Fórum de Discussão: o retorno a uma utopia realizável - a Universidade do Minho como projecto aberto, participado, ao serviço do engrandecimento dos seus agentes e do desenvolvimento da sua região

quarta-feira, outubro 10, 2007

Já agora… e porque não pensar «estratégia»?

Vai ser extremamente difícil construir um Conselho Geral com etiqueta de efectivo, eficiente, eficaz, tudo menos «faz-de-conta», se a universidade e os seus candidatos a reitor, actuais e futuros, não tiverem preocupações sérias com planeamento estratégico. E não pode ser planeamento estratégico de «muda aos seis e acaba aos doze». Não, meus senhores, esse peditório já deu. São resmas de pessoas, que até têm salários interessantes comparativamente com o povo que está inscrito nos centros de emprego, são pessoas cheias de títulos e honrarias que passam os dias a assobiar para o tecto a ver se caem estrelas do céu, são pessoas que obrigatoriamente têm que participar na construção do futuro dos que vão chegar um dia destes à porta da escola.
Essas pessoas não podem chegar à sala da reunião sem papel nem lápis.
Essas pessoas têm que ser convidadas para estar na sala de trabalho (sem telemóvel) segunda-feira às 8:30 horas e deixá-las ir para casa na próxima sexta-feira às 12:30 horas.
Também é preciso divulgar a lista dos convites e publicar as prendas que cada um trouxe para a boda.
O primeiro passo para dar a volta ao sistema seja ele do interior (UM, UTAD, UBI, UE) ou sejam elementos da faixa costeira é impor um envolvimento de cima a baixo na compreensão a mais exacta possível daquilo que está a ser construído. O projecto só pode ser bem sucedido se existirem contribuições significativas para a nova visão/missão da universidade e isso só acontece se cada um dos envolvidos realmente souber o que essas coisas são.
Na minha qualidade de candidato a reitor da Universidade-ali-ao-Lado decidi enviar aos meus eventuais seguidores e/ou detractores meia dúzia de apontamentos para que eles apareçam na sala do senado com o bloco-notas e algumas ideias sobre os seguintes componentes:

Articulação
O estudo estratégico deverá ser articulado com aquilo que a universidade é - isto é:
● Motivação: Porque existe a universidade? Qual é a sua identidade e o seu propósito? Qual é a sua visão, missão, prioridades e constrangimentos? Onde queremos chegar? Que obstáculos teremos que ultrapassar?
● Dados: Quais os indicadores de desempenho que vamos usar para comparar o andamento da missão? À volta de que categorias de coisas é que a universidade precisa de dados?
● Actividades: O que é que a universidade faz? O que é que devemos continuar a fazer? Que gostaríamos de fazer e não fazemos?
● Locais: Onde estamos nós a operar? Quais são as ‘grandes funções’ exercidas em cada local? Porque estamos ali e não noutros locais?
● Pessoas e Unidades Orgânicas: Qual é a filosofia organizacional da universidade? Hierárquica? Matricial? Que valores dinamizam as actividades dos nossos recursos humanos?
● Tempo (ciclo de planeamento): A universidade sente-se motivada, dinamizada pelo tradicional ciclo do orçamento anual? Quais os eventos/acções é que este ciclo põe em movimento?

Elementar, meu caro Watson, elementar. Pensar eu que ainda não percebi para que andei a estudar?!
-
Alexandre Sousa
(editor do blogue Co-Labor)

2 comentários:

J. Cadima Ribeiro disse...

Caro Alexandre Sousa,
Obrigado por este seu magnífico contributo para o debate.
Pelo que vê, deixou "a malta" sem palavra. Chegada a hora de tratar as questões sérias, a atitude parece persistir sendo a de voltar às "boxes"; a não ser que, como foi o caso da UMinho em que durante a manhã decorreu um senado, os(as) nossos(as) colegas ainda estejam a fazer a digestão do que entretanto terão ouvido.
Um abraço,

Anónimo disse...

Os(as) nossos(as) colegas tiveram uma digestão muito dificil. Foi a pior "praxe" que eles viram. Engoliram em seco, mastigaram rápido e dormiram durante a tarde. No final da tarde (muito tarde 20h?) com a vaselina toda estava tudo (re?)feito e ao que parece aprovado. Ninguém soube explicar de forma clara e transparente o que se passou. Não percebo os Senadores, elegem-se e depois não sabem explicar o que se passa?