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segunda-feira, março 05, 2012

"Mestrados em consórcio juntam universidades portuguesas"

Com a participação de até sete universidades portuguesas, os mestrados conjuntos são uma tendência de futuro.
Mestrados que envolvem sete universidades portuguesas e outros que estabelecem consórcios entre instituições nacionais e estrangeiras. Este pode ser o futuro para criar escala, mas também uma solução que potencia recursos e ajuda os alunos a ter uma melhor formação.
"As parcerias, nacionais e estrangeiras, são definidas na medida em que se tornam uma mais-valia para a concretização das actividades de ensino e de investigação", resume Manuela Alarcão, vice-reitora da Universidade de Coimbra (UC).
Um exemplo é o da Universidade de Aveiro (UA), que enumera os mestrados em parceria que oferece: "Gestão e Políticas Ambientais (com a Universidade Nova de Lisboa e a Universidade de Évora), Estudos Chineses (com o ISCTE-IUL),Demografia (com a Universidade Técnica de Lisboa, o ISCTE, a Universidade de Évora, a Universidade de Lisboa, a Universidade dos Açores e a Universidade Nova de Lisboa), Geomateriais e Recursos Geológicos (com a Universidade do Porto) e Medicina (com a Universidade do Porto)", conta Eduardo Silva, professor ligado à promoção da internacionalização respeitante à formação do segundo ciclo de ensino.
A Universidade da Beira Interior (UBI) destaca os mestrados "mais profissionalizantes, como o de Gestão de Unidades de Saúde e de Empreendedorismo e Criação de Empresas". Nesta universidade, "no caso do mestrado de Biotecnologia, a UBI lidera uma parceria com o Instituto Politecnico de Castelo Branco". Mas acrescenta que dispõe "de acordos gerais de duplo diploma com as Universidade de Salamanca (Espanha) e a Universidade da Extremadura (Espanha) e ainda com a Universidade Tecnológica de Bialystok (Polónia)".
A rede dos mestrados liga todo o país. No entanto, também outros graus são ensinados em conjunto, frisa a Universidade de Lisboa (UL). "O estabelecimento de parcerias, na área dos mestrados como de outros ciclos de estudo, valoriza e potencia a massa crítica associada quer à docência quer à investigação inerente, colocando ao dispor dos alunos uma formação científica de melhor qualidade", sublinha fonte oficial da UL, que tem 12 cursos "em regime de consórcio" com outras instituições.
Também a Universidade de Évora conta com parcerias e consórcios numa aposta para permitir "uma sinergia de recursos docentes e representa uma aposta clara na qualidade do ensino", diz a vice-reitora Hermínia Vilar.
A UA justifica a corrida aos mestrados conjuntos com a possibilidade de estabelecer novos modelos de organização. "A aposta em cursos de mestrado em parceria com outras instituições pretende fornecer uma formação que potencia as valências das instituições participantes, relativamente aos recursos físicos e humanos, as competências e especializações s dos docentes e da investigação realizada", afirma Eduardo Silva.
A reitoria da Universidade da Madeira, que conta apenas com uma parceria ao nível dos mestrados, diz pretender "no futuro, aprofundar e aumentar em número estas parcerias, não só por tal estratégia permitir uma oferta mais diversificada, mas também pelas sinergias que tais cooperações geram ao nível da investigação".
Uma afirmação que é secundada pela Universidade Técnica de Lisboa, que acredita que "cada vez mais a oferta de cursos de mestrado e de doutoramento está vocacionada para áreas interdisciplinares e ao mesmo tempo procurando captar alunos não só portugueses mas também provenientes da Europa, do espaço lusófono ou de países emergentes (Brasil, Índia, etc)".
Erasmus Mundus abre portas
Um programa da União Europeia que permite fazer um mestrado em várias universidades de diferentes países, o Erasmus Mundus conta agora com a participação de países fora da UE. Em Portugal , já são várias as universidades que têm alunos envolvidos nesta iniciativa. Só na Universidade Técnica de Lisboa, foram 73 em 2010/2011, que puderam fazer parte do seu curso em instituições tão diversas como o Instituto Tecnológico de Buenos Aires (Argentina) ou a Universidade de Kyushu (Japão). A UC é outro exemplo, com quatro cursos de mestrado ao abrigo de programas Erasmus Mundus, frequentados por 32 alunos. A Universidade de Évora (com 12 alunos) e a UA (com cinco programas de mestrado) completam a lista.

(reprodução de notícia Económico online de 2012/03/04)
[cortesia de Nuno Soares da Silva]

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