«A Associação Académica da Universidade de Trás-os-Montes e Alto
Douro (UTAD) está preocupada com os cortes orçamentais, que poderão retirar
três milhões de euros à academia e se poderão reflectir na qualidade do ensino
e em menos alunos.
“As universidades do Interior estão a ser fortemente
afectadas”, afirmou hoje, em Vila Real, o presidente da AAUTAD, Sérgio
Martinho.
O responsável falava à margem da apresentação das conclusões de
um inquérito elaborado aos estudantes sobre “mobilidade profissional e internacionalização
do emprego jovem”.
Sérgio Martinho referiu que a UTAD poderá sofrer um corte
orçamental na ordem dos “cinco a sete por cento”, o que se poderá traduzir “em
menos três milhões de euros”.
O presidente da AAUTAD teme que esta diminuição possa afectar a
qualidade do ensino e se possa traduzir em menos alunos a quererem estudar na
academia transmontana.
Estudam na academia transmontana cerca de 8.000 alunos, 85 por
cento dos quais são deslocados na cidade de Vila Real.
Por estar no interior, o estudante considerou que as quebras no
orçamento afectem mais esta universidade do que outras instaladas no litoral.
Por isso mesmo, reivindicou que, pelo menos, seja mantido um orçamento idêntico
ao do ano passado.
Até porque, segundo frisou, a UTAD tem sofrido cortes “ano após
ano”.
Em 2011/2012, esta universidade teve um orçamento a rondar os 32
milhões de euros. A academia sofreu um corte de sete milhões de euros em dois
anos.
Outra das preocupações da AAUTAD para o próximo ano lectivo está
relacionada com as bolsas de estudo.
Sérgio Martinho referiu que vai ser feita uma campanha a nível
nacional e até ao final de Agosto, para apelar aos estudantes para se
candidatem às bolsas.
Entretanto, o responsável disse esperar que o aproveitamento de
cada aluno seja anunciado e entregue atempadamente aos serviços de acção social
para o processo não atrasar. “É uma preocupação nossa. Já alertamos para isso”,
frisou.
O inquérito feito aos estudantes a nível nacional e que envolveu
1.751 universitários, revelou que 69 por cento dos inquiridos pretende emigrar.
Na academia transmontana responderam ao inquérito, feito entre
14 de Maio e 16 de Junho, 415 alunos, 64 por cento dos quais também disse
querer emigrar após a conclusão dos estudos.
Segundo Sérgio Martinho, os estudantes de Engenharias,
Tecnologias, Humanidades, Ciências Sociais ou Jurídico Económicas foram os que
revelaram maior tendência para a emigração.
O responsável classificou estes dados como “preocupantes” e
defendeu a necessidade de serem incrementadas mais medidas para fixar os jovens
no país.
“Achamos que o programa Impulso Jovem apresentado pelo
Governo é apenas uma aspirina, é apenas uma gota no oceano”, salientou.»
(reprodução de notícia PÚBLICO online,
14.08.2012)
(cortesia de Nuno Soares da
Silva)
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