Depois de ter dado destaque a muita coisa (muita mais do que me ocorreria que pudesse acontecer) que se escreveu e disse a propósito do 2º encontro de “bloggers” do Ensino Superior e da tertúlia que lhe esteve associada, é tempo de eu mesmo deixar aqui alguns comentários dispersos. Se quisesse tê-lo feito antes também só o faria com muito sacrifício pessoal.
Dos tópicos levantados na tertúlia, retenho particularmente a invocação que foi feita do dito “modelo matricial” e o comentário que na altura produzi. Disse então que interpretava a ausência de menção a esse conceito em todos os documentos de propaganda que foram divulgados por ambas as listas que se apresentaram às eleições para a assembleia estatutária da UMinho, e posteriormente a essa data, como sinal de quão detestável ele se tornou nesta universidade, usado que foi para justificar arbitrariedades, concentração de poder efectivo nalgumas entidades e na reitoria, em particular, e para, na forma, responsabilizar toda a gente por fracassos e desresponsabilizar alguns por claros erros de estratégia e de gestão de projectos. Disse mais: que este caso me fazia lembrar o que se passava com as actuais eleições americanas, em que ninguém invoca a herança de George W. Bush para melhor tentar esquecer o que foi a desgraça da governação dos EUA dos derradeiros oito anos.
Surpreendeu-me (?) que, em resposta, Rui Vieira de Castro me tenha dito que não tinha uma experiência tão negativa, isto é, que no IEP as coisas se tinham passado algo melhor. Atribuo esta leitura (ou esta experiência mais favorável) a idiossincrasia porventura existente no IEP, que aliás teve oportunidade de ganhar expressão pública alargada recentemente, a propósito de certas “dissidências”.
Dizia, por sua vez, um outro participante na tertúlia, por acaso (ou talvez não), oriundo da Universidade de Aveiro, que gestão matricial não tem que confundir-se com ausência de liderança e de definição clara de responsabilidades de gestão. É verdade, mas para perceber isso é necessário entender alguma coisa de gestão, o que não tem sido o caso da maioria das pessoas que têm estado à frente da Universidade do Minho nos seus trinta e poucos anos que leva já de vida (quase tantos quantos os meus).
Que o conceito (teórico) é cativante, reconheço-o sem hesitação. Que é possível fazer bem melhor do que se fez neste tempo todo na UMinho, também não me custa admitir. Que à medida que uma organização cresce e se complexifica, o modelo de organização em causa se torna igualmente ele muito exigente em matéria de gestão e deixa de se compadecer de “parcerias” ditadas por entidades exteriores e de amadorismos de gestão, é uma evidência que vale por si, e que nem quem na UMinho (para o bem e para o mal) melhor partido tirou desse conceito ousa questionar (ouvi-lho admitir, pessoalmente, numa ou duas ocasiões).
Tinha-me proposto desfiar alguns temas versados na tertúlia de 10 de Março pp. Só o primeiro em que peguei já me levou a escrever mais do que tinha em mente nesta altura.
Os outros temas ficam para a próxima, seja ela quem for.
Passem bem!
J. Cadima Ribeiro
Dos tópicos levantados na tertúlia, retenho particularmente a invocação que foi feita do dito “modelo matricial” e o comentário que na altura produzi. Disse então que interpretava a ausência de menção a esse conceito em todos os documentos de propaganda que foram divulgados por ambas as listas que se apresentaram às eleições para a assembleia estatutária da UMinho, e posteriormente a essa data, como sinal de quão detestável ele se tornou nesta universidade, usado que foi para justificar arbitrariedades, concentração de poder efectivo nalgumas entidades e na reitoria, em particular, e para, na forma, responsabilizar toda a gente por fracassos e desresponsabilizar alguns por claros erros de estratégia e de gestão de projectos. Disse mais: que este caso me fazia lembrar o que se passava com as actuais eleições americanas, em que ninguém invoca a herança de George W. Bush para melhor tentar esquecer o que foi a desgraça da governação dos EUA dos derradeiros oito anos.
Surpreendeu-me (?) que, em resposta, Rui Vieira de Castro me tenha dito que não tinha uma experiência tão negativa, isto é, que no IEP as coisas se tinham passado algo melhor. Atribuo esta leitura (ou esta experiência mais favorável) a idiossincrasia porventura existente no IEP, que aliás teve oportunidade de ganhar expressão pública alargada recentemente, a propósito de certas “dissidências”.
Dizia, por sua vez, um outro participante na tertúlia, por acaso (ou talvez não), oriundo da Universidade de Aveiro, que gestão matricial não tem que confundir-se com ausência de liderança e de definição clara de responsabilidades de gestão. É verdade, mas para perceber isso é necessário entender alguma coisa de gestão, o que não tem sido o caso da maioria das pessoas que têm estado à frente da Universidade do Minho nos seus trinta e poucos anos que leva já de vida (quase tantos quantos os meus).
Que o conceito (teórico) é cativante, reconheço-o sem hesitação. Que é possível fazer bem melhor do que se fez neste tempo todo na UMinho, também não me custa admitir. Que à medida que uma organização cresce e se complexifica, o modelo de organização em causa se torna igualmente ele muito exigente em matéria de gestão e deixa de se compadecer de “parcerias” ditadas por entidades exteriores e de amadorismos de gestão, é uma evidência que vale por si, e que nem quem na UMinho (para o bem e para o mal) melhor partido tirou desse conceito ousa questionar (ouvi-lho admitir, pessoalmente, numa ou duas ocasiões).
Tinha-me proposto desfiar alguns temas versados na tertúlia de 10 de Março pp. Só o primeiro em que peguei já me levou a escrever mais do que tinha em mente nesta altura.
Os outros temas ficam para a próxima, seja ela quem for.
Passem bem!
J. Cadima Ribeiro
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