"De facto, uma consequência perniciosa (talvez mesmo devastadora) destes rankings será a intensificação do egoísmo e a liquidação da cooperação entre indivíduos, destruindo um pilar fundamental do trabalho universitário. Acresce que qualquer divulgação dos rankings não deixará de ter consequências emocionais negativas capazes de minar a coesão universitária, ao acentuar a desconfiança, o despeito e mesmo o medo. Desejaremos uma Universidade dominada por sentimentos negativos?"
AAVV
(excerto de mensagem, datada de 2010 e intitulada Modelo de avaliação: contestação em Coimbra, disponível em Fórum SNESup)
AAVV
(excerto de mensagem, datada de 2010 e intitulada Modelo de avaliação: contestação em Coimbra, disponível em Fórum SNESup)
7 comentários:
"Uma Universidade dominada por sentimentos negativos" é aquilo que já temos.
Ou acha que uma Universidade em que uns se matam a trabalhar e outros nada fazem e no fim do mês ganham a mesma coisa (desde que em categorias idênticas) pode gerar sentimentos positivos ?
A Universidade em particular e a função pública em geral tem estado reféns de uma politica de remunerações de cariz marxista que promove a imcompetência e a inércia.
É por isso chegada a altura de se premiar aqueles que produzem e apontar a porta da rua aos ineptos e preguiçosos.
E já nem falo da pouca vergonha que são as diferenças de exigências entre instituições.
Nas Universidades do fundo da Tabela pode chegar-se a Catedrático com um curriculo mediano,e é possivel estar Catedrático nessas instituições com um minimo de trabalho. Já nas Universidades do Porto, Lisboa (Nova, Técnica ou Clássica) ou mesmo no Minho, o grau de exigência é incomparavelmente maior, e no entanto o salário é rigorosamente o mesmo.
Mas que engraçado, há pessoas nas Universidades que não querem rankings ? Será que pensam que estão no Jardim de Infância ou no Ensino Primário?
Mas como evitar fazer comparações entre a produção cientifica de Docentes e Unidades de Investigação, se é isso que se faz a nivel internacional para avaliar o desempenho do nosso país relativamente a outros?
O Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Coimbra, refere que nos últimos 10 anos foi aquele que mais produziu em Portugal em termos de artigos em revista internacional SCI. Será que fazerem esse "ranking" é motivo de orgulho ou é algo negativo porque comprovam que os outros produziram menos ?
Se Portugal quer ser competitivo no plano económico não pode dar-se ao luxo de ter Universidades que não sejam elas próprias competitivas, se o resultado final é egoismo e outras tretas paciência. Portugal não "deu novos mundos ao mundo" com conversa fiada.
Mas acreditam que a competição vai mesmo fazer uma triagem? Que vai premiar os que trabalham bem? Que vai premiar os que se dedicam à docência e à investigação de forma séria?
Não acredito. Continuaremos iguais a nós próprios, porque somos portugueses...
Sabem porque é que as mulhres não vão aos pares para os WC´s? Porque não têm nada para comparar. A teoria dos rankings c´est la meme chose.
Sr. anónimo Especialista em assuntos de casa de banho, proponha ao seu Departamento uma Pós-Graduação nessa área.
Os painéis de peritos que fazem a avaliação das unidades de investigação da FCT, já fazem rankings e atribuem a uns Excelente, a outros Mediocre.
Esses painéis comparam por exemplo a produção cientifica em revistas ISI e se assim é, esse factor deve ser levado em consideração na avaliação do desempenho dos docentes, como é óbvio.
Os senhores que assinaram essa triste prosa, deviam era ler o projecto de regulamento de avaliação de desempenho do Instituto Superior Técnico, dispovivel no site do SNESUP.
Chama-se aquilo um projecto de desempenho a sério, e que mostra que o Ensino Superior em Portugal tem várias velocidades e que algumas instituições estão neste processo com uma postura de elevada ambição.
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