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quinta-feira, abril 30, 2009

"Os períodos eleitorais que recentemente vivemos foram momentos de liberdade singulares na nossa Academia"

«Caros(as) colegas da EEG,
Sendo professor catedrático desta Escola, continuo muito sensível às palavras deixadas abaixo pelo colega Adérito Marcos. Entendo-o bem na angústia que exprime e na reclamação de justiça e de cidadania académica que faz.
Desse ponto de vista, os períodos eleitorais que recentemente vivemos foram momentos de liberdade singulares na nossa Academia nestes derradeiros anos. Com o meu empenho nestes diversos processos eleitorais, procurei dar o pequeno contributo que estava ao meu alcance.
Tal qual ele, também eu gostaria de vos deixar aqui um apelo a que não deixem de votar amanhã.
Cordiais cumprimentos,
J. Cadima Ribeiro»
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«-----Mensagem original-----
De: Adérito Fernandes Marcos
Enviada: qua 29-04-2009 9:57
Para: Todos - Arquitectura; ecs-todos; ecum-todos; Direito - Todos; EEG - Todos; eng-todos; ESE - Todos; ics-todos; iec-todos; iep-todos; ILCH - Todos; UM Reitoria, Órgãos e Serviços
Cc: Adérito Fernandes Marcos
Assunto: Do imenso poder do voto secreto
Aos/Às Descontentes Com o Estado a Que as Coisas Chegaram,
Sois em geral professores auxiliares. Apanhados uns e outros na máquina trituradora de talentos e alentos, instalada em cada canto, da academia minhota.
Conduzem tais máquinas os colegas de uma geração, que se arroga de ter sido construtora da academia no passado, mas que hoje se encontra confortavelmente instalada em cátedras da indiferença.
Sois aqueles que ainda não atingiram a almejada nomeação definitiva. Sois martelados, ora de forma directa ou indirecta, com a ameaça do despedimento, enquanto vos exigem a excelência, que eles (os que exigem) não possuem eportanto também não promovem. Não raramente vos sobrecarregam com as tarefas de gestão e outras que não vos competem, acenando-vos com a promessa do prémio de serdes aceites. Quantas vezes tendes que leccionar para turmas de centenas de alunos, sozinhos, sem apoios, mas desprezando-vos vos exigem que publiqueis nas ISIs e nas Scopus deste mundo, sob pena máxima de não vos reconhecerem como investigadores.
Se já tendes a nomeação definitiva e buscais a excelência, no lugar de vos acarinharem, confinam-vos ao beco sem saída da existência sem reconhecimento e sem progressão de carreira. E lembram-vos, regularmente, que ainda não sois do quadro, pois tal está apenas reservado aos catedráticos eassociados. E que, portanto, sois dispensáveis.
s excluídos, por via do estatuto (essa grande desculpa para a discriminação activa), de qualquer órgão de gestão preponderante da academia. Usam o subterfúgio do canal hierárquico para vos fazerem silenciar. E quantas vezes, apenas vos restam os meios electrónicos (como este) ou as sessões plenárias para fazerdes ouvir a vossa voz.
E no final, vejam só, até se arrogam de vos dominarem a vontade e as consciências listando-vos às centenas em supostos movimentos unanimistas.
A academia precisa de consciências livres, não alinhadas, precisa que não vos deixeis cair em lógicas de controlo baseadas no medo, na coerção e nas promessas vagas de quem está acomodado e nada deseja alterar.
Sem os professores auxiliares (todos sem exclusão), a academia resumir-se-ia a um imenso deserto, seco, sem ciência nem inovação, movido por tempestades de burocracia e guerrilhas de interesses, estéreis e inúteis.
A academia precisa que exerçais o poder imenso que está nas vossas mãos e que ninguém vos pode tirar: o voto. Que sendo secreto escapa ao controlo instalado da nomenclatura. Sendo maioritário, pode fazer a diferença.
Saudações amigas,
Adérito Fernandes Marcos
(Professor Auxiliar c/ Agregação)
LISTA C»
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(reprodução de mensagem ontem à noite distribuída na rede electrónica da EEG/UMinho; a mensagem assinada por Adérito Marcos havia sido distribuída pelo próprio, durante o dia, na rede geral da UMinho)

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