Fórum de Discussão: o retorno a uma utopia realizável - a Universidade do Minho como projecto aberto, participado, ao serviço do engrandecimento dos seus agentes e do desenvolvimento da sua região

sábado, abril 28, 2012

"Licenciados dos últimos três anos têm menos emprego"

«Os estudantes portugueses que concluíram uma licenciatura nos últimos três anos têm mais dificuldade em arranjar emprego. Esta é uma das conclusões do relatório sobre a aplicação do processo de Bolonha nos países europeus feito pelo Eurostat e pela rede de informação sobre educação da Comissão Europeia, a Eurydice.
Segundo o estudo, em metade dos 40 países europeus analisados, a taxa de desemprego é superior a 10 por cento entre os diplomados com idades entre os 20 e os 34 anos. Em Portugal, a média de diplomados desempregados entre os 20 e os 34 anos entre 2006 e 2010 foi de 10,6 por cento, a nona percentagem mais alta da tabela.
No que diz respeito ao investimento público no ensino superior português, os dados da Eurydice indicam que no ano lectivo de 2009/2010, em plena crise, o investimento aumentou 36,7 por cento. Um aumento que traduz um investimento público de 2,14 por cento nas universidades e institutos politécnicos e que posiciona Portugal no 27º lugar, na tabela de 30 países analisados, antes da Hungria, Reino Unido e Itália e ainda longe dos 51,4 por cento da Noruega, que lidera a tabela.
Este aumento do valor médio do investimento público nas universidades e politécnicos é uma tendência que contraria o cenário dos 24 países analisados, nos quais o investimento desceu 2,2 por cento entre 2008 e 2009. "No geral, o resultado da crise até agora é um declínio no investimento público no ensino superior", lê-se nas conclusões do relatório.
No entanto, a Eurydice frisa que isso não significa necessariamente que existam menos meios no sector, indicando que em vários países a descida do investimento público foi compensada por um aumento do ensino privado e que a flutuação do número de alunos também explica as mudanças em termos da percentagem do dinheiro público aplicado no ensino superior.
Em 32 países analisados quanto à percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) aplicado no ensino superior no ano de 2008. Portugal está em 25º lugar, gastando 0,95 por cento do seu PIB. O país que lidera esta lista, a Dinamarca, usa 2,41 por cento do seu PIB a financiar o ensino universitário.
Com cerca de 373 mil alunos inscritos no ensino superior no ano lectivo de 2008/2009, Portugal é o 16º país em termos de número de alunos, numa tabela com 38 países recenseados que tem a Rússia no primeiro lugar (9,9 milhões) o Liechtenstein em último, com apenas 754 alunos universitários.
O estudo, que analisa a implementação do processo de Bolonha - que uniformizou cursos e sistemas de ensino superior - identifica "problemas relativos ao reconhecimento de qualificações" de país para país mas frisa que a expansão do ensino superior na Europa nos últimos dez anos foi "notável" mas que "ainda não beneficiou igualmente todos os grupos sociais".»

(reprodução de notícia Económico, de  2012/04/ 27, assinada por Ana Petronilho)

[cortesia de Nuno Soares da Silva]

Sem comentários: