«Cara(o)s Colegas,
Na academia minhota vários são os colegas a quem se prepara a negação da almejada "nomeação definitiva". Alguns destes colegas entraram ao serviço na academia há largos anos, alguns mesmo ultrapassando a vintena. Iniciaram como monitores ou assistentes e foram progredindo nos degraus de uma putativa carreira que poderá terminará com o desemprego, e dada a idade de alguns, equivalerá a desgraça social.
Porque lhes é negada a "nomeação definitiva" ? Em geral porque se argumenta não terem atingido metas, ditas mínimas, de desempenho, donde se destacam, as científicas, mensuráveis em número de publicações, de projectos de investigação, de orientações de projectos de pós-graduação, etc.
Sem prejuízo de que cada caso é um caso diferente, porque se pode afirmar sem rodeios, que negar a nomeação definitiva é, em geral, uma enormidade?
Tão simplesmente porque exigindo-se o cumprimento de metas no final de um percurso, neste mesmo percurso, qual caminho pedregoso e tantas vezes íngreme, foram colocados percalços, alguns de difícil transposição, na forma de atribuição de responsabilidades de gestão, de missões administrativas, de injunções lectivas, de isolamentos e impedimentos de diversa índole, que aliados à inexperiência e falta de orientação ou mesmo a certa ingenuidade, resultou numa magra lista final de resultados.
Se considerarmos que a ambicionada "nomeação definitiva", com o cognome de "tenure" no novo ECDU, será apenas atribuível a professores catedráticos e associados, então é legítimo perguntar que sentido faz não nomear definitivamente um colega na categoria de professor auxiliar.
Não se lhe nega só o equivalente a um contrato por tempo indeterminado, que note-se pode ser cessado a qualquer momento, mas é-lhe sobretudo recusada a oportunidade de poder palmilhar um novo percurso, desejavelmente com regras mais claras e melhores condições de andamento.
Um interessante desafio para a academia, nestes tempos de transição e de lógicas de frio calculismo medido em índices ISI, é estabelecer uma trégua geral para todos aqueles que genuinamente deram e continuam a dar o seu melhor em prol da academia e que ambicionam apenas a oportunidade de provar que são capazes de fazer melhor, muito melhor. É a sua experiência de longos anos e o seu forte desejo de perseguir um melhor desempenho, que mais poderão beneficiar a academia.
Afinal não se atribui uma nomeação que é definitiva (como se houvesse algo definitivo .). Ao professor auxiliar apenas se concede um contrato que é por tempo indeterminado, determinável pelo melhor desempenho num tempo de trégua.
Vale a pena reflectir nisto.
Saudações amigas,
Adérito Fernandes Marcos»
Na academia minhota vários são os colegas a quem se prepara a negação da almejada "nomeação definitiva". Alguns destes colegas entraram ao serviço na academia há largos anos, alguns mesmo ultrapassando a vintena. Iniciaram como monitores ou assistentes e foram progredindo nos degraus de uma putativa carreira que poderá terminará com o desemprego, e dada a idade de alguns, equivalerá a desgraça social.
Porque lhes é negada a "nomeação definitiva" ? Em geral porque se argumenta não terem atingido metas, ditas mínimas, de desempenho, donde se destacam, as científicas, mensuráveis em número de publicações, de projectos de investigação, de orientações de projectos de pós-graduação, etc.
Sem prejuízo de que cada caso é um caso diferente, porque se pode afirmar sem rodeios, que negar a nomeação definitiva é, em geral, uma enormidade?
Tão simplesmente porque exigindo-se o cumprimento de metas no final de um percurso, neste mesmo percurso, qual caminho pedregoso e tantas vezes íngreme, foram colocados percalços, alguns de difícil transposição, na forma de atribuição de responsabilidades de gestão, de missões administrativas, de injunções lectivas, de isolamentos e impedimentos de diversa índole, que aliados à inexperiência e falta de orientação ou mesmo a certa ingenuidade, resultou numa magra lista final de resultados.
Se considerarmos que a ambicionada "nomeação definitiva", com o cognome de "tenure" no novo ECDU, será apenas atribuível a professores catedráticos e associados, então é legítimo perguntar que sentido faz não nomear definitivamente um colega na categoria de professor auxiliar.
Não se lhe nega só o equivalente a um contrato por tempo indeterminado, que note-se pode ser cessado a qualquer momento, mas é-lhe sobretudo recusada a oportunidade de poder palmilhar um novo percurso, desejavelmente com regras mais claras e melhores condições de andamento.
Um interessante desafio para a academia, nestes tempos de transição e de lógicas de frio calculismo medido em índices ISI, é estabelecer uma trégua geral para todos aqueles que genuinamente deram e continuam a dar o seu melhor em prol da academia e que ambicionam apenas a oportunidade de provar que são capazes de fazer melhor, muito melhor. É a sua experiência de longos anos e o seu forte desejo de perseguir um melhor desempenho, que mais poderão beneficiar a academia.
Afinal não se atribui uma nomeação que é definitiva (como se houvesse algo definitivo .). Ao professor auxiliar apenas se concede um contrato que é por tempo indeterminado, determinável pelo melhor desempenho num tempo de trégua.
Vale a pena reflectir nisto.
Saudações amigas,
Adérito Fernandes Marcos»
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(reprodução integral de mensagem distribuída universalmente na rede eletrónica da UMinho na manhã deste dia; reprodução formalmente autorizada pelo autor)
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