São novas de um debate por fazer intra-muros aquelas de que as notícias que deixo adiante falam, um debate que, à vezes com alguma ingenuidade e falta de informação, outros vão fazendo. Ainda bem que o fazem. Ainda bem que têm oportunidade do fazer!
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i) Notícia JN
Integração do IPCA na UM com condições: http://jn.sapo.pt/2007/09/18/norte/integracao_ipca_um_condicoes.html
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ii) Barcelos Popular
ENSINO SUPERIOR Vontades esbarram
Lei impede fusão IPCA/UM
Autor: Rui Pedro Faria
Sexta-feira, 14 de Setembro de 2007
«O novo Regime Jurídico do Ensino Superior, publicado esta semana, deve impedir a fusão ou integração do Instituto Politécnico do Cavado e do Ave (IPCA) na Universidade do Minho (UM).
A lei n.º 62/2007, de 10 de Setembro, é bem clara no seu artigo 13.º quando frisa que não são permitidas fusões de institutos politécnicos com universidades. Quanto a uma possível integração, o IPCA, de acordo com a nova lei, teria de manter a natureza politécnica, o que, diga-se, não traria qualquer acréscimo de valor ao actual cenário de independência da instituição sedeada em Barcelos.
A visão contrária à integração de politécnicos em universidades tem sido manifestada por reputados juristas. Vital Moreira defendeu, em artigo no jornal Público, que “o que não é normal é as escolas politécnicas estarem integradas nas universidades”. Também a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) se assume contra as fusões de politécnicos nas universidades e dá como maus exemplos de integrações os casos do Algarve e Aveiro.
Será de notar que os conflitos de uma integração do IPCA na UM são previsíveis: ao nível do corpo docente, a UM prepara-se para dispensar os serviços de cerca de uma centena de docentes e a esmagadora maioria dos professores do IPCA tem vínculo precário. Também é pública na UM a vontade de dispensar sessenta funcionários, sendo que 90 por cento que pertencem ao IPCA tem vínculo precário. Em matéria de propinas, os alunos pagam 675 euros no IPCA e 920 euros na UM. No tocante às instalações, o “campus” do IPCA está em fase de desenvolvimento, mas a UM tem outras prioridades estabelecidas, uma vez que nem Braga nem Guimarães têm os “campus” concluídos.
A vontade de integração/fusão manifestada agora pela UM surge numa altura em que o IPCA se assume como uma instituição com resultados promissores, tudo apontando para que rapidamente supere a única crítica constante no relatório da AEU (Associação Europeia de Universidades), que se prende com o reduzido número de alunos, atingindo uma população estudantil de 3000 alunos.»
Lei impede fusão IPCA/UM
Autor: Rui Pedro Faria
Sexta-feira, 14 de Setembro de 2007
«O novo Regime Jurídico do Ensino Superior, publicado esta semana, deve impedir a fusão ou integração do Instituto Politécnico do Cavado e do Ave (IPCA) na Universidade do Minho (UM).
A lei n.º 62/2007, de 10 de Setembro, é bem clara no seu artigo 13.º quando frisa que não são permitidas fusões de institutos politécnicos com universidades. Quanto a uma possível integração, o IPCA, de acordo com a nova lei, teria de manter a natureza politécnica, o que, diga-se, não traria qualquer acréscimo de valor ao actual cenário de independência da instituição sedeada em Barcelos.
A visão contrária à integração de politécnicos em universidades tem sido manifestada por reputados juristas. Vital Moreira defendeu, em artigo no jornal Público, que “o que não é normal é as escolas politécnicas estarem integradas nas universidades”. Também a OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) se assume contra as fusões de politécnicos nas universidades e dá como maus exemplos de integrações os casos do Algarve e Aveiro.
Será de notar que os conflitos de uma integração do IPCA na UM são previsíveis: ao nível do corpo docente, a UM prepara-se para dispensar os serviços de cerca de uma centena de docentes e a esmagadora maioria dos professores do IPCA tem vínculo precário. Também é pública na UM a vontade de dispensar sessenta funcionários, sendo que 90 por cento que pertencem ao IPCA tem vínculo precário. Em matéria de propinas, os alunos pagam 675 euros no IPCA e 920 euros na UM. No tocante às instalações, o “campus” do IPCA está em fase de desenvolvimento, mas a UM tem outras prioridades estabelecidas, uma vez que nem Braga nem Guimarães têm os “campus” concluídos.
A vontade de integração/fusão manifestada agora pela UM surge numa altura em que o IPCA se assume como uma instituição com resultados promissores, tudo apontando para que rapidamente supere a única crítica constante no relatório da AEU (Associação Europeia de Universidades), que se prende com o reduzido número de alunos, atingindo uma população estudantil de 3000 alunos.»
Rui Pedro Faria
(reprodução integral de notícia/artigo publicada/o no jornal referenciado em 07/09/14)
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[cortesia de Nuno Silva]
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[cortesia de Nuno Silva]
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Ps: "Entre o bluff e o equívoco" (título de mensagem, datada de 07/09/19, disponível em Higher education - univercity)
4 comentários:
Caros(as)
A quem se interesse pelo tema desta "entrada", recomendo a leitura da mensagem entretanto disponibilizada pelo vizinho "Higher education - univercity".
Têm aí substanciado o que eu dizia em matéria de mal-entendidos e desinformação presentes nas notícias que vão chegando à opinião pública.
Um abraço,
obrigado pela referência.
O JCR deve conhecer melhor o modo de operar do seu reitor do que eu.
Posso garantir aqui, se é que isso interessa, que nunca houve uma única reunião formal sobre uma possível (hipotética) integração.
Contudo, há quem não se coíba de repetir aos ventos projectos e planos, até de garantir a comissões (OCDE) integrações consumadas que nunca sairam senão de suas cabeças, mesmo de falar em surdina perante lautas comezainas, como convém, a tudo o que é força viva. Garante-se a uns e a outros que está tudo consumado e que é o melhor dos mundos. Epur si muove!
Até pode ser. O Prof. Mariano Gago até o pode ter prometido (duvido, duvido muitíssimo) contra a opinião da OCDE, contra a lógica do sistema binário e da diversidade de instituições, no sentido de mais "mockers and the mocked" que tudo equaliza e tudo estagna, ou para iludir um buraco que se alarga numa das instituições. Custa-me a crer.
O que sei é que sou membro de uma Comissão Instaladora que, se de facto houvesse fogo por trás desse fumo, se deveria já ter sentado à mesa com a equipa reitoral da UM. Esse encontro nunca se realizou. Por mim, até novas ordens, dispenso-o.
Caro Luis Moutinho,
Agradeço a sua mensagem e os seus esclarecimentos. Penso serem úteis, não tanto para mim mas, sobretudo, para as academias a que estamos vinculados e para a comunidade regional, em geral.
Um abraço,
Caro anónimo autor da mensagem
"Ahhhh! Pois...",
Para ter legímidade para criticar a postura de outros, tem que, primeiro que tudo, ter a coragem de dar a cara, o que eu faço todos os dias, isto é, quando crítico a gestão ou a estratégia dos outros ou a falta delas, exponho-me sempre à réplica. Aliás, nunca me escusei a qualquer debate.
O problema é que, para que as visões alternativas possam ser confrontadas, precisamos de ter interlocutores, o que nos últimos anos nunca tivemos. Tivemos apenas presunção e água benta. O que é pouco nos dias que correm.
Tenha um santo domingo!
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