Há quem entenda que uma lista promovida pelo reitor, como acontece na UMinho, é uma lista ganhadora (ou de elevada probabilidade de vitória). Concorda com este ponto de vista? Mais: também subscreve o ponto de vista que a maior parte da comunidade universitária é avessa ao risco, pelo que é de esperar que as pessoas votem numa lista que lhes assegure que o status quo irá manter-se?
Eu responderia: são questões complexas as que são colocadas, com leituras que podem ser desencontradas. Brevemente, direi o seguinte:
i) [sobre a lista do reitor ser ganhadora] – Uma lista ser ganhadora ou não depende da alternativa que se lhe contrapõe, da postura dos eleitores e da composição da própria lista. Estas dimensões são elas próprias a chave da resposta para a segunda questão enunciada.
Adiantando algo mais em relação à primeira temática, sublinharia que a natureza desta eleição é completamente diferente da das precedentes, que levaram à eleição do reitor em funções, desde logo porque quem pode votar é o universo dos membros da Academia (no caso que nos interessa, o universo dos professores) e não um colégio eleitoral restrito, facilmente aliciável. Por esta razão, o argumento está truncado, mesmo que quem esteja no poder possa usá-lo para influenciar o resultado.
Este dado de partida pode, entretanto, ter uma leitura oposta, materializável na ideia que a má gestão e as malfeitorias praticadas durante o exercício de funções, que indirectamente estão em escrutínio, podem levar os eleitores a terem uma atitude de rejeição da lista que configura a continuidade. Há boas e fortes razões para que os professores da UMinho sigam este princípio. A inconsistência da lista, aparte o vazio de ideias que emergiu para a comunidade académica, compreensível em função da manta de retalhos que a composição configura, deveria ir no mesmo sentido de rejeição antes sublinhado.
Falando das personalidades da lista, não quero sequer pôr em destaque as deslealdades pessoais que a integração de alguns elementos representa, mesmo face a membros (e lutas passadas de elementos) da lista oponente, dando argumentos adicionais à ideia de que não estamos perante uma lista baseada em princípios.
Ora, é nestas duas dimensões, o ideário e a consistência do projecto da lista oponente, que o problema se põe, igualmente. No seu conservadorismo, na luta por protagonismos pessoais, na falta de dimensão técnica e estratégica das propostas em confronto, há pouco por onde escolher. Nestas dimensões, quem desafia o poder instalado deveria fazer a diferença, ser mais ousado.
ii) [sobre a comunidade universitária ser avessa ao risco] – Com tristeza, sou levado a admitir que os sinais que tenho vão nesse sentido, embora haja que juntar aversão ao risco com o sentido individualista e defensivo que se foi instalando. Doutra forma, as coisas não se deveriam ter passado nos derradeiros anos como se passaram. Doutra forma, deveríamos estar perante não duas listas concorrentes à Assembleia Estatutária mas três ou mais e, sobretudo, com projecto e estratégia, fazendo nisso a grande diferença. Talvez a dita comunidade precise de mais esta prova para despertar. Talvez!
Fico com esperança que daqui a alguns meses, quando esteja em causa a eleição do Conselho Geral, o ânimo já seja outro.
O meu desconforto resulta de a Universidade, sobretudo a Universidade do presente, estar confrontada com a necessidade de antecipar o futuro, enquanto vai dando resposta às exigências do presente, e de ser o grande alfobre de capital humano que a sociedade portuguesa dispõe. Para ser Universidade tem pois que ser criativa, de acolher e cultivar o espírito empreendedor, de acreditar que é capaz de construir o futuro, e fazê-lo.
Repito a pergunta: acha que a lista promovida pelo reitor da UMinho é uma lista ganhadora? Subscreve o ponto de vista que a maior parte da comunidade universitária é avessa ao risco, pelo que é de esperar que as pessoas votem numa lista que lhes assegure que o status quo irá manter-se?
J. Cadima Ribeiro
Eu responderia: são questões complexas as que são colocadas, com leituras que podem ser desencontradas. Brevemente, direi o seguinte:
i) [sobre a lista do reitor ser ganhadora] – Uma lista ser ganhadora ou não depende da alternativa que se lhe contrapõe, da postura dos eleitores e da composição da própria lista. Estas dimensões são elas próprias a chave da resposta para a segunda questão enunciada.
Adiantando algo mais em relação à primeira temática, sublinharia que a natureza desta eleição é completamente diferente da das precedentes, que levaram à eleição do reitor em funções, desde logo porque quem pode votar é o universo dos membros da Academia (no caso que nos interessa, o universo dos professores) e não um colégio eleitoral restrito, facilmente aliciável. Por esta razão, o argumento está truncado, mesmo que quem esteja no poder possa usá-lo para influenciar o resultado.
Este dado de partida pode, entretanto, ter uma leitura oposta, materializável na ideia que a má gestão e as malfeitorias praticadas durante o exercício de funções, que indirectamente estão em escrutínio, podem levar os eleitores a terem uma atitude de rejeição da lista que configura a continuidade. Há boas e fortes razões para que os professores da UMinho sigam este princípio. A inconsistência da lista, aparte o vazio de ideias que emergiu para a comunidade académica, compreensível em função da manta de retalhos que a composição configura, deveria ir no mesmo sentido de rejeição antes sublinhado.
Falando das personalidades da lista, não quero sequer pôr em destaque as deslealdades pessoais que a integração de alguns elementos representa, mesmo face a membros (e lutas passadas de elementos) da lista oponente, dando argumentos adicionais à ideia de que não estamos perante uma lista baseada em princípios.
Ora, é nestas duas dimensões, o ideário e a consistência do projecto da lista oponente, que o problema se põe, igualmente. No seu conservadorismo, na luta por protagonismos pessoais, na falta de dimensão técnica e estratégica das propostas em confronto, há pouco por onde escolher. Nestas dimensões, quem desafia o poder instalado deveria fazer a diferença, ser mais ousado.
ii) [sobre a comunidade universitária ser avessa ao risco] – Com tristeza, sou levado a admitir que os sinais que tenho vão nesse sentido, embora haja que juntar aversão ao risco com o sentido individualista e defensivo que se foi instalando. Doutra forma, as coisas não se deveriam ter passado nos derradeiros anos como se passaram. Doutra forma, deveríamos estar perante não duas listas concorrentes à Assembleia Estatutária mas três ou mais e, sobretudo, com projecto e estratégia, fazendo nisso a grande diferença. Talvez a dita comunidade precise de mais esta prova para despertar. Talvez!
Fico com esperança que daqui a alguns meses, quando esteja em causa a eleição do Conselho Geral, o ânimo já seja outro.
O meu desconforto resulta de a Universidade, sobretudo a Universidade do presente, estar confrontada com a necessidade de antecipar o futuro, enquanto vai dando resposta às exigências do presente, e de ser o grande alfobre de capital humano que a sociedade portuguesa dispõe. Para ser Universidade tem pois que ser criativa, de acolher e cultivar o espírito empreendedor, de acreditar que é capaz de construir o futuro, e fazê-lo.
Repito a pergunta: acha que a lista promovida pelo reitor da UMinho é uma lista ganhadora? Subscreve o ponto de vista que a maior parte da comunidade universitária é avessa ao risco, pelo que é de esperar que as pessoas votem numa lista que lhes assegure que o status quo irá manter-se?
J. Cadima Ribeiro
3 comentários:
Professor Cadima a lista B é miserável, assim não vamos longe. Venham melhores ventos e que apareça a lista C.
Colega embora pareça uma lista de última hora veja que é uma lista representativa de uma universidade cidadã. A vindima não aconteceu mas acontecerá e a uva vai dar bom tinto.
Para vencer a guerra não será necessário muitos Generais mas bons Soldados guiados por o nosso melhor General e muito bem secundado pelo nosso sargento.
Enviar um comentário