"Confesso não saber ao certo o método de cálculo das bolsas, mas partindo de princípio que estas são concedidas coerentemente, e que estão provavelmente indexadas, pelo menos parcialmente, ao valor das propinas de cada ano, não me parece que estas sejam o real problema. O verdadeiro problema chega àqueles alunos que, não estando abrangidos pelas bolsas, vêem o valor das propinas aumentar em flecha quando o nível de vida e o poder de compra dos seus agregados se mantém mais ou menos constante. A situação tende ainda a agravar-se quando o número de jovens por agregado familiar a frequentar o ensino superior é maior que um.
No que diz respeito aos empregos em part-time, sou da opinião que só não os tem quem os não quer, e que estes só podem fazer bem aos estudantes. Em Londres quase todos os estudantes têm um part-time, e isto não tem influência negativa no sucesso dos mesmos ou no prestígio das instituições que estes frequentam.
Quanto ao facto de se poder tornar mais barato estudar numa universidade privada do que numa universidade pública, parece-me de todo disparatada tal hipótese, pelo menos nas universidades privadas sobre as quais tenho informações. Concordo no entanto que há falta de apoio aos estudantes e ao ensino, e custa-me a entender o rumo da cruzada do nosso Governo para modernizar o país e o nível de formação de todos, quando se investe cada vez menos nessa mesma formação, como a colega afirmou e bem."
Carlos Nogueira
(extracto de mensagem disponível na entrada "fóruns" da plataforma electrónica de apoio à unidade curricular Economia Portuguesa e Europeia, da EEG/UMinho; Janeiro de 2007)
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