«Nos últimos meses, a Universidade do Minho (UMinho) tem tido um nível de exposição pública pouco comum, infelizmente pelas piores razões. Na origem da situação estiveram: primeiro, o anúncio pelo reitor, em assembleia da universidade, a 11 de Dezembro de 2006, de que estava a equacionar a redução, no futuro próximo, do pessoal docente e não docente da instituição em 20 %, por via da constituição de excedentes e da não-renovação de contratos; e, em segundo lugar, os diversos incidentes que se sucederam à convocação pelos sindicatos (SNESup e FENPROF/SPN) de uma reunião de docentes e investigadores da universidade para discutir o assunto e esclarecer os termos em que poderia haver lugar à transferência de pessoal para outras instituições públicas.
Os incidentes a que aludo prenderam-se não só com as dificuldades colocadas na difusão nos circuitos de informação internos da UMinho da convocatória como com a divulgação da tomada de posição resultante da reunião realizada, que se saldou por um inusitado sucesso de adesão - participaram no evento cerca de 160 docentes, número nunca visto na “casa” em evento semelhante, salvaguardada uma situação passada, ocorrida vai para mais de 10 anos -, tudo culminando no plano destacado que a partir de certo momento tomou “O Moderador” da um-net, a saber, o sistema de comunicação electrónica, de abrangência geral, existente na Universidade do Minho.
A peça produzida pelo citado “Moderador”, justificando a recusa da difusão do comunicado dos sindicatos, na sua significação profunda, é, a meu ver, digna do destaque que o SNESup lhe tem dado nas derradeiras semanas na página de abertura do seu sítio electrónico e justifica que a reproduza aqui:
“Exmo. Senhor
A sua mensagem não seguiu para a UM-Net visto não se enquadrar nas respectivas regras, nomeadamente no facto de a UM-Net ter como objectivos difundir informação sobre:
- a actividade da Universidade do Minho nas suas várias vertentes: académica, social, cultural e recreativa;
- eventos promovidos e/ou organizados pela Universidade do Minho;
- o ensino em geral.
Sugere-se que a divulgação da informação em causa seja efectuada directamente junto dos elementos da UMinho associados ao SNESup e do SPN.
Cumprimentos,
O Moderador”
Vale a pena acrescentar que a justificação dada pelo “Moderador” aos sindicatos foi, substantivamente, a mesma que recebeu um colega de uma das Escolas da Universidade quando, na mesma sede, em 07/01/05, procurou difundir um texto de Mário Bettencourt Resendes, saído num jornal nacional, em que se anunciavam «boas notícias, vindas do outro lado do Atlântico, para quem consagrou os seus anos universitários ao estudo e aprofundamento de disciplinas hoje consideradas como de "difícil saída profissional"». O texto em questão reportava-se, depois, ao caso de algumas empresas norte-americanas, que decidiram recrutar, para os seus conselhos de administração, quadros com formação superior em Filosofia, e admitiam alargar o processo a historiadores e a sociólogos. A grande diferença entre as respostas provindas da figura “eminente” e parda de “O Moderador” esteve no sublinhado que feito por aquele de que
´A UM-NET é uma lista de difusão de informação, não se podendo constituir nem como um "Forum de Opinião" nem como um "Forum de Discussão".`.
Como tive oportunidade de escrever na ocasião em blogue pessoal, este esclarecimento afigura-se-me assaz interessante dado que ´resultava daqui absolutamente claro porque é que merecem difusão na um-net a realização de sessões de formação sobre "massagens relaxantes" e outras iniciativas de elevado interesse didáctico, informativo e recreativo e não “lixo” do tipo daquele que o colega em referência (e outros, antes dele) queria(m) fazer passar.`
Aparte situar no seu contexto o papel de “O Moderador”, a invocação que agora faço serve para deixar claro que o “instituto” da censura não foi inventado nesta altura ou usado singularmente no quadro de uma luta sindical, se assim se lhe pode chamar, entretanto declarada na UMinho. Pelo contrário, é instrumento de um certo exercício do poder e um indicador não-ambiguo da visão que esse poder mantém do que seja o debate de ideias e a transparência na organização e da visão de universidade que o informa.»
Os incidentes a que aludo prenderam-se não só com as dificuldades colocadas na difusão nos circuitos de informação internos da UMinho da convocatória como com a divulgação da tomada de posição resultante da reunião realizada, que se saldou por um inusitado sucesso de adesão - participaram no evento cerca de 160 docentes, número nunca visto na “casa” em evento semelhante, salvaguardada uma situação passada, ocorrida vai para mais de 10 anos -, tudo culminando no plano destacado que a partir de certo momento tomou “O Moderador” da um-net, a saber, o sistema de comunicação electrónica, de abrangência geral, existente na Universidade do Minho.
A peça produzida pelo citado “Moderador”, justificando a recusa da difusão do comunicado dos sindicatos, na sua significação profunda, é, a meu ver, digna do destaque que o SNESup lhe tem dado nas derradeiras semanas na página de abertura do seu sítio electrónico e justifica que a reproduza aqui:
“Exmo. Senhor
A sua mensagem não seguiu para a UM-Net visto não se enquadrar nas respectivas regras, nomeadamente no facto de a UM-Net ter como objectivos difundir informação sobre:
- a actividade da Universidade do Minho nas suas várias vertentes: académica, social, cultural e recreativa;
- eventos promovidos e/ou organizados pela Universidade do Minho;
- o ensino em geral.
Sugere-se que a divulgação da informação em causa seja efectuada directamente junto dos elementos da UMinho associados ao SNESup e do SPN.
Cumprimentos,
O Moderador”
Vale a pena acrescentar que a justificação dada pelo “Moderador” aos sindicatos foi, substantivamente, a mesma que recebeu um colega de uma das Escolas da Universidade quando, na mesma sede, em 07/01/05, procurou difundir um texto de Mário Bettencourt Resendes, saído num jornal nacional, em que se anunciavam «boas notícias, vindas do outro lado do Atlântico, para quem consagrou os seus anos universitários ao estudo e aprofundamento de disciplinas hoje consideradas como de "difícil saída profissional"». O texto em questão reportava-se, depois, ao caso de algumas empresas norte-americanas, que decidiram recrutar, para os seus conselhos de administração, quadros com formação superior em Filosofia, e admitiam alargar o processo a historiadores e a sociólogos. A grande diferença entre as respostas provindas da figura “eminente” e parda de “O Moderador” esteve no sublinhado que feito por aquele de que
´A UM-NET é uma lista de difusão de informação, não se podendo constituir nem como um "Forum de Opinião" nem como um "Forum de Discussão".`.
Como tive oportunidade de escrever na ocasião em blogue pessoal, este esclarecimento afigura-se-me assaz interessante dado que ´resultava daqui absolutamente claro porque é que merecem difusão na um-net a realização de sessões de formação sobre "massagens relaxantes" e outras iniciativas de elevado interesse didáctico, informativo e recreativo e não “lixo” do tipo daquele que o colega em referência (e outros, antes dele) queria(m) fazer passar.`
Aparte situar no seu contexto o papel de “O Moderador”, a invocação que agora faço serve para deixar claro que o “instituto” da censura não foi inventado nesta altura ou usado singularmente no quadro de uma luta sindical, se assim se lhe pode chamar, entretanto declarada na UMinho. Pelo contrário, é instrumento de um certo exercício do poder e um indicador não-ambiguo da visão que esse poder mantém do que seja o debate de ideias e a transparência na organização e da visão de universidade que o informa.»
J. Cadima Ribeiro
(extracto de artigo sobre a situação recente vivida na Universidade do Minho)
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