"O atraso científico e tecnológico é também a consequência da falta de uma estratégia de desenvolvimento, insuficientemente procurada pelas universidades, nem sempre admitida como indispensável pelos governos, nem sequer requerida pela própria sociedade. O esboço de uma tal estratégia de desenvolvimento exige, entretanto, maior investimento. Com efeito, o desenvolvimento científico e tecnológico não será uma realidade, nem sequer um projecto, enquanto o financiamento médio por investigador em Portugal for de cerca de 1/3 da média da Europa, que por sua vez é de cerca de ½ da média dos Estados Unidos, e enquanto a percentagem de licenciados em Portugal for de apenas ½ da OCDE.
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As divergências de pontos de vista entre a Universidade e a Sociedade aconselharam recentemente, e sobretudo no estrangeiro, à experimentação de novas modalidades de gestão universitária. Primeiro, verificou-se um relativo afastamento dos académicos, responsabilizados por um certo imobilismo das instituições. Depois, verificou-se um relativo falhanço dos gestores, mais propensos ao imediatismo das aplicações, mas que tolhem muito a criatividade, que é a base da inovação. Quer tudo isto significar que o futuro da relação entre a Universidade e a Sociedade, particularmente o universo das empresas, tem de assentar numa partilha de responsabilidades, o mesmo é dizer, na cooperação. Só assim ficarão as universidades melhor preparadas para responder às carências dos empresários. Só assim ficarão os empresários melhor preparados para responder às necessidades da sociedade."
Avelino de Freitas de Meneses
(extractos de artigo de opinião do autor identificado, datado de 2007-11-23 e intitulado "A Universidade, a inovação e as empresas", publicado em AÇOREANO ORIENTAL ONLINE - http://acorianooriental.sapo.pt/noticias/opiniao/)
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[cortesia de Nuno Soares da Silva]
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