“Volto às engenharias, em geral, e aos seus mestrados integrados. Como é sempre bonito apresentar números, aqui vão. Foram já registados, em todas as universidades, 57 cursos de engenharia adequados a Bolonha. Destes, 33 (58 %) são mestrados integrados. Para o ano, Portugal vai ter de fazer o seu relatório para a reunião de Londres dos ministros de Bolonha. Como é que vai justificar esta anomalia? Vai confessar que é, principalmente, uma cedência aos interesses de financiamento do lóbi das engenharias (os outros ministros sabem qual é o peso governamental das engenharias) e uma cedência à Ordem dos Engenheiros, cedência estranha porque a Ordem até admite os dois ciclos?
Nota – Estou à espera do que se vai passar com outro lóbi universitário e corporativo poderosíssimo, o do direito. Até agora, só foram registados um curso público (Minho) e cinco privados. Com excepção de um caso, são licenciaturas de oito semestres, perfeitamente admissíveis em termos dos padrões bolonheses. Mas palpita-me que as faculdades públicas tradicionais vão propor mestrados integrados.”
João Vasconcelos Costa
[extracto de mensagem intitulada “Os mestrados integrados (IV)”, datada de 06/09/13, disponível no blogue do autor (Reformar a Educação Superior) – ligação activa ao lado]
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