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quarta-feira, novembro 09, 2011

"Embaratecer ´universidade é pisar o risco vermelho`"

"O professor universitário José Reis afirmou hoje que o Governo «está a pisar um risco vermelho» ao querer embaratecer a universidade, ao mesmo tempo que reforça as verbas para o ensino secundário privado.
«Nós temos todas a medidas contraccionistas no Orçamento de Estado e o Governo assinou um protocolo com as instituições particulares do ensino não superior reforçando-lhe as verbas», salientou o docente da Universidade de Coimbra, que hoje tomou posse para mais um mandato de director da Faculdade de Economia.
Questionou o Governo sobre se ao fazer elevados cortes nas transferências para o ensino superior [o Executivo estará] «a pensar que a Universidade pode ser no futuro algo actrativo para outros», alegando que «há muita gente interessada» nestas instituições.
«Isto é uma medida profundamente ideológica», sustentou, reportando-se ao reforço das verbas para instituições particulares de ensino.
«Não admira, por o ministro da Educação ser um ideólogo do cheque-ensino», sublinhou.
Na sua perspectiva, trata-se da «forma rápida de destruir o serviço público de educação».
José Reis diz que o actual Governo tem tomado medidas que, «para além de iníquas, são também desestruturadoras».
Diz que se percebe «o que se está a desfazer, mas ainda ninguém disse com clareza o que se está a pretender construir».
O docente da Faculdade de Economia de Coimbra, e antigo secretário de Estado, realça que se se pretendesse reconstruir a sociedade, e se os cidadãos o soubessem, mais facilmente se atingiriam os necessários consensos.
Recorda que isso aconteceu no passado, em que foram pedidos sacrifícios aos portugueses, mas que a sociedade percebia o que se pretendia com eles, o que agora não acontece.
No discurso da tomada de posse como director da Faculdade de Economia de Coimbra, para um novo mandato, exortou os presentes a não «cair na tentação» de partilhar a ideia de que a actual crise possa ser uma oportunidade.
Salientou que «tornar a Universidade barata é o caminho rápido para a desconstruir» e que, por isso, é preciso agir para que daqui a 30 anos não se tenha de reconhecer que não foi feito tudo para defender a Universidade criada com a democracia."

(reprodução de notícia Lusa/SOL online, de 9 de Novembro de 2011)
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[cortesia de Nuno Soares da Silva]

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