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segunda-feira, dezembro 11, 2006

Entre a realidade e a ficção: diálogos virtuais a propósito do triunfo do barroco numa universidade aqui mesmo ao lado

1 - “Recebido que foi [...] o parecer da assessoria jurídica da reitoria sobre […] reclamação oportunamente feita da existência de irregularidades nas eleições realizadas […], por dever de informação e obrigação de transparência, divulgo-vos […] o doc. recebido.
Não me deterei com comentários. Deixo apenas as notas seguintes:
i) o doc. constituí, a meu ver, uma quase obra-prima do barroco; o quase resulta de uma lamentável mancha na parte final da peça quando, à falta de argumentos de forma, se resvala para a conclusão de irrelevância da não contagem de alguns votos (como se se pudesse desconconsiderar um único voto que fosse);
ii) a natureza de quase obra-prima do barroco materializa-se na elegância da forma e no modo quase perfeito como se foge a analisar as questões de facto (implicitamente confirmando as múltiplas irregularidades, sucessivas, que foram denunciadas);
iii) se a assessora for um produto da nossa escola de direito, temos que dar-lhes os parabéns pelo produto que estão a veicular para o mercado; não esperava que atingissem tal patamar de perfeição tão cedo;
iv) sobre o reitor, notarão que cumpriu o seu papel de, sobre a matéria de facto, "dizer nada", como se a ética e a transparência não lhe dissessem respeito; não me surpreendeu!“
/...
2 - “Agradeço-lhe ter distribuído o "parecer" da assessoria jurídica. Como dizem os espanhóis, "es precioso"....
[…] viu nele o triunfo do barroco. Eu vejo nele um caso exemplar de manifestação da cultura da U[...]. Os seus principais valores estão lá todos... Senão, vejamos:
1. Admite que possa ter razão, mas devia ter falado antes...
*Primeiro princípio: a forma prevalece sempre sobre a substância !*
2. Se espera preocupações de justiça distributiva ou procedimental, pode esperar sentado... Quando estiver cansado de esperar, recorra aos tribunais... É sintomático o incentivo que lhe dão para ir a tribunal... (não se acanhe!). É a admissão da completa incapacidade da instituição em dirimir conflitos internos.
*Segundo princípio: quem quer justiça, vá à Justiça! *
(Porque haveria de a procurar numa universidade quando existem instituições próprias dedicadas a essas matérias...???)
3. Em caso de dúvida, dá-se sempre razão a quem já está "por cima"... Assim como assim, não se agita o "sistema", não se altera a correlação de forças, e sempre se promove o "respeitinho"...
*Terceiro princípio: promover a obediência em vez da competência!*
(Se fizer muita questão em valorizar a competência, terá que a procurar numa Universidade, mas daquelas com U grande...)
Em suma, material de primeira para um próximo paper!”
/...
3 – “Tem inteira razão no que diz. Eu não podia ir tão longe, acho. […].
Enquanto assim for, continuará a faltar-me estímulo para gastar mais energias do que as já gasto com a instituição. Em todo o caso, sempre lhe digo que o tempo de prova a quem está no poder […] já foi dado […].”
/...
4 – “Por diversas razões, só agora li o teu email bem assim como o parecer da Assessoria Jurídica. Este último é uma verdadeira desgraça! Está impugnado de ridículos vários. […]
E não haverá nada a fazer contra esta miséria? “
/...
5 - “É sempre possível fazer algo mais […].”
/...
6 – “[…]”
/...

(extractos de diálogos virtuais, entre a ficção e a realidade, a pretexto do triunfo do barroco numa universidade aqui mesmo ao lado)

1 comentário:

Anónimo disse...

Ó colega vamos para tribunal provar que temos razão!