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segunda-feira, outubro 29, 2007

Manifestando-me

No âmbito da reformulação estatutária que está em vias de ser desencadeada na UMinho, concorda com a necessidade do lançamento de uma reflexão sobre a adequação da oferta educativa da Instituição às necessidades sociais e aos recursos disponíveis nas Escolas/Departamentos?
Eu responderia: sem dúvida! Tal reflexão já se justificava antes da reestruturação dos cursos suscitada pela aplicação da Declaração de Bolonha e mais se justifica agora porque: i) a questão da empregabilidade deveria ter sido um dos parâmetros que deveria ter informado essa adequação dos cursos e não foi, por razões externas à UMinho e por razões internas; e ii) porque, depois dessa reestruturação, a oferta se oferece ainda mais caótica, convivendo em algumas Escolas Universitárias projectos de ensino, a nível de 1º ciclo, de banda larga com outros de natureza politécnica. Há casos até, como acontece na EEG, em que os cursos se canibalizam.
Situações como esta que menciono têm muito que ver com a persistência de lógicas em que são os recursos disponíveis e as estratégias de poder dentro dos Departamentos que ditam a oferta educativa e não a existência claramente identificada de uma procura social, presente ou potencial. São apostas na preservação da inércia, mesmo que seja clara a sua insustentabilidade a médio-prazo.
Repito a pergunta: concorda com a necessidade do lançamento de uma reflexão sobre a adequação da oferta educativa da Instituição às necessidades sociais e aos recursos disponíveis nas Escolas/Departamentos?

J. Cadima Ribeiro

2 comentários:

Virgílio A. P. Machado disse...

Neste caso, uma reflexão parece-me manifestamente insuficiente, a não ser que seja para reflectir sobre a necessidade óbvia destes assuntos serem estudados com seriedade.

J. Cadima Ribeiro disse...

Caro Virgílio Machado,
Tem toda a razão. Como se tem que se começar por algum lado, a reflexão deve ser tomada como o elemento desencadeador de um processo que, para ser consequente, tem que produzir resultados em matéria de configuração/reconfiguração da oferta.
Proceder à criação/reestruturação de cursos sem suporte numa avaliação da oportunidade da sua existência e da necessidade de lhes dar um formato que melhor corresponda a uma necessidade social identificada é que é o problema.
Um abraço,