 comentário:

Alexandre Sousa disse...

Pasmo!
Nem eu, anarquista libertário, nem os saudosos da Guerra Civil de Espanha, seriam capazes de outorgar a uma assembleia com as características do CaC da UM, poderes ou capacidade de induzir sugestões de carácter estratégico numa coisa redonda como é uma Universidade.
Não está nos meus propósitos dizer que A é melhor que B, B melhor que C, logo A melhor que C. O que eu quero dizer, como membro de pleno direito da Universidade Portuguesa é que isto tudo, sendo o tudo o poder caduco que tomou conta de milhares de pessoas e de milhões de euros está com os prazos de validade completamente caducos. Sobretudo pelo modo como (não) pensam a Universidade Portuguesa, que deveria ser para eles (todos) uma coisa muito séria.