Fórum de Discussão: o retorno a uma utopia realizável - a Universidade do Minho como projecto aberto, participado, ao serviço do engrandecimento dos seus agentes e do desenvolvimento da sua região

segunda-feira, abril 30, 2007

“Education and economic growth”

“Contemporary views on the determinants of economic growth place education in centre stage. Yet the way in which education affects growth is not yet well understood. This paper begins by surveying the recent literature on the factors that affect growth, paying particular attention to education. It then proceeds to estimate a comprehensive model of growth, testing its robustness across regions of the world. Policy conclusions are drawn.”

Geraint Johnes
Keywords: growth, education, political economy
Date: 2006
URL: http://d.repec.org/n?u=RePEc:lan:wpaper:004210&r=edu

(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)

sábado, abril 28, 2007

Serviço Público - Prémio Fomento do Empreendedorismo

Prémio Fomento do Empreendedorismo
empreender@cotec.pt
Fri, 27 Apr 2007
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“Organizado pela COTEC em associação com a Fundação Calouste Gulbenkian e a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, com o patrocínio da OPTIMUS e o apoio do Jornal Expresso, o Concurso sobre Fomento de Empreendedorismo tem como objectivo o de estimular as instituições portuguesas de ensino superior a desenvolverem projectos que permitam implementar novas estratégias e práticas indutoras de uma cultura de empreendedorismo entre os seus alunos.
São destinatários do concurso as instituições portuguesas de ensino superior, públicas ou privadas, as suas unidades orgânicas vocacionadas para o ensino, os seus docentes e grupos que incluam os destinatários anteriores.
Os projectos que se candidatem serão avaliados de acordo com um conjunto de critérios que se encontram definidos no regulamento do concurso. O Júri do Concurso inclui personalidades com indiscutível mérito, que serão apoiadas por um conjunto de reputados especialistas estrangeiros no domínio do empreendedorismo.
Ao projecto vencedor será atribuído um prémio no valor de 100.000 euros, montante que será pago contra o cumprimento de metas previstas no próprio projecto.As candidaturas devem ser submetidas até 15 de Julho de 2007, de acordo com as instruções definidas no Regulamento do Concurso, disponível no endereço www.cotec.pt/empreender.
A COTEC irá organizar Sessões de Apresentação do prémio que serão oportunamente anunciadas no referido endereço.”

(reprodução integral de mensagem de correio electrónico recebida em 07/04/27, proveniente de empreender@cotec.pt)

sexta-feira, abril 27, 2007

A obra avança e consolida-se!

Sob o título “Serviço público - a obra avança”, em 20 de Abril pp., dei aqui conta de um "Aviso" [Aviso (extracto) nº 6378/2007 ], dos Serviços de Acção Social da UMinho, recentemente publicado no Diário da República - 2ª Série, Nº 69, de 9 de Abril de 2007 -, onde se anunciava que havia sido adjudicada a “Construção de um campo de treinos para golfe em Azurém, Guimarães”.
Esse “Aviso” mereceu-me então o seguinte comentário:
“conforme se percebe da leitura do Aviso publicado no jornal oficial de que se dá conta acima, a situação financeira da UMinho não é, felizmente, tão má quanto a quiseram pintar as más linguas; estou seguro que nos regogijamos todos com isso, os membros da academia minhota, digo; porque as boas novas são para serem partilhadas, aqui deixo esta, convenientemente referenciada.”

Da mesma forma que eu não fui o único elemento da UMinho alertado para a “obra”, também não estive só a comentá-la. Curioso foi, entretanto, o enfoque adoptado pelos "comentadores", conforme se pode atestar na invocação que faço de seguida dos tópicos trazidos a lume nos comentários de que tomei conhecimento.
Uso uma linguagem coloquial para preservar a espontaneidade das mensagens produzidas. Vamos a elas:
i) que se gastassem 20 mil contos para a prática desportiva, vá lá... Mas gastar 80 mil contos (o valor de uma vivenda ou de vários apartamentos) numa sala de bar e numa sala de convívio para alunos, é esbanjar”;
ii) é quase obsceno gastar dinheiro num campo de treino de golfe quando ao mesmo tempo se fala em cortes de pessoal; simplesmente inqualificável;
iii) certamente por preconceito, associava golfistas a endinheirados na terceira idade. Pelos vistos estava enganado. Deve ser uma necessidade sentida pela Universidade, que só sensibilidades mais apuradas conseguiram pressentir...
iv) Os Serviços de Acção Social não deveriam estar juntos aos da UMinho e serem aprovados pela Assembleia ou Senado? Esse dinheiro dos contribuintes pode ser assim impunemente gasto, sem haver uma prestação de contas?
v) Falando dos problemas dos Campi, não deveriamos então levantar o da aridez do Campus de Gualtar? Não se compreende 1) que os diversos edifícios não estejam ligados por passagens cobertas que nos defendam da chuva e do sol e 2) que haja tão poucas árvores (parece que seguimos a triste máxima do nosso urbanismo nos termos do qual "urbanizar é desarborizar";
vi) esta troca de mensagens sugere-se-me um bocada subversiva!

Sabe-se lá porquê, tudo isto me veio à memória entretanto, lendo, algures, a notícia de que o reitor da UMinho tinha passado a integrar a comissão executiva do CRUP, ou coisa similar.

Lá vamos cantando e rindo!

