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terça-feira, dezembro 19, 2006

Serviço Público - reitor da UMinho ameaça com vaga de despedimentos

"Caros Colegas do SPN,
Junto envio o comunicado do SPN. Este foi enviado para a UMnet mas foi recusada a sua distribuição. Assim, agradeço que ajudem na divulgação do mesmo pelos restantes colegas da UM.
Saudações cordiais
Pedro Oliveira
Departamento de Produção e Sistemas
Universidade do Minho"
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"Reitor da U.M. ameaça com vaga de despedimentos para 2007

O Reitor da Universidade do Minho anunciou, na Assembleia da Universidade de 11 de Dezembro, que até Setembro de 2007 serão colocados fora da instituição 100 docentes e cerca de 60 funcionários, alegando o decréscimo do número de alunos e as restrições orçamentais.

Infelizmente o Sr. Reitor não facultou os números em que se baseou para afirmar que existe um excesso de docentes e funcionários na ordem dos 20%, porque os dados que a própria UM envia para o Observatório da Ciência e Ensino Superior não sustentam essa tese.

Perante estas intenções cabe perguntar ao Sr. Reitor o seguinte:

· Face às restrições orçamentais, impostas pelo MCTES, possivelmente invocadas para a justificação das medidas agora propostas, já tomou o Sr. Reitor alguma posição pública perante a tutela? Caso exista, de facto não é conhecida!
· Qual acha o Senhor Reitor que deve ser a sua missão: servir de correia de transmissão das directivas do MCTES ou defender a instituição e a sua autonomia?

Entende o Sindicato dos Professores do Norte que as medidas propostas, para além de injustificáveis, são também inaceitáveis. Numa gestão democrática, medidas tão extremas nunca poderão nem deverão ser tomadas sem a sua discussão e explicação fundamentada a toda a comunidade académica.

Acresce que estas medidas são propostas para a UM, uma universidade que apenas tem preenchida metade dos seus lugares do quadro de professores (51%), estando claramente abaixo da média nacional (66%), valor por si manifestamente insuficiente.

Promover a diversidade e o combate á endogamia faz-se promovendo a abertura de concursos, com publicitação a nível nacional. Os lugares vagos não são postos a concurso com a justificação do aumento dos encargos salariais. Mas assim, como poderá a Universidade estar aberta a outras visões?

Tem sido colocado na agenda mediática para o ensino superior a necessidade de haver uma “liderança forte”. Nós, SPN, queremos dizer com toda a clareza que essa “liderança forte” não é, por certo, despedir muito ou ser muito rápido a despedir. Não parece ser esse o entendimento do Sr. Reitor da UM.

Liderar é saber construir uma estratégia de desenvolvimento, é saber responder aos desafios que se colocam a uma instituição em cada momento, é saber envolver a instituição e as pessoas que a corporizam nesse projecto que é sempre condicionado pela envolvente externa.

“Liderança forte” consiste por certo em afirmar a instituição no exterior e nunca claudicar, neste caso, claudicar a 20%.

Com este pretenso anúncio, que mais não é do que preparar a Universidade para os despedimentos que a Reitoria concebeu, a UM parece querer aparecer como vanguarda do desenvolvimento da política neoliberal que o MCTES está impondo ao Ensino Superior, nomeadamente através da redução cega do orçamento de Estado para o sector. Objectivamente, com esta proposta a UM surge como um parceiro diligente e zeloso do próprio MCTES.

Observa-se que, na reunião com a FENPROF, de 31 de Julho de 2006, o próprio Ministro manifestou surpresa perante o despedimento de mais de 20 docentes da UM que então estava em curso, referindo não ser a UM uma instituição com dificuldades financeiras que o justificassem.

O Sr. Reitor da UM parece esquecer que a UM tem um capital humano de que o país e a região necessitam e que a sua missão é saber envolver e catalisar os seus elementos em novos projectos que potenciem a afirmação da Universidade.

É necessário contrariar esta visão redutora do Ensino Superior, de modo a não ampliar a margem de manobra para a prossecução das políticas lesivas do MCTES.

O SPN apela a que todos os docentes se envolvam na discussão destas medidas nos diferentes órgãos institucionais em que têm assento.

O Sindicato dos Professores do Norte (FENPROF) está atento e compromete-se a convocar uma reunião aberta a todos os docentes da Universidade do Minho no início de Janeiro.

18 de Dezembro de 2006

Pelo Departamento de Ensino Superior
do Sindicato dos Professores do Norte


Mário Carvalho"
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(respondendo ao apelo formulado acima, reproduz-se mensagem hoje recebida, por via electrónica, com a autoria que se identifica)
Comentário: a este título, reafirmo o que já aqui expressei em mensagens datadas de 06/12/15, e intituladas, respectivamente, "Serviço Público II - Sessão de esclarecimento do SNESup na Universidade do Minho" e "Serviço Público")

5 comentários:

Anónimo disse...

Está muito bem, estamos no ponto de rebuçado para começar a despedir docentes que abundam em alguns Departamentos

J. Cadima Ribeiro disse...

Caros(as),
Para quem não tenha ideia do tipo de gente que circula pelos campus universitários ou continue com dúvidas, aqui fica (acima) um bom exemplo.
Resta dizer que recebo várias destas mensagens em cada semana e algumas são bem mais provocatórias.
Garanto-vos, por outro lado, que a maioria não tem origem em alunos. Aliás, posso-vos dizer que, embora anónimas, no rasto de sombram que emanam, facilmente se reconhece a personagem, em muitos casos.
É o que temos, infelizmente!

Kadima

J. Cadima Ribeiro disse...

Corrector de gralhas:
i) onde está "posso-vos dizer", deveria estar "posso dizer-vos";
ii) onde se lê "sombram", deveria ler-se "sombra".
Não se pode fazer 3 coisas ao mesmo tempo.
Lamento.

Anónimo disse...

Neste mundo, é bom que alguns tenham em conta que podem estar a andar como os alcatruzes, por agora estão em cima, mas amanhã podem estar em baixo. A este propósito não vejo por que razão a aranha negra não venha a cair na sua própria teia. Tenho para mim que a podridão do sistema acabará por os levar à armadilha. Caro Cadima, que nunca lhe falte o ânimo para chamar os cobardes pelos nomes. Bom Natal!

J. Cadima Ribeiro disse...

Corrector de gralhas:
Não há como a calma do fim de dia. Até nos permite reparar nos "campii" que, inopinadamente, passam a "campus", embora o que eu prefira mesmo são "os campos de morangos, para sempre!".