«É de crer que os actuais reitores, presidentes de politécnicos e directores com um mínimo sentido da sua dignidade pessoal e institucional não se queiram submeter a uma "avaliação curricular" ou apresentar "cartas de recomendação" para permanecer em funções. Àqueles que tiverem menos escrúpulos, que não serão propriamente os de mais apurado perfil democrático e ético, o Ministério abriu a possibilidade de manipularem a formação dos conselhos gerais que irão redigir os novos Estatutos das instituições, e admite mesmo que exerçam o cargo por mais oito anos, desde que encontrem alguém que aceite exercer funções a título intercalar. E os que já dominam as suas instituições à custa da distribuição de benesses e do apoio dos clientes dos "concursos com fotografia" de que foram padrinhos, poderão continuar a fazê-lo, agora livres de qualquer controlo.
Cessa a eleição dos órgãos executivos, mas inicia-se a dos conselhos científicos, a que são retirados poderes, por exemplo o de atribuir serviço docente. Mais do que a alteração da forma de designação dos reitores, presidentes e directores, a eleição dos conselhos científicos é a alteração mais radical decorrente da transformação do modelo, na medida em que pode significar que a grande maioria dos actuais membros de conselhos científicos perderão informação e capacidade de decisão, afinal, espaço de participação.»
A Direcção do SNESup
(extracto de comunicado do SNESup, intitulado " O novo modelo de poder", recebido por via electrónica em 07/05/24)
1 comentário:
Parece-me que para além das aberrações que o governo se prepara para lançar no Ensino Superior aqui referidas, deverá desaparecer a carreira docente universitária, passando a haver professores titulares ou permanentes (vinculados com contrato sem termo) colocados em níveis remuneratórios diferenciados e professores descartáveis (contratados a termos ou à tarefa)pagos consoante as disponibilidades financeiras do momento.Como se prevê um mínimo de 1/3 de professores nos quadros está-se mesmo a ver o que vai suceder à maioria dos actuais docentes da UM e não só. Palpita-me que ainda vamos ter de emigrar em massa para onde quer que seja. Aguardamos...ou reagimos?
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