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sábado, julho 01, 2006

"O método Scolari"

“O sofá e a televisão são a melhor escola que os aspirantes a uma carreira de sucesso como executivos de topo poderiam ter neste início de Verão. Precisam é de estar atentos a todos os gestos de Luiz Filipe Scolari . A cotação do seleccionador nacional não tem subido só no universo desportivo. Também os especialistas em liderança empresarial estão rendidos: o brasileiro parece ter um talento nato para a gestão de equipas, não ficando atrás nem de José Mourinho, o treinador mais bem pago do mundo, nem de muitos directores de multinacionais.
É verdade que está longe de exibir o «charme» de Mourinho mas, para a principal especialista da Heidrick & Struggles na área de «leadership services», Scolari possui uma qualidade mais interessante do que essa: «Tem perfume, uma atitude natural». Formada em medicina interna e com um doutoramento em psicologia relacionado com o comportamento dos executivos nas empresas, Isabel Rodrigues reconhece-lhe o atributo ideal para um gestor: «É um homem que está comprometido com a vida, para quem a vida não é um jogo. Para ele, é o percurso que conta e não o objectivo final. Sente-se que Scolari está bem e toda a gente quer estar perto de alguém que está bem, que acredita em si e nos outros. Isso faz com que os jogadores acreditem também em si próprios, de que são capazes de vencer».
Para Vítor Sevilhano Ribeiro, administrador do Laboratório da Formação, o seleccionador nacional cumpre os três «C» do triângulo da liderança empresarial: conceito, competência e compromisso: «Scolari sabe para onde quer ir e como fazer para lá chegar, além de comunicar bem e de conseguir construir um espírito de equipa. Essa é a parte do coração». O lado emocional é, claramente, um dos pontos fortes do brasileiro. “Reconheço nele o que diz Rob Goffee, um guru da liderança. Scolari usa as suas emoções para estimular as energias dos outros. Ele estuda e cria situações emocionais para gerar energia positiva».
Vítor sevilhano coloca-o lado a lado com o treinador do Chelsea. «Ambos têm uma empatia firme e sabem lidar bem com a comunicação para dentro e para fora do grupo. Profissionalmente, são parecidos. ”

in Expresso de 06/07/01, p. 6

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