«A Ordem dos Médicos defendeu hoje, em comunicado, o "encerramento definitivo" do Curso de Medicina da Universidade de Aveiro, e a distribuição dos alunos pelos outros cursos de Medicina existentes.
A posição do conselho nacional executivo da Ordem dos Médicos foi tomada após ser conhecida a decisão da Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (A3ES), de não acreditar o ciclo de estudos "Medicina", conferente do grau de "Mestre", da Universidade de Aveiro.
Para a Ordem dos Médicos, "não faz sentido que, no presente estado de crise económica e social, com um número crescente de jovens com dificuldades em aceder ao Ensino Superior, o Governo financie, a quem já tem uma licenciatura/mestrado, um curso de medicina de qualidade questionável e totalmente desnecessário ao país".
A Ordem observa ainda que, "com o aumento da emigração de médicos e a insuficiência de vagas para que todos os candidatos possam ter acesso a uma especialidade, a criação do Curso de Medicina de Aveiro não obedeceu sequer a uma necessidade ou vantagem de aumentar a formação de recursos humanos a curto, médio ou longo prazo".
A falta de acreditação do curso resultou do parecer da Comissão de Avaliação Externa (CAE) que concluiu que "o corpo docente da Universidade de Aveiro é insuficiente para assegurar a implementação e o desenvolvimento do plano de estudos e seus conteúdos, não tendo sido garantido o empenhamento do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar na participação no projeto, considerada essencial".
A Universidade de Aveiro recorreu para o Conselho de Revisão da A3ES, que recusou o recurso e confirmou a decisão de não acreditação do ciclo de estudos.
O reitor da Universidade de Aveiro, Manuel Assunção, disse à Lusa discordar "do processo e do resultado da avaliação" daquela agência, que rejeita a acreditação do curso, "feita quando este tinha apenas dois meses de funcionamento", mas reconhece que o consórcio estabelecido com o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) não funcionou.
Para o reitor da Universidade de Aveiro, face à situação criada, "a prioridade é salvaguardar o interesse dos estudantes, com quem a reitoria está em diálogo, respeitando as decisões individuais que tomarem".
A Universidade, disse, vai procurar estabelecer um novo consórcio "que dê garantias e que procure responder à formação avançada de estudantes de medicina já graduados".
O curso é justificado pelas vantagens em potenciar a investigação que é feita na Universidade de Aveiro, nesta área, de modo a ter repercussões nos cuidados prestados às pessoas e contribuir, com os seus efeitos, para as dinâmicas das unidades de saúde.»
(reprodução de noícia jorna i online, de 25 de Outubro de 2012 - Agência Lusa)
[cortesia de Nuno Soares da Silva]
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