«As universidades de Lisboa (UL) e Técnica de Lisboa (UTL) querem que o Governo lhes dê mais autonomia, de modo a criar uma universidade única de dimensão mundial.
Esta semana, os conselhos gerais das duas instituições aprovaram a fusão e, no dia 30, vão juntar-se, pela primeira vez. Em entrevista à Lusa, os dois reitores, António Sampaio da Nóvoa, da UL, e António Cruz Serra, da UTL, frisam que o processo se fará por patamares e que os próprios o travarão se não houver apoio político ao projecto.
"Não estamos a tomar uma decisão definitiva ainda", frisou Sampaio da Nóvoa, adiantando que daqui a dois ou três meses será feito um balanço.
As instituições vão pedir autonomia reforçada: "Não temos endividamentos, não contribuímos para o défice público, não alterámos a situação financeira, nem patrimonial das nossas universidades, mas vamos exigir um período de tempo de quatro anos, mais quatro, no qual seja possível que essa autonomia acrescida possa ser utilizada a favor de uma maior eficiência e de colocar a universidade onde queremos que seja colocada".
Para Cruz Serra, "só com um estatuto de autonomia reforçada é possível construir a universidade que estamos a propôr". As instituições pedem as mesmas condições de agilidade administrativa que foram pensadas para as fundações públicas de direito privado, mas num quadro de direito público.
Se tiverem essa autonomia, a futura instituição, resultante da fusão, terá maior capacidade de gerar receitas próprias e captar financiamentos empresarial.
Instituições a mais
Os reitores pretendem que se crie uma universidade de dimensão mundial. A internacionalização é "absolutamente crucial" num "mercado selvagem" em que se disputam "os melhores talentos", sejam alunos ou professores, define Cruz Serra.
Os reitores reconhecem que, no país, há instituições a mais para o tamanho do paós e para o financiamento que vai diminuindo cada vez mais.
Se a fusão é uma solução para Lisboa, onde existem três universidades públicas, os reitores defendem que esta não é solução para o resto do país.
A nova universidade terá um orçamento de 300 milhões de euros – o ideal seria ter um orçamento de mil milhões de euros, dizem os reitores –, cerca de 46 mil alunos e três mil professores.»
(reprodução de notícia Lusa/PÚBLICO, de 2012/04/20)
[cortesia de Nuno Soares da Silva]
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