"Durante muito tempo o acesso a um diploma universitário permitiu, no nosso país, aceder com relativa facilidade a um emprego qualificado, com o correspondente estatuto social, e, além disso, o próprio diploma universitário constituía em si mesmo um importante símbolo de status. Isto, porém, ocorreu sobretudo enquanto o acesso à universidade era exclusivo das elites. Nas últimas décadas tal cenário alterou-se substancialmente. O que quer dizer que o processo de mobilidade ascendente pode tornar-se uma mera ilusão, visto que, enquanto subimos a escada ela própria desliza para baixo. Ilusão que, actualmente se desfaz quando, com o diploma na mão, o recém licenciado esbarra na porta do desemprego ou apenas consegue um «semi-emprego». Hoje, os jovens que saem da universidade entram no mercado de trabalho, na sua maioria, através de empregos precários e desqualificados, empregam-se nas lojas dos Soppings, nos MacJobs, nos Call Centers, etc., e os que têm sorte ou «boas relações» conseguem, a custo, abrir mais tarde uma porta para uma profissão mais promissora."
Elísio Estanque
(extracto de mensagem, datada de 07/02/08, intitulada "As desigualdades sociais e a desvalorização dos diplomas", disponível no blogue do autor - BoaSociedade)
Elísio Estanque
(extracto de mensagem, datada de 07/02/08, intitulada "As desigualdades sociais e a desvalorização dos diplomas", disponível no blogue do autor - BoaSociedade)
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