J. Cadima Ribeiro

quinta-feira, abril 26, 2007

Serviço Público - Prémios Talento

Prémios Talento para portugueses no estrangeiro

"Consulte o documento completo em:
Prémios Talento para portugueses no estrangeiro <http://www.portugal.gov.pt/Portal/PT/Governos/Governos_Constitucionais/ GC17/Ministerios/MNE/Comunicacao/Notas_de_Imprensa/20070424_MENE_Com_Pre mios_Talento_Comunidades.htm>"

<http://www.portugal.gov.pt/>
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(cortesia de Nuno Silva - UMinho)

quarta-feira, abril 25, 2007

Estrelas no céu

"Olha as estrelas no céu!
Parecem-me ser cada vez menos.

Serão elas os nossos sonhos?"

José Pedro Cadima

(extraído de "Sonhos a um espelho"; 07/04/25)

People are definitely a company’s greatest asset

"People are definitely a company’s greatest asset. It doesn't make any difference whether the product is cars or cosmetics. A company is only as good as the people it keeps."

Mary Kay Ash

(citação extraída de SBANC Newsletter, April 24, Issue 467-2007, http://www.sbaer.uca.edu/ )

terça-feira, abril 24, 2007

Desrespeito do ECDU na UBI

«SNESup – Sindicato Nacional do Ensino Superior
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Colegas
Estamos desde o início do 2 º semestre do corrente ano lectivo a acompanhar a situação criada a dois colegas assistentes do Departamento de Ciências do Desporto da Universidade da Beira Interior que foram alvo de uma distribuição de serviço que consideramos não respeitar o ECDU, com a agravante, num dos casos, de se atribuir serviço em disciplinas que o assistente em causa não foi contratado para leccionar e para as quais não está preparado. A situação, obviamente, é geradora de stress e prejudica o trabalho de doutoramento do colega. [...].
O Presidente do Departamento é Pedro Guedes de Carvalho, um professor auxiliar para lá deslocado recentente de outro Departamento, onde continua a dar a maioria das suas aulas.
Imbuídos de espírito construtivo, os colegas foram falar com o Vice-Reitor da área do pessoal e com o próprio Reitor, a quem incumbe homologar a atribuição de serviço docente. Sem resultados.
Seguir-se-ia, na ordem natural das coisas, o recurso a instâncias de mediação ou arbitragem de conflitos. Mas não existem, porque apesar das propostas do SNESup e da receptividade do ministério da Justiça, o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior não as quer.
Colocaram-se então em Tribunal há dois meses duas providências cautelares, que andam em bolandas porque o senhor doutor juiz de Castelo Branco as enviou para Lisboa, contra a opinião tanto do SNESup como da UBI.
E agora? Vamos deixar cair os colegas ? [...].
Saudações académicas e sindicais e desejos de um Bom 25 de Abril.
A Direcção do SNESup
24-4-2007»
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(extractos de mensagem de correio electrónico hoje recebida, com a proveniência e autoria que se identificam)

segunda-feira, abril 23, 2007

Saibam que o governo escreveu-me!

«De: 'Portal do Governo'
Para: jcadima@eeg.uminho.pt
Assunto: Contratação de mil investigadores por instituições científicas portuguesas
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Caro(a) Senhor(a):
Esta mensagem de correio electrónico foi-lhe enviada por Nuno Soares da Silva, a partir do Portal do Governo [http://www.portugal.gov.pt/], com a seguinte mensagem:
""
Contratação de mil investigadores por instituições científicas portuguesas
Consulte o documento completo em:
Contratação de mil investigadores por instituições científicas portuguesas <http://www.portugal.gov.pt/Portal/PT/Governos/Governos_Constitucionais/ GC17/Ministerios/MCTES/Comunicacao/Intervencoes/20070420_MCTES_Int_Contr atacao_Investigadores.htm>
Atenciosamente,
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(reprodução integral de mensagem de correio electrónico hoje recebida, proveniente da entidade que aparece identificada)
Comentário: pese embora a desformatação da mensagem que reproduzo (provavelmente, culpa do maldito ´servidor` da UMinho), aceitem a minha surpresa e regojizo por o governo da Nação ter-me escrito; é que não estou a habituado a tamanha deferência; aparte isso, vou querer acreditar na bondade do que a mensagem anuncia; vou mesmo, garanto-vos!

domingo, abril 22, 2007

“Regulation and marketisation in the Portuguese higher education system”

“This paper builds on the ongoing discussion on regulation and marketisation of higher education. It aims at investigating the higher education market (des)equilibrium. Teixeira, Rosa and Amaral (2004) have analysed the presence/absence of market mechanisms in the Portuguese higher education sector. We go a step further in quantifying the (mis)mactching between demand and supply, by suggesting and computing a set of indicators, which provide the starting point for a ranking-based analysis. Institutional rankings are central to overcome the problem of absence of information on quality in higher education systems, which is a basic requirement for a real higher education market.”

Miguel Portela (Universidade do Minho - NIPE, Tinbergen Institute and IZA Bonn)
Nelson Areal (Universidade do Minho - NEGE)
Carla Sá (Universidade do Minho - NIPE)
Fernando Alexandre (Universidade do Minho - NIPE)
João Cerejeira (Universidade do Minho - NIPE)
Ana Carvalho (Universidade do Minho - NEGE)
Artur Rodrigues (Universidade do Minho - NEGE)
Keywords: higher education market, demand, supply
Date: 2007
URL: http://d.repec.org/n?u=RePEc:nip:nipewp:11/2007&r=edu

(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)

sexta-feira, abril 20, 2007

Serviço público - a obra avança

Serviços de Acção Social
Aviso (extracto) nº 6378/2007

Para efeitos do disposto no artigo 275º do Decreto-Lei nº 59/99, de 2 de Março, faz-se público que os Serviços de Acção Social da Universidade do Minho efectuaram, ao abrigo daquele diploma legal, no ano de 2006, as seguintes adjudicações de obras públicas:
Construção de um campo de treinos para golfe em Azurém, Guimarães – concurso limitado sem publicação de anúncio adjudicado à Firma Platanus, Lda, pelo valor de € 87 985,76 (IVA incluído) e prazo de execução de 45 dias.
20 de Março de 2007, - O Administrador para a Acção Social, […]”

(extracto do Diário da República, 2ª Série, Nº 69 – 9 de Abril de 2007)
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Comentário: conforme se percebe da leitura do Aviso publicado no jornal oficial de que se dá conta acima, a situação financeira da UMinho não é, felizmente, tão má quanto a quiseram pintar as más linguas; estou seguro que nos regogijamos todos com isso, os membros da academia minhota, digo; porque as boas novas são para serem partilhadas, aqui deixo esta, convenientemente referenciada.

quinta-feira, abril 19, 2007

Não defendo a transformação da minha Escola numa escola politécnica

"Educação
P: O Conselho de Ministros aprovou recentemente o estatuto do aluno do ensino básico e secundário, que pretende reforçar a autoridade dos professores e das escolas. Vê esta medida com bons olhos?
R: Vejo. Não entendo, aliás, como se pôde atingir tão duramente o estatuto social e a dignidade pessoal dos professores. Só pôde ser o resultado de políticas casuísticas e de desvarios pedagógicos. Tenho para mim que na base do projecto educativo têm que estar os professores e a respectiva dedicação. O receio que mantenho reside no facto de quem se propõe aprovar esta medida serem rigorosamente os mesmos que não têm hesitado em vir para a praça pública dirimir diferenças de visões sobre a gestão e a missão das escolas e o estatuto administrativo dos professores. Acresce que a qualificação geral e de funcionamento das escolas também não se faz sem investimento nas condições de trabalho de estudantes e professores e, desse ponto de vista, tem-se visto pouco ou nada.

P: Os alunos chegam bem preparados ao ensino superior?
R: Não, não chegam. Explicito: os hábitos de estudo (trabalho) não são, na maior parte dos casos, os mais adequados ao tipo de exigência do ensino superior: aparecem com pouca autonomia e iniciativa e com evidentes dificuldades de comunicação, particularmente em termos de escrita; dada a massificação do acesso que se operou a partir de certa altura, conjugada com a valorização social do ensino universitário, os grupos que nos chegaram (à universidade, digo) passaram a ser muito heterogéneos, incluindo estudantes que deveriam ter optado pelo ensino politécnico. Daqui, ficou a perder a qualidade do ensino universitário, a sociedade, que não pôde dispor de profissionais com as qualificações adequadas às necessidades dos mercados, e os próprios, que saíram frustrados e com crescentes dificuldades de inserção na vida activa.

P: A Universidade do Minho (UM) já adaptou alguns cursos à Declaração de Bolonha. Concorda com este modelo de ensino?
R: A UMinho está em vias de ter todos os seus cursos formalmente adaptados a “Bolonha” ainda em 2007. Destaco o formalmente porque uma coisa é reduzir escolaridades totais e semanais outra é ter os cursos a funcionar segundo o novo paradigma formativo que a Declaração de Bolonha pressupõe. Nessa vertente, as coisas vão levar muito mais tempo, até porque o processo começou mal, com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior a falhar, claramente, na libertação atempada dos enquadramentos legais e nas orientações de procedimento que deveria ter transmitido às escolas, primeiro, e, depois, ao ver no processo uma forma fácil de poupar dinheiro, isto é, de desinvestir em termos de formação superior.
O modelo de ensino que é proposto é mais desafiante para alunos e professores e, nessa medida, só pode ser bem acolhido. Permite, por outro lado, um recurso reforçado às novas tecnologias de comunicação e informação, o que o torna ajustado à realidade tecnológica e vivência comum dos nossos jovens. Exige bastante mais autonomia e iniciativa dos estudantes, o que vai levar algum tempo a conseguir. Entretanto, reclama um acompanhamento mais personalizado dos estudantes por parte do professor, o que se compagina mal com cargas horárias excessivas (próprias do modelo de ensino precedente), que se está em risco de implementar por força dos cortes orçamentais que vêm atingindo o ensino superior público.

P: Este ano, a UM criou novos cursos. Contudo, é intenção do Ministério do Ensino Superior reduzir o número de licenciaturas leccionadas nas instituições de ensino. Como se posiciona em relação a esta questão?
R: No que se refere à minha Escola/Faculdade (Escola de Economia e Gestão), isso é verdade. No cômputo geral da UMinho, desconheço; é uma realidade que, presentemente, me é relativamente distante. Posso-lhe dizer, no entanto, que se eu fosse o Presidente da Escola nesta altura (como fui durante vários anos), isso não teria acontecido. Quero eu dizer que não subscrevo a estratégia seguida.
Isso não tem que ver com o Ministério querer ou não (tenho o sentimento que o Ministro, amiúde, não sabe o que quer ou está mal informado), mas com o convencimento que tenho que os novos cursos não acrescentam nada à valia do projecto formativo da Escola. Podem funcionar canibalizando os cursos previamente existentes e têm um perfil mais de curso politécnico que universitário, e eu não defendo a transformação da minha Escola numa escola politécnica.
Julgo que o problema do Ministério não é tanto haver cursos a mais mas haver cursos iguais com designações distintas, o que gera problemas de transparência no mercado. Isso passa-se quer nas Universidades quer nos Politécnicos."

J. Cadima Ribeiro

(extracto de entrevista concedida ao Jornal de Leiria, de 07/04/19; entrevista conduzida pela jornalista Raquel Silva)

quarta-feira, abril 18, 2007

A positive attitude may not solve every problem but...

"A positive attitude may not solve every problem but it makes solving any problem a more pleasant experience."
Grant Fairley

(citação extraída de SBANC Newsletter, April 10, Issue 465-2007, http://www.sbaer.uca.edu/ )

terça-feira, abril 17, 2007

Inquérito do SNESup sobre modelos de gestão - primeiros resultados

"SNESup – Sindicato Nacional do Ensino Superior
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INQUÉRITO SOBRE MODELOS DE GESTÃO -
- PRIMEIROS RESULTADOS
No âmbito da aplicação de um inquérito por questionário sobre possíveis alterações ao modelo de gestão das instituições de Ensino Superior, sendo o questionário unicamente preenchido no site em que esteve disponível, o SNESup recebeu 833 respostas.
A maior parte dos respondentes ao inquérito são docentes de universidades (60%), sendo 40% oriundos do subsistema politécnico. Foram recebidas respostas de 43 instituições diferentes.
Uma proporção significativa dos respondentes, quase 2/3, é doutorada. Globalmente, 70,9% encontram-se na condição de Professor e 21,1% são assistentes (outras situações, como a de investigador, por exemplo são marginais). Quase metade (48,3%) está ligada à instituição por contrato e outra metade (45,3%) por nomeação.
Sensivelmente metade dos docentes que responderam ao inquérito fazem ou já fizeram parte dos colégios eleitorais das instituições onde ensinam (50,2% no subsistema politécnico e 47,7% no subsistema universitário). Esta circunstância sugere que o nosso inquérito despertou especialmente interesse em colegas mais motivados para a participação na vida das suas instituições.
É de referir desde já que, confrontados com várias possibilidades de escolha do responsável máximo pela governação das instituições de Ensino Superior (Reitores no subsistema universitário ou Presidentes no subsistema politécnico), os respondentes optam claramente pela opção “eleito por sufrágio universal dos docentes, investigadores, funcionários não docentes e alunos, com voto ponderado” (63,1% - opção que é mais escolhida pelos docentes do subsistema politécnico, 69,2%, que pelos docentes do subsistema universitário, 58,8%). Menos de 1/5 (16,7%), defendem a forma de eleição actualmente vigente (Eleição por colégio eleitoral). E 10,3% advogam a eleição através de um órgão tipo Senado ou Conselho Geral. Verifica-se deste modo que, se o sistema actual se encontra desacreditado, a alternativa que tem vindo avançada pelo MCTES é ainda menos convincente.
Os resultados do apuramento do inquérito, que incluiu questões sobre a escolha dos Reitores / Presidentes de Institutos, Directores e Presidentes de Departamento, bem como sobre a composição e papel dos Conselhos Científicos, vão ser publicados no nº 24 da Ensino Superior – Revista do SNESup (Abril-Junho).
A todos os colegas que connosco colaboraram, respondendo, os nossos agradecimentos.
Saudações académicas e sindicais
A Direcção do SNESup
Em 16-4-2007"
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(reprodução integral de mensagem de correio electrónico recebida em 07/04/16, proveniente da entidade identificada)

segunda-feira, abril 16, 2007

A voz do dono

«O ponto nevrálgico está, pois, nas lideranças e no espectro do desemprego. E as empresas, a administração pública, as universidades, etc., são sempre o espelho da sociedade. Estamos perante uma lógica em cadeia, imposta de cima, que penetra nos níveis intermédios e atinge os inferiores, isto é, um processo em que as chefias, os directores, os coordenadores, etc., no fundo, aqueles que centralizam o poder em diferentes sectores, sobem e ganham protagonismo não pelas suas qualidades e talento, não porque possuam reconhecido mérito ou grandes competências técnicas, não porque sejam inovadores e tenham mais iniciativa do que os outros, mas, pelo contrário, eles sobem justamente quando já deram repetidas provas de que obedecem à “voz do dono”.»

Elísio Estanque

(extracto de mensagem, datada de 07/04/15 e intitulada "Do espírito de Abril às novas ‘vozes do dono’ ", disponível no blogue do autor - BoaSociedade)

"A liderança é o cimento que aglutina e faz andar"

"Qualquer que seja o caso, público ou privado, o exercício da administração e gestão das escolas associa-se predominantemente ao conceito clássico de chefia, fundamento da hierarquia directiva ainda hoje mais corrente nas organizações públicas portuguesas e em boa parte das privadas, embora sejam já claros os sinais da inevitabilidade de uma reformulação conceptual e da adopção de novas práticas, inspiradas no conceito de liderança.
É inquestionável que o tema é hoje um tópico importante de reflexão e discussão no âmbito da administração e da gestão escolar, de tal forma que alguns assinalam mesmo ter-se tornado um tema de moda. Infelizmente em Portugal o debate é ainda muito restrito, a investigação é escassa, e a afirmação de lideranças é frequentemente encarada como um processo de poder pessoal e não como uma dimensão colectiva ancorada num projecto de inovação e mudança e de afirmação da qualidade da oferta escolar.
As escolas são organizações, têm vida própria, vão-se construindo de acordo com um tempo e um contexto, um e outro mutantes, têm os seus diversos actores, têm a sua própria história; a liderança é o cimento que aglutina e faz avançar."

José Manuel Silva

(extracto de mensagem, datada de 07/04/15 e intitulada "Gestão e liderança nas escolas públicas portuguesas. Da revolução à globalização", disponível no blogue do autor - Campo Lavrado)

domingo, abril 15, 2007

The most successful businessman

"The most successful businessman is the man who holds onto the old just as long as it is good, and grabs the new just as soon as it is better."
Lee Iacocca

(citação extraída de SBANC Newsletter, March 27, Issue 463-2007, http://www.sbaer.uca.edu/ )

sexta-feira, abril 13, 2007

Representante de Portugal no BFUG?

Proveniente da direcção da minha Escola, recebi ontem na caixa de correio electrónico a mensagem de que reproduzo abaixo o essencial.
Confesso que fiquei sobremaneira intrigado. Já alguém tinha ouvido falar do "BFUG"? Para que serve? Será caso para apresentar cumprimentos ao colega nomeado pela distinção de que foi alvo?
Ficar-vos-ei eternamente grato se me puderem ajudar a superar as dificuldades que enuncio.

"Exmos. Senhores,
A pedido da Presidente da Escola [...], divulga-se por este meio que foi publicado no Diário da República, 2ºsérie, de 3 de Abril de 2007, o Despacho nº6545/2007 do Gabinete do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior que informa que a representação institucional de Portugal no BFUG (Bologna Follow-up Group) fica cometida à Direcção-Geral do Ensino Superior e que o representante da DGES no BFUG é Sebastião José Cabral Feyo de Azevedo, Professor Catedrático da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Os meus cumprimentos,
[...]"

"Bolonha", à portuguesa, continua a ser uma caixa de surpresas!

J. Cadima Ribeiro

quarta-feira, abril 11, 2007

Lei da avaliação das IES e “rankings”: servem? Para que servem?

Em mensagem datada de hoje, e intitulada “Lei da avaliação”, JVC (JVC-ApontamEntoS) dá-nos notícia de que “o governo aprovou uma proposta de Lei da avaliação da qualidade do ensino superior.”. Tomamos nota do facto, para o qual já vínhamos sendo prevenidos há algum tempo. Aliás, JVC e outros autores de blogues temáticos, tiveram oportunidade de produzir vários textos sobre isso.
Se o que fica dito não traz novidade, aparte a data do acto, em si, interessante é a ênfase que a proposta de lei põe na criação de “rankings” de Instituições de Ensino Superior, “um aspecto essencial em que – creio que posso falar pelos meus dois amigos e co-autores – estamos em franco desacordo", diz JVC.
A esse propósito, entre outras coisas, adianta JVC o seguinte:

«Os “rankings” são coisa inútil, perigosa e estúpida.
São coisa inútil porque só servem para muitos homenzinhos pequeninos (as senhoras só critico com uma rosa na mão) terem sonhos masturbatórios, mesmo que venham em 547º lugar mundial, mas à frente do colega de outra universidade portuguesa que vem em 549º.[…].
Nada de mal se isto fosse apenas um jogo de vaidades. No entanto, tem perigos. Os "rankings" são calculados com base em "indicadores" quantitativos, aliás variáveis. O perigo é o de as universidades, em vez de se preocuparem com os aspectos essenciais, qualitativos, da sua política de qualidade, dirigirem os seus esforços para a melhor pontuação nos critérios artificialmente definidores do "ranking".
Finalmente, os "rankings" são estúpidos. Não se trata de um campeonato de futebol, centrado a quase 100% nos golos marcados. A qualidade de uma instituição avalia-se por múltiplos factores, muitos dos quais não facilmente quantificáveis e muitas vezes impossíveis de serem reflectidos numa classificação global. […].».

Devo dizer que, no essencial, subscrevo o que o colega citado adianta nessa matéria. Faço-o, até, com particular àvontade na condição de membro da unidade de investigação (NIPE) que, em parceria com outra sedeada na FEP/UPorto, criou e mantém o único “ranking” de unidades de investigação na área da Economia actualmente existente em Portugal (eventualmente, mesmo o único “ranking” de unidades de investigação existente em Portugal). Acrescento que esse ”ranking” foi mesmo criado na ocasião em que fui director da referida unidade de investigação e, por isso, o assumo nas suas virtualidades e, muitas, limitações. Cumpria, tem cumprido, o papel que lhe reservámos e que aparece expresso na página de apresentação, que, no essencial, redigi na ocasião; cito:

Economics Research in Portugal:
People and Institutions

“The motivation to make available the ranking of economic institutions and researchers is to contribute to greater transparency in our academic field of work. It also envisages to stimulate the quality of the Portuguese researchers' scientific production.

We are well aware that the scientific production published in international journals is only a partial portray of all research done in Economics. Ideally, the quality of research should be evaluated by its contribution to economic development.

The ranking of researchers and institutions we offer follows other similar international work and the results it produces are supported in hypotheses which are detailed in the specific rankings used. The informational potential and limitations of the ranking results are strictly related to those working hypotheses and should be interpreted accordingly. Further details are discussed in the FAQ link.”
(http://www2.eeg.uminho.pt/economia/nipe/index_pt.htm)

Concluindo: i) os “rankings” têm a valia que têm – conforme sublinhado neste caso, não há que confundir a produção científica publicada em revistas internacionais com a relevância científica e técnica da produção realizada pelos centros de investigação, se bem que o que é contabilizado para o referido efeito seja componente essencial; ii) a realidade das unidades de investigação em Economia adquiriu, de facto, uma transparência que nunca teve antes, disso não há a menor dúvida (mas a questão é mesmo essa: faltava-lhe transparência básica); iii) para o NIPE, em particular, esse foi o melhor instrumento de marketing que pudemos mobilizar.
Servirá este exemplo para outras situações, nomeadamente a que aqui é invocada como pano de fundo? Tenho sérias dúvidas. E se servir, servirá para quê?

J. Cadima Ribeiro

terça-feira, abril 10, 2007

"Novas Independentes nos esperam"

SNESup – Sindicato Nacional do Ensino Superior
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"AS LIÇÕES (FINAIS) DA INDEPENDENTE
Reza uma inaplicada Constituição da República que as Universidades gozam de autonomia em diversos planos, o que, no ensino superior particular e cooperativo, deveria ter expressão no princípio da separação entre a administração pelas entidades proprietárias e a direcção académica.
No ensino público a intervenção (e responsabilização) da entidade proprietária - o Estado - é praticamente inexistente, como o mostra a circunstância de o Instituto Politécnico de Beja ter deixado de pagar os vencimentos por inteiro a parte do seu pessoal docente e de a tutela virar a cara para nada ver, nada ouvir, nada dizer.
No ensino particular, pelo contrário, a intervenção e a intimidade são excessivas, como o mostra a confusão entre sócios, administradores, reitores e vice-reitores que sempre existiu na Universidade Independente, e que leva a que a perda de idoneidade da entidade proprietária acarrete a perda de viabilidade do estabelecimento de ensino.
Primeira lição: é preciso avaliar a idoneidade das entidades proprietárias e acompanhar com regularidade o cumprimento das suas obrigações em relação às instituições de ensino superior particular.
A esforçada Direcção-Geral do Ensino Superior constitui impecáveis "dossiers" para instruir processos de reconhecimento da utilidade pública de novas instituições do ensino superior particular e processos de autorização de funcionamento dos próprios cursos mas só por ingenuidade pode acreditar que tudo vai funcionar como está no papel. E o facto é que a tutela, até agora, só parece mexer-se quando o irreparável já está nas páginas dos jornais.
Segunda lição: é preciso observar, e avaliar, com regularidade o funcionamento das instituições de ensino superior, quer das públicas quer das particulares, por forma a verificar se os pressupostos de qualidade se mantêm.
No ensino público e no ensino particular, as instituições devem ter corpos docentes estáveis e, consequentemente, responsáveis, o que sucede cada vez menos no público e praticamente nunca sucedeu no particular. Governos e Inspecções-Gerais fecham deliberadamente os olhos a contratos de aquisição de serviços e a "contratos de docência" que relevam de verdadeira ficção científica. É por isso que nos dias finais da Independente cada facção anunciou livremente o seu próprio corpo docente como se não existissem normas sobre celebração e cessação de contratos. É por isso que vimos no terreno a Inspectora - Geral e o Director - Geral do Ensino Superior, a confrontar os tais "dossiers" impecavelmente organizados sobre a Uni com os escombros da instituição, mas não o Inspector-Geral do Trabalho a qualificar os contratos do pessoal docente como contratos de trabalho e a apurar quando se deve de salários aos interessados e a quanto terão direito de indemnização por despedimento.
Terceira lição: é preciso avaliar a qualidade das relações laborais, encarada como uma garantia da qualidade global das instituições e de uma efectiva autonomia em relação a interesses ilegítimos.
A proposta de Lei de Avaliação que o MCTES acaba de anunciar mostra que nenhuma destas lições foi apreendida. Designadamente, o cumprimento da legislação laboral fica fora do campo da avaliação e os Sindicatos de Professores não são considerados interlocutores do processo de avaliação.
Novas Independentes nos esperam.
Paulo Peixoto
Presidente da Direcção do Sindicato Nacional do Ensino Superior
(em o Público de 4 de Abril de 2007) "
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(reprodução integral de mensagem de correio electrónico recebida em 07/04/09, proveniente da entidade que se identifica acima)

segunda-feira, abril 09, 2007

Dimensão das caixas de correio electrónico

«Bom dia,
Acredito que o dito pelo Sr. Aguiar e Assis Azevedo seja uma boa ideia. E felicito a UM pela migração dos seus sistemas e a evolução que isso significa. Mas acredito que seja importante dizer que o problema não fica solucionado só por contar com uma caixa de correio de maior capacidade, mas sim, por implementar um sistema de boas práticas no que a gestão das nossas caixas de correio significa. 15 MB é naturalmente insuficiente, mas não acredito que dentro de um par de meses ou semanas não existam utilizadores com o seu GB de armazenamento perto dos 95%...
Apagar ficheiros desnecessários, criar cópias locais, verificar o tipo de attachments nos e-mails, e finalmente, mas não menos importante, perceber minimamente como o sistema funciona (IMAP, Exchange, Outlook, etc.) constitui uma ajuda preciosa para evitar transtornos em servidores, e-mails não entregues, etc. Acredito que o sucesso das ferramentas e dos sistemas é sempre responsabilidade de todas as partes envolvidas.
Votos de uma boa Páscoa,
Pablo Araya Kroff»
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«Bom dia,
Informação em relação ao novo serviço de email da UM:
Está a decorrer desde Setembro de 2006 a migração das contas de correio existentes no sistema gerido pelo SCOM para uma nova infra-estrutura de email gerida pelo SAPIA.
Todos os alunos e serviços da UM transitaram as suas contas de correio para o novo sistema até Dezembro de 2006.
Este ano já iniciamos a fase que culminará com a passagem do serviço de email de todos os departamentos e escolas do actual sistema do SCOM para o novo sistema, passando a ter, as caixas de email de docentes e funcionários, a capacidade de 1GB de espaço.
Porque sabemos que o email é uma ferramenta essencial de trabalho na UM, a migração está a ser feita gradualmente por departamento/escola de forma a causar o menor transtorno possível.
Uma vez que tecnicamente não é possível migrar entre sistemas caixas individuais mas sim todo o domínio de email (ex. ...@sapia.uminho.pt) de um departamento/escola de uma só vez, o SAPIA está a contactar gradualmente as várias unidades da UM para trocar com elas informação que garanta que o processo decorre sem qualquer problema.
Cumprimentos e boa Páscoa.
Filipe Clemente»
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«Parece-me que há já vários anos que as nossas contas não passam dos 15MB. Se este valor era razoável nos anos 90, nesta altura é verdadeiramente absurdo.
Se de facto é assim tão difícil à Universidade proporcionar aos seus docentes contas com uma capacidade minimamente decente (qualquer coisa na casa dos 1500 MB, ou seja cem vezes maior do que a capacidade actual) proponho que a Universidade tente chegar a acordo com a GMAIL, serviço gratuito de e-mail que disponibiliza cerca de 2500 MB.
De certeza que os gestores da GMAIL veriam aqui uma boa oportunidade e não nos desdenhariam. Por outro lado, a Universidade do Minho passaria a dar uma imagem fresca de modernidade com e-mails do tipo lfaguiar@gmail.uminho.pt, em vez de passar a imagem de anacronismo informático, que actualmente passa.
Fica a sugestão. Cumprimentos e Boa Páscoa
Luís Aguiar Conraria»
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«Boa tarde
Com uma frequência cada vez maior são enviados para as listas da universidade, mensagens com ficheiros muito grandes (word, pdf, etc) anunciando conferências e ou seminários.
Nos últimos dias então a situação tem piorado com ficheiros de 2 ou 3 Mb a serem enviados em duplicado e triplicado.
Isto tem levado a muitos problemas de espaço e a muitas contas bloqueadas pois muitos de nós só temos disponíveis 15MB. Ainda por cima todos (penso eu) os ficheiros que vêm em anexo estão disponíveis em paginas www (muitas vezes do próprio departamento ou ...).
Sugiro assim que, sempre que possível, em vez dos ficheiros enviem o endereço da página onde esses ficheiros podem ser encontrados.
Cumprimentos e bom fim de semana
Assis Azevedo»
/….
(reprodução integral de cadeia de mensagens recebida na caixa de correio electrónico entre 6 e 8 de Abril pp., pela ordem com que surgem na última)

Comentário: a nomenclatura está muito menos arrogante; porque será? Não era de supor que a resolução do problema identificado tivesse tido um nível elevado de prioridade? Porque não teve?

sábado, abril 07, 2007

Chato será se os nossos políticos passarem a valer pelo mérito dos seus desempenhos

Enquadrando a revista de imprensa que teve a simpatia de fazer para nós em 07/04/06, Alexandre Sousa (Co-Labor) propõe-nos a epígrafe “OBVIAMENTE, a UnI NUNCA podia fechar…”. Deduz-se que nos antecipa a decisão de Mariano Gago, a anunciar publicamente na 2ª feira pf.
Sei-o bem informado e não me parece grande exercício de adivinhação aquele a que se abalançou, não lhe negando o mérito da pontaria.
Para mim, entretanto, o que é importante não é a eventualidade da UnI fechar ou não. Importante é sublinhar que a UnI - esta e umas quantas outras ainda abertas ou já exauridas - nunca devia ter sido autorizada. Tendo-o sido, criou-se o lastro para o descrédito que se veio a revelar, arrastando no seu estertor, a título de dano colateral, um pouco da credibilidade do sistema de Ensino Superior nacional, no seu todo. Substanciando o que digo, aparte estórias bem conhecidas, a título de exemplo, retenha-se a qualidade dos respectivos corpos docentes, de que também é boa ilustração o recém-designado (não se sabe bem por quem) reitor da dita UnI.
Neste quadro lamacento, relevar os títulos de Eng. e Dr. é coisa de somenos importância, até porque, se esses títulos sempre foram um faz-de-conta próprio da nossa idiossincrasia lusitana, com a reforma que chamamos de Bolonha nem esse faz-de-conta se conseguirá aguentar.
Chato, chato será se, doravante, os nossos políticos passarem a valer pelo mérito dos seus desempenhos, ao invés de valerem pelos títulos que ostentam, e pela corte de que se fazem rodear. Até lá, porém, ainda temos que esperar pela chegada da revolução cultural, que, embora há muito anunciada (creio que por Mao Tsé Tung), tarda em chegar.

J. Cadima Ribeiro

sexta-feira, abril 06, 2007

“Schooling inequality and the rise of research”

“During the last twenty years the share of researchers in the workforce has been rising in OECD countries. The consistency of this pattern suggests that it is not a transitional phenomenon. This paper demonstrates that the rise of research can occur in the steady state when schooling inequality is declining. Comparative static analysis of a semi-endogenous growth model with a continuous distribution of skills shows that a reduction in skill inequality can have a variety of effects, which includes a rising share of researchers. Additionally, the height of the growth rate of mean educational attainment is shown to have a positive effect on the proportion of researchers in the workforce, without causing it to grow.”

Bas Straathof
Keywords: Schooling inequality; Economic growth
Date: 2005-06
URL: http://d.repec.org/n?u=RePEc:deg:conpap:c010_012&r=edu

(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)

quarta-feira, abril 04, 2007

Há "estórias" que é melhor não lembrar

Há indivíduos que se pelam por aparecer na comunicação social. Veja-se, a propósito, o destaque de ontem do Blog de Campus: "Ex-ministro deseja que se faça tudo para salvar a Independente".
Não reconhecerá o colega João de Deus Pinheiro que há "estórias" que é melhor não lembrar? Preocupado que está com o evoluir da Universidade Independente, porque não se voluntaria para ser seu reitor, como fez não vai para muito tempo com a Universidade Moderna, de Lisboa? Será porque ainda não recuperou da "dor de rins" que o acometeu pouco depois de aí iniciar funções, que o levou a uma resignação prematura?

J. Cadima Ribeiro

«L'enseignement supérieur, un élément de la dynamique des territoires.»

«Higher education establishments have a very important role for local development, especially for medium-sized towns. Universities are at the origin of jobs, and income, therefore they play a role for local development. In the last decades, local authorities have found it logical to relocate universities in France. But, for the future, this effort to attract new university programmes will probably oppose overall national policy. Of course, in a national and international context of competition, the most powerful universities have a true comparative advantage.»

Michel Vernières (Centre d'Economie de la Sorbonne)
Keywords: France, higher education, local development, regional planning, relocation.
Date: 2006-12
URL: http://d.repec.org/n?u=RePEc:mse:wpsorb:r06075&r=edu

(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)

terça-feira, abril 03, 2007

70 milhões de euros!

«O Governo prepara-se para assinar um quarto acordo de “internacionalização do sistema científico e tecnológico português”: dentro de duas semanas – mais precisamente a 18 de Abril –, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) lança as bases de entendimento com a sociedade Fraunhofer, rede germânica de investigação aplicada que reúne 80 unidades de investigação.»
[...]
«Nos três acordos de parcerias assinados anteriormente com as universidades norte-americanas – MIT, Carnegie e Texas (Austin) –, foram envolvidos 141 milhões de euros, dos quais 70 milhões destinados às instituições estrangeiras.»
/...
(extractos de mensagem intitulada "Governo assina com Fraunhofer quarto acordo internacional", datada de 07/04/02, disponível em Blog de Campus)
Comentário: o MCTES lá prossegue, afanosamente, a sua política de financiamento de instituições de ensino e investigação estrangeiras; vá lá que desta vez trata-se de uma instituição europeia, pelo menos.

domingo, abril 01, 2007

A Educação não é um ramo da Economia - II

A sociedade portuguesa viu instalar-se nos derradeiros anos um discurso negativo sobre os seus recursos e capacidades. [...].
Esse discurso descrente e desencantado tem intérpretes em múltiplos sectores da sociedade mas parece ter penetrado mais fundo no sector da educação, incluindo o ensino superior.
[…].
Colocadas num contexto geral de reflexão sobre a evolução e futuro da formação graduada e pós-graduada, estas questões têm merecido a atenção de diversas instâncias nacionais e internacionais. Para reter um desses documentos, menciono aqui o relatório da UNESCO sobre “Higher Education in the Twenty-first Century: Challenges and Tasks Viewed in the Light of the Regional Conferences” (Word Conference on Higher Education, Paris, Outubro de 1998).
Recomendando vivamente aos interessados a leitura do citado documento, de forma sumária não queria deixar de dar aqui o meu testemunho sobre as questões mencionadas.
1. […];
2. Há quem pretenda confundir Educação e Economia. Conforme o sublinha o documento da UNESCO já identificado, “a Educação não é um ramo da Economia, nem o processo educativo, os seus propósitos últimos ou os seus resultados ou ‘produção’ são comparáveis aos da Economia” (UNESCO, 1998, p.3). E, contínua, é, antes, “um sector essencial da sociedade e uma condição da existência social”
Naturalmente que a formação universitária deverá também formar técnicos, que sirvam as empresas, que sirvam a sociedade. Mas são, deverão ser, as licenciaturas assimiladas simplesmente a cursos de formação profissional? E porquê então subsistem sistemas de ensino universitário, politécnico, de formação profissional?
Obviamente que a sociedade do presente, a sociedade do conhecimento, e o ritmo das rupturas tecnológicas e organizacionais impõem um outro projecto de Universidade e um outro modelo de parceria entre a universidade e a economia. Isto porque o conhecimento cria-se, crescentemente, através da acção e uma nova partilha de tarefas se institue entre investigação fundamental, investigação aplicada, inovação e transferência, e porque, nesse contexto (que só parcialmente é ainda o do presente), a formação não estará mais a montante da investigação. Mas quem é que em Portugal já encarou seriamente isso? Que políticas activas estão esboçadas para aproximar o presente do futuro?
3. É recorrente o discurso culpabilizando os professores e a gestão universitária pública pela frustação dos estudantes em matéria de saídas profissionais, e, antes disso, pelo insucesso escolar. Isso tem servido de pretexto para atingir fortemente a autonomia das instituições de ensino público consagrada nas leis que a essa matéria se referem, publicadas nos anos 80. Nesta vertente, convergem o discurso dos estudantes, de alguns sectores empresariais e o dos governos (o presente e os anteriores, de iniciativa do PS).
O discurso é de tal modo desqualificado e demagógico que se emaranha nas suas próprias contradições. Para sublinhar algumas dessas contradições, deixemos algumas perguntas de resposta óbvia: i) quem permitiu a inúmeras instituições privadas operar como instituições de ensino superior e quem autorizou o funcionamento dos respectivos cursos? ii) Quem regula as condições de acesso e define os contingentes de alunos que ingressam no sistema público? Quem é que veio reclamar a necessidade de regular a criação de cursos superiores quando o mercado já dispensava essa intervenção reguladora?
As considerações que antes deixo pretendem dar conta da complexidade do que está em causa. Antes disso, porém, visam sublinhar que não é matéria onde o discurso fácil e a demagogia devam ser incentivados. Infelizmente, o que se tem visto em Portugal é o rigoroso contraponto do que aqui enuncio.

J. Cadima Ribeiro

(reprodução da 2ª parte de texto datado de 2003/12/03: a 1ª parte foi divulgada na 5ª feira pp.)
Comentário: às vezes tenho curiosidade de rever peças escritas que tenho no baú; esta é uma delas)