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sábado, abril 07, 2007

Chato será se os nossos políticos passarem a valer pelo mérito dos seus desempenhos

Enquadrando a revista de imprensa que teve a simpatia de fazer para nós em 07/04/06, Alexandre Sousa (Co-Labor) propõe-nos a epígrafe “OBVIAMENTE, a UnI NUNCA podia fechar…”. Deduz-se que nos antecipa a decisão de Mariano Gago, a anunciar publicamente na 2ª feira pf.
Sei-o bem informado e não me parece grande exercício de adivinhação aquele a que se abalançou, não lhe negando o mérito da pontaria.
Para mim, entretanto, o que é importante não é a eventualidade da UnI fechar ou não. Importante é sublinhar que a UnI - esta e umas quantas outras ainda abertas ou já exauridas - nunca devia ter sido autorizada. Tendo-o sido, criou-se o lastro para o descrédito que se veio a revelar, arrastando no seu estertor, a título de dano colateral, um pouco da credibilidade do sistema de Ensino Superior nacional, no seu todo. Substanciando o que digo, aparte estórias bem conhecidas, a título de exemplo, retenha-se a qualidade dos respectivos corpos docentes, de que também é boa ilustração o recém-designado (não se sabe bem por quem) reitor da dita UnI.
Neste quadro lamacento, relevar os títulos de Eng. e Dr. é coisa de somenos importância, até porque, se esses títulos sempre foram um faz-de-conta próprio da nossa idiossincrasia lusitana, com a reforma que chamamos de Bolonha nem esse faz-de-conta se conseguirá aguentar.
Chato, chato será se, doravante, os nossos políticos passarem a valer pelo mérito dos seus desempenhos, ao invés de valerem pelos títulos que ostentam, e pela corte de que se fazem rodear. Até lá, porém, ainda temos que esperar pela chegada da revolução cultural, que, embora há muito anunciada (creio que por Mao Tsé Tung), tarda em chegar.

J. Cadima Ribeiro

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