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sexta-feira, julho 28, 2006

Nomeações definitivas: parte II

Sob a epígrafe “Nomeações definitivas: tudo seria muito mais simples se…”, trouxe-vos há dias uma experiência pessoal que disse considerar pouco gratificante para mim e, sobretudo, pouco edificante para a Instituição Universitária, lida no singular e no plural. Sublinhei, também, que a invocação se justificava porque o que retratava não era, infelizmente, caso isolado na UMinho (e, obviamente, na universidade portuguesa, no seu todo).
Na resposta, recebi algumas mensagens que confirmavam esta ideia de não se tratar de caso único e outras que sublinhavam que os elementos informadores do que estava em causa nesta situação não eram um exclusivo dos processos de nomeação definitiva. Em substância, estariam igualmente presentes em concursos para professores associados e catedráticos. Não seria de presumir, de facto, que fosse diferente nestes casos. Alguns, questionavam(-se), ainda, se o(s) reitor(es) não teriam um papel a desempenhar em tais circunstâncias (anormais).
Das mensagens que recebi, retenho algumas frases isoladas, onde se sublinham méritos de candidatos e a “anormalidade” do que se configurava numa ou mais situações, que, aliás, na substância, reproduzem o que eu destacava no relato que fiz então. Em concreto:

“É reconhecido(a) pela comunidade científica”;
“Publicou livros e artigos e interveio com comunicações em vários congressos nacionais e internacionais”;
“Todos os de boa fé o(a) reconhecem como figura de referência. na sua área”;
“É alguém que se move pelo compromisso com a promoção da qualidade da instituição universitária”;
“É possuidor de grande profissionalismo”;

“Situação insólita, de continuada violação de direitos legalmente protegidos”;
“Situação indigna e desprestigiante para a Universidade, sendo previsível uma repercussão pública desfavorável para a sua imagem”.

E mais frases e adjectivos poderia ter retido para dar expressão do desconforto e indignação que ia na alma dos que entenderam por bem dar-me notícia dos “seus” casos.
Partilhando esse desconforto, não sou capaz, no entanto, de pôr esperança alguma na intervenção do(s) reitor(es) nem, algumas vezes, dos presidentes dos Conselhos Científicos. Não é que não lhes cumpra verificar o cumprimento e/ou fazer cumprir a lei. É que, amiúde, são parte do problema. É, também, por isso que, há algum tempo atrás, neste mesmo jornal de parede, eu concluía que “a culpa era (é) de todos nós”.

J. Cadima Ribeiro

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