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sexta-feira, setembro 08, 2006

A praxe deve repudiar qualquer forma de violência física ou simbólica

«Significa que há uma consciencialização, que nos parece ser crescente, por parte dos estudantes de Coimbra de que há qualquer coisa a alterar relativamente aos rituais da praxe académica. Não estou a dizer que seja maioritária mas parece-me haver uma percepção nesse sentido. Quando 67% das pessoas respondem que "a praxe deve repudiar qualquer forma de violência física ou simbólica" eu penso que têm presente que existem contornos na praxe actual que encerram esse tipo de elementos. E parecem mostrar aqui que são renitentes relativamente a isso. Depois, 51% dos inquiridos dizem que "a praxe deve ser revista de forma a receber melhor os novos alunos". Também aqui me parece haver uma percepção de que há uma necessidade de que os mais velhos ponham em prática, na recepção aos mais novos, aspectos mais informativos e pedagógicos que os ajudem a integrar-se.
[…]
Houve alterações muito profundas, a Universidade massificou-se, os cursos têm muito mais gente, o contacto com o professor é muito mais complicado, há insucesso e o estudante está preocupado com isso. E como perante a família, mesmo que seja ele o culpado, não quer assumir o insucesso, como há tanto chumbo e tanto abandono é porque os professores são maus. E pode ser até que tenha alguma razão, mas também se caiu numa certa onda de facilitismo. E eu falo por experiência própria.»

Elísio Estanque

(extracto de entrevista, intitulada “Estudantes são pressionados para acabarem curso rapidamente” e conduzida por Paula Alexandra Almeida, concedida por Elísio Estanque ao jornal Campeão das Províncias - 2006/09/07; disponível em http://www.ces.uc.pt)

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