«O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, defendeu a autonomia das universidades públicas.
O chefe de Estado considera que a autonomia das universidades deve ser preservada, confiando à sua responsabilidade "o rigor que se lhes exige na gestão dos escassos recursos disponíveis", pois a maioria das instituições já demonstrou "merecer a confiança dos poderes públicos, apresentando resultados dignos de reconhecimento e estímulo".
Cavaco Silva teme que "excessiva carência de recursos" e a "imprevisibilidade" prejudiquem as universidades, e defende a necessidade de "compromissos políticos e financeiros de longo prazo" e a preservação da autonomia daquelas instituições. O chefe de Estado falou aos jornalistas no Palácio de Belém depois de ter condecorado a Universidade de Lisboa - que comemora durante este ano o seu centenário - como membro honorário da Ordem Militar de Santiago de Espada que se destina a distinguir o mérito literário, científico e artístico.
Além disso, para o Presidente da República "a obtenção de resultados de elevado nível exige, de facto, recursos adequados e uma necessária autonomia de decisão". Por isso, acrescentou ainda, apesar do contexto de "grave crise económica e orçamental", é fundamental ter presente que, num quadro de acesa concorrência a nível global, "a excessiva carência de recursos ou a sua imprevisibilidade pode provocar um atraso difícil de recuperar".
Numa intervenção curta, perante representantes da Universidade de Lisboa, Cavaco Silva referiu que "não tem sido nada fácil, entre nós, o papel das universidades ao longo dos tempos. As universidades contribuíram decisivamente para a afirmação de um Estado moderno, que recuperou de um grande atraso ao nível educacional, que integrou a União Europeia e passou a competir num mercado global e sem fronteiras, apto a acolher e integrar pessoas vindas de todos os cantos do mundo", referiu, lembrando que o número de diplomados cresceu cinco vezes em apenas duas décadas.
Corroborando a intervenção do Presidente da República, o reitor da Universidade de Lisboa, António Sampaio da Nóvoa, defendeu igualmente a necessidade de "mais autonomia e de mais liberdade", para que a instituição seja uma universidade "virada para a sociedade" e para a "responsabilidade social".
Por outro lado, acrescentou, as universidades têm também apostar num futuro de "renovação geracional", acolhendo a nova geração qualificada. Na sua breve intervenção, o reitor da UL fez ainda referência à necessidade de apostar num "impulso de mudança", que passa por propor ao país "a junção de universidade em Lisboa" e "uma nova configuração da sua rede".»
(reprodução integral de notícia Económico online, de 24 de Novembro de 2011)
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[cortesia de Nuno Soares da Silva)
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