Pese aquilo que já vi, nem mesmo assim me custa menos ver a facilidade com que alguns se vendem por 30 dinheiros, ou até menos.
Houve tempos em que olhei para o meio onde por opção profissional me movimento como um espaço privilegiado de partilha, de superação pessoal, de dedicação, de respeito pelos outros e pelo mundo. Hoje sei com mais segurança que nunca que os oásis são acidentes: estão condenados pela afirmação esmagadora da aridez, do vento agreste que empurra a areia para os lugares mais recônditos, logo que uma fresta fica aberta.
Resta-me deixar de olhar para o lado. Resta-me, simplesmente, seguir em frente.
Onde estão os momentos de convívio, as manifestações de amizade que nos reuniam algumas tardes em redor de um prato de rissóis? O caminho que percorremos fomos nós que o escolhemos ou alguém o decidiu por nós? E se o decidiu por nós, quais são os valores maiores, de humanidade, que o justificam?
Neste turbilhão de desumanidade, prefiro continuar caminho sozinho. Fico melhor só que mal acompanhado.
J. Cadima Ribeiro
Houve tempos em que olhei para o meio onde por opção profissional me movimento como um espaço privilegiado de partilha, de superação pessoal, de dedicação, de respeito pelos outros e pelo mundo. Hoje sei com mais segurança que nunca que os oásis são acidentes: estão condenados pela afirmação esmagadora da aridez, do vento agreste que empurra a areia para os lugares mais recônditos, logo que uma fresta fica aberta.
Resta-me deixar de olhar para o lado. Resta-me, simplesmente, seguir em frente.
Onde estão os momentos de convívio, as manifestações de amizade que nos reuniam algumas tardes em redor de um prato de rissóis? O caminho que percorremos fomos nós que o escolhemos ou alguém o decidiu por nós? E se o decidiu por nós, quais são os valores maiores, de humanidade, que o justificam?
Neste turbilhão de desumanidade, prefiro continuar caminho sozinho. Fico melhor só que mal acompanhado.
J. Cadima Ribeiro
9 comentários:
Mesmo cifrada, a sua mensagem não me deixa sombra de dúvida.
É um sopro de frustração e de indignação.
Confirma o que venho dizendo insistentemente.
O Rei vai nú.
Mas o soldo do cortejo já foi contratualizado.
Quem foi o cobarde que se vendeu? Tem um preço muito baixo....nem por um milhao de dinheiros.
É vitima das suas atitudes
Caro(a) leitor(a) sem rosto nem coragem,
Tem toda a razão: quem é que gosta de transparência, liberdade de pensamento e de opção, responsabilidade, respeito pelos outros e de decisões de gestão das instituições fundadas em princípios básicos de eficiência e eficácia, numa perspectiva de médio-longo prazo?
Siga o seu caminho. Daqui por uns anos, olhando para trás, vai concerteza orgulhar-se do caminho que escolheu.
Já agora: porque se dá ao incómodo de passar por aqui? Viu-se retratado?
Cumprimentos,
Novamente os 30 dinheiros
Há sempre quem queira lançar a confusão para desfocar do que é importante.
Felizmente também ainda há quem deixe de olhar para o lado. Ainda há quem, simplesmente, siga em frente.
Seguir em frente não é o mesmo que deixar seguir.
Recuperando um clássico:
http://universidadecidada.blogspot.com/2009/02/testemunhos-15-por-uma-universidade.html
“...
Podemos ainda falar de Academia quando o Largo do Paço e quem de lá governa permanecem tão longe?
Podemos ainda falar de Academia quando sabemos das grandes questões da Universidade através dos media?
Pode porventura haver Academia se a comunicação é débil? Se os fluxos de informação – aliás escassos - viajam em sentido único, do topo para a base? Se tudo desincentiva à manifestação da opinião, da base para o topo?
Se as reuniões dos órgãos, que deveriam ser de debate, se converteram em fastidiosas sessões de burocráticas aprovações? Se persiste e se difunde a sensação de que mais vale estar calado?...”
Cadima
ainda que todos os contratempos que sabe em que estou envolvida, o que me tem feito estar afastada, sabe bem que há ainda quem não se venda por dinheiro nenhum. E sabe também que é muito estimado. Importante não é ser maioritário, mas antes ser fiel àquilo em que se acredira. Por isso mesmo, o vi tantas vezes respeitar quem tão mal pensa de si; muitas vezes o vi evitar discursos que atacam pessoas que não defendem o que o Cadima defende, mas que acreditam no que fazem.
Não se centre no que não interessa. Keep busy e cá estamos, por muito poucos que sejamos, para o ouvir, pois já o fez milhares de vezes por nós, mesmo quando não concordava connosco.
As pessoas falam muito do seu tom de voz, mas deviam mais ouvi-lo em privado. repito: nunca o ouvi humilhar ninguém, como pessoa, mesmo quem sempre o atacou pelos meios mais infames.
Mantenha-se firme que a vida é um boomerangue.
abraço amigo.
Mantenha-se firme que a vida é um boomerangue, atira e leva com ele na testa, mas não não é importante, sempre com força e firmeza.
"Dá ao incómodo de passar por aqui?"
- Sim
"Viu-se retratado?"
- Ainda não e espero que não, porque aqui os insultos são muitos.
a vida é um boomerangue, como disse Thomas Merton, que é capaz de ser encontrado, provavelmente maltratado, na wikipedia. Sem dúvida que quem tem a cabeça cheia de pedradas que lança aos outros no anonimato terá dificuldade em comnpreender Merton, pois as marcas das pedras ficam inscritas no ressentimento e vontade de humilhar... nada de novo, tudo muito velho.
O Cadima recebe de volta o bem que faz, também, em dar voz a muitos que dele tanto se queixam, e que dele se aproveitaram.
Continue cheio de si, e aproveite, pois daqui a 50 anos não está cá certamente (nem eu, claro, antes que me queira lembrar o óbvio, dado ser tão inteligente face à minha mente mentecapta, apesar de eu não ser careca, o que esteticamente é agradável). O efeito do boomerangue nem sempre é visível a olho nú mas sempre surge, pois a vida não é só a UM, e esta não é o Pentágono.
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