"Porém, enquanto até anos sessenta esta irreverência transportava em si uma cultura de dissensão, uma mistura de elementos de diversão e consumos culturais de vanguarda, onde a boémia se combinava com a consciência crítica e até com a acção política (como durante a crise de 1969), nos dias que correm as sociabilidades estudantis e os rituais académicos obedecem mais a uma lógica consumista e os excessos cometidos nas festividades académicas são, infelizmente, mais visíveis no abuso do álcool, nos comportamentos irracionais e na violência sobre os caloiros. O lado social e político da irreverência estudantil parecem irremediavelmente perdidos, pelo menos no contexto das festas académicas."
Elísio Estanque
(extracto de mensagem, intitulada "A praxe, a latada, e o machismo anacrónico", publicada pelo autor no seu blogue - BoaSociedade -, em 06/10/27)
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