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segunda-feira, março 02, 2009

"Três listas disputam hoje o primeiro conselho geral da Universidade do Minho"

«Professores, funcionários e estudantes da Universidade do Minho (UM) elegem hoje os membros que vão integrar o primeiro conselho geral (CG) da instituição. O órgão, previsto nos estatutos aprovados no ano passado, vai decidir as linhas orientadoras da universidade.
Entre os professores, há três listas concorrentes. A lista A, liderada pelo catedrático do Instituto de Psicologia Licínio Lima, quer "concretizar a alteração dos estatutos", defendendo uma UM "mais aberta e com maior democraticidade". Eduarda Coquet, vice-presidente do Instituto de Estudos da Criança, lidera a lista B e defende uma mudança na universidade. "Precisamos de um novo ciclo, com novas pessoas", afirma. A terceira candidatura tem à frente António Cunha, presidente da Escola de Engenharia. O seu projecto aposta na afirmação internacional da UM e quer "reforçar a interligação entre o ensino e a investigação e aumentar a visibilidade da instituição no exterior".
As eleições de hoje escolhem 12 professores, um funcionário e quatro alunos. Ao CG caberá também escolher o reitor da UM, daqui a ano e meio, mas a lista B defende que Guimarães Rodrigues, o actual titular do cargo, deve demitir-se já. "Manter a actual reitoria seria perder tempo e atrasar a necessária inovação", afirma Eduarda Coquet. Pelo contrário, Licínio Lima entende que a demissão do reitor seria "extemporânea" e António Cunha, considera que caberá a Guimarães Rodrigues avaliar as condições de governação em função dos resultados das eleições.
As três candidaturas divergem sobretudo quanto à forma de ultrapassar as dificuldades financeiras da UM. António Cunha defende que a UM não pode ficar à espera da tutela e precisa de ser proactiva: "Os órgãos de gestão devem captar recursos, em lugar de os dividir", defende o líder da lista C, explicando que essas receitas alternativas podem passar pela prestação de serviços ao exterior e pela participação em projectos europeus.
Eduarda Coquet concorda que as universidades "não podem viver apenas do dinheiro do Estado", mas entende que a solução passa por uma "maior autonomia das escolas". "Actualmente grande parte das verbas recebidas pelos investigadores são absorvidas pela reitoria", critica.
A lista A é mais céptica quanto ao auto financiamento. "Somos muito críticos em relação à abertura ao exterior. A universidade corre o risco de claudicar perante o mercado, perdendo autonomia", afirma Licínio Lima.»
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(reprodução de notícia publicada no jornal Público, caderno local, de hoje)
[cortesia de Nuno Soares da Silva]

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