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sábado, setembro 23, 2006

Extinguir o CRUP. Ter reitores nomeados

Em mensagem datada de hoje e intitulada "Sem papas na língua", João Vasconcelos Costa invoca no seu blogue - Reformar a Educação Superior - notícia da TSF, de 20.9.2006, que se reporta a declarações de Marçal Grilo; concretamente:

“Marçal Grilo defendeu, esta quarta-feira, uma maior concorrência entre as universidades, sugerindo, nesse, sentido a extinção do Conselho de Reitores. À margem de um debate promovido pelo Conselho Nacional de Educação, o ex-ministro da Educação disse que este conselho não passa de um órgão de «lobby» que vai contra a autonomia dos estabelecimentos do ensino superior. Na sua intervenção, Marçal Grilo sugeriu também que os reitores das universidades deixassem de ser eleitos e passassem a ser nomeados de forma a reforçar as lideranças. «Isto só se consegue se, quem lidera a universidade, tiver uma designação por um órgão interno da universidade, mas composto fundamentalmente por pessoas vindas de fora do estabelecimento», defendeu. O antigo ministro apelou ainda ao reforço da formação dos professores, acusando os novos docentes de «falta de maturidade».”

Concordando com muito do que diz e do que subscreve das declarações do ex-Ministro da Educação e do Ensino Superior, atrevo-me, não obstante, a formular as duas questões seguintes:
i) questionando-se o papel de "grupo de pressão" do CRUP, será que, neste papel, esta estrutura foi eficiente, pelo menos?
ii) sendo Marçal Grilo dotado de tanta clarividência estratégica, porque não a evidenciou na sua passagem por funções governamentais (não considerando já as múltiplas outras atribuições que teve em matéria de gestão do ensino superior)?

Devo confessar que continuo a surpreender-me como pessoas inteligentes, que julgo bem preparadas em termos técnicos e científicos, em funções de gestão pública ou à frente dos orgãos de gestão das universidades e outros organismos, não conseguem ir além de desempenhos medíocres.

J. Cadima Ribeiro

2 comentários:

Anónimo disse...

onde está a democracia? ou é comunismo?

J. Cadima Ribeiro disse...

E isto que temos na universidade portuguesa é democracia? Ou é, antes, espaço para a cultura de clientelas e de poderes instalados?
Alternativamente, gostaria de ver ousadia, capacidade de decisão estratégica, boa gestão dos recursos, capacidade de interacção com a envolvente externa.

Kadima