Fórum de Discussão: o retorno a uma utopia realizável - a Universidade do Minho como projecto aberto, participado, ao serviço do engrandecimento dos seus agentes e do desenvolvimento da sua região

quarta-feira, outubro 31, 2007

I'm sick and tired…

"I'm sick and tired of people who say that if you debate and disagree with this administration, somehow you're not patriotic. We need to stand up and say we're Americans, and we have the right to debate and disagree with any administration."

Hillary Rodham Clinton

(citação extraída de SBANC Newsletter, October 30, Issue 494-2007, http://www.sbaer.uca.edu)

Agora que a campanha eleitoral começou: a resposta

"RE: RJIES - Sabia que . (3) Órgãos das Escolas
Carlos Gil Correia Veloso Veiga"
[...]
"Caro colega,

Pode ser uma Lei da República, mas é uma fraca Lei. Note que foi aprovada apenas pelos deputados do PS. E o facto de ser uma Lei da República não lhe retira os deméritos e/ou méritos (poucos) que possa ter. É uma Lei que, no essenvial e na minha opinião, não serve o País, como se verá em breve na própria feitura dos estatutos com as entropias que vai criar. Eu sou dos poucos que, na UM, está à vontade para falar e criticar, pois interessei-me pelo assunto, ainda durante as suas fases iniciais. Elaborei um parecer para a Comissão de Educação e Cultura da AR e fui ao assistir ao debate promovido pela AR. Na verdade não se pode falar de debate na AR ou de intervenção dos deputados que desse no que quer que fosse. O resultado final, o texto da Lei, é mera aplicação do autismo político e da imposição da vontade do Ministro Mariano Gago. Aliás as emendas feitas pelo PS na AR ainda tornaram a Lei mais confusa em certos capítulos. Em todo o caso não concordo com o que parece ser uma corrente de opinião que está a formar-se na universidade portuguesa, a de que é possível "alterar o pior da Lei" por via dos "arranjos" estatutários...se esses "arranjos" visarem o pouco espírito de abertura que é dado à competência profissional.
Ainda assim, venha lá o forum de discussão, com ou sem listas!

Cordiais saudações

Carlos Veloso da Veiga"
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(reprodução integral de mensagem, de distribuição universal na rede da UMinho, que me caiu na caixa de correio electrónico no início da noite de 07/10/30)

terça-feira, outubro 30, 2007

Agora que a campanha eleitoral começou...

"RE: RJIES - Sabia que . (3) Órgãos das Escolas
Rui Luís Gonçalves Reis"
[...]
"Meus caros,
Proponho que se constitua um fórum de discussão sobre o assunto ou então que só quando existirem listas e campanha eleitoral nos comecem a encher as caixas de correio.

E um assunto extremamente importante, mas como é óbvio todos sabemos ler, e o RJIES é uma lei aprovada da Républica! Quem está interessado na lei e nestas questões (como é o meu caso) sabe todos os pormenores e até participou em muitas discussões quando ainda havia algo a discutir sobre a redacção da lei. Agora só há que pensar em como usar a lei (que com diversos defeitos é na minha opinião um bom regime) para o benefício da U. Minho e claro como redigir os melhores estatutos possíveis. Isso é que é crítico e certamente muito importante para o nosso futuro colectivo.

Cumprimentos
Rui"
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(mensagem, de distribuição universal na rede da UMinho, que me caiu esta tarde na caixa de correio electrónico)
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Comentário: pró-fórum o que é do fórum! O problema é que, na UMinho (e julgo que noutras instituições, de igual modo), há quem não goste de fóruns e, muito menos, de ser questionado(a) sobre o modelo de Universidade que defende/prossegue; fico a aguardar os próximos capítulos.

Curiosidade

"Um altíssimo dignitário da eurocracia, ex-comissão, ex-MNE de um pequeno Estado, donde também foi ilustre ministro educativo e reitor de universidades, uma pública e outra privada, utilizando os axiomas da ciência exacta de que é especialista, veio decretar, do alto da suas circulações cortesãs, que os referendos a tratados europeus não são democráticos [...]"
José Adelino Maltez
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(extracto de mensagem, datada de 07/10/30 e intitulada "De complexione quae fit concursu primae...ou mens agit molem", disponível em Sobre o tempo que passa)

segunda-feira, outubro 29, 2007

Manifestando-me

No âmbito da reformulação estatutária que está em vias de ser desencadeada na UMinho, concorda com a necessidade do lançamento de uma reflexão sobre a adequação da oferta educativa da Instituição às necessidades sociais e aos recursos disponíveis nas Escolas/Departamentos?
Eu responderia: sem dúvida! Tal reflexão já se justificava antes da reestruturação dos cursos suscitada pela aplicação da Declaração de Bolonha e mais se justifica agora porque: i) a questão da empregabilidade deveria ter sido um dos parâmