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segunda-feira, julho 17, 2006

Quem é o candidato?

Em véspera de férias, para alguns felizardos - sobretudo alunos e pessoal não-docente - venho desafiá-lo para um pequeno exercício, difícil mas não insuperável; a saber:
i) situar o lugar, isto é, a Instituição deste país ou doutro, e o tempo a que se referem os extractos do “manifesto eleitoral” que retenho de seguida;
ii) identificar o “candidato” que se anuncia nos extractos retidos.

“O candidato possui a convicção de que a instituição universitária tem a capacidade de se reformar, de encontrar as formas de realizar as suas metas e de demonstrar a sua relevância. Considera que a instituição universitária não é uma ´organização-empresa`. Entende que a crítica e a interrogação permanentes são mais valias da Instituição, que lhe garantem a sua criatividade e a capacidade de se modernizar. Considera que, por definição, o docente universitário deve ser irreverente mas responsável, em toda a extensão e consequência desta definição.”
[…]
“No momento em que é colocado em causa o próprio modelo de gestão democrática intrínseca à Universidade, e em que é feito apelo a uma visão de Universidade autista, elitista e fechada sobre si mesma, o candidato considera que o que está em causa é mais profundo.”
[…]
“Como organização que se pretende por natureza inconformista, na acepção mais profunda do termo, a Universidade deve rejeitar actuações de mera preservação de equilíbrios locais, de grupo ou pessoais. O futuro da Universidade inscreve-se nas gerações mais jovens, que devem consciencializar-se do imperativo da sua participação na vida da Instituição.”

Se conseguiu superar as dificuldades iniciais e se a sua ousadia o tenta para ir mais longe, deixo-lhe as questões adicionais seguintes:
i) se o docente universitário irreverente mas responsável de que se fala é aquele que, discordando embora de quase tudo quanto se passa na gestão de cúpula organização, está sempre disponível para votar as propostas do reitor (antes, candidato) e, mesmo, referendá-lo em processo eleitoral formalmente democrático?
ii) Onde se terá inspirado o candidato para reter no seu manifesto eleitoral expressões como autista, elitista e fechada, e se não queria, antes, falar de pseudo-democrático, elitista e sulista?
iii) Em que sentido o candidato afirma que “a Universidade deve rejeitar actuações de mera preservação de equilíbrios locais, de grupo ou pessoais”? Exprimirá alguma frustração face à sua manifesta incapacidade de comunicar com a envolvente político-institucional? Ou quererá reafirmar a sua cultura de solidão do poder, em detrimento da lógica de núcleo duro dentro da equipa reitoral? E, finalmente,
iv) porque razão se referirá o candidato a instituição e universidade umas vezes fazendo uso de letra maiúscula e outras de minúscula? Será para distinguir a “sua” Instituição / Universidade da dos outros, porventura, os tais elitistas e sulistas a que faço alusão?

E basta, para esta altura. Férias, são férias! Não convém forçar.

J. Cadima Ribeiro

4 comentários:

Anónimo disse...

A resposta à primeira pergunta é muito fácil, basta para isso colocar no Google a seguinte pesquisa "modelo de gestão democrática intrínseca à Universidade, e em que é feito apelo a uma visão de Universidade autista, elitista". A resposta parece ser a primeira opção que resulta da pesquisa. A universalidade do discurso facilita estes desencontros.
No que respeita às restantes questões, já a abordagem deverá ser outra, certamente menos pragmática que a simples utilização do Google, mas também não muito profunda pois poderá tornar-se inconsistente e hesitante.
Será que algum dia a "máscara" cairá...
(PS. desculpem o anonimato, mas o que está em causa é compreender como "Entende que a crítica e a interrogação permanentes são mais valias da Instituição…")

Anónimo disse...

ó profe texto é do blokista meu profe moisés. ganho algum prémio?

J. Cadima Ribeiro disse...

Tal como receava, o desafio parece afigurar-se difícil, porventura também em razão do calor que tem feito, que não dá espaço para grandes exercícios mentais.
Das muitas dezenas de respostas recebidas (infelizmente, poucas claramente identificadas) retive duas, a título de ilustração (não retive mais para não resultasse excessivamente repetitivo; que me desculpem os autores dos outros contributos).
Obviamente, a primeira aproxima-se um pouco mais mais da verdade que a segunda, o que, talvez, confirme a valia de instrumentos de trabalho como o "Google".
Façam lá um esforço adicional! Afinal que raio de instituição é esta onde estamos? Se não é um centro de conhecimento, então o que será?

Kadima

Anónimo disse...

Prof. Cadima a resposta a esta é fácil. Mais difícil, por muitos e variados serem os potenciais alvos, será responder a esta: Quem é a próxima vítima?
assina: "alvo em movimento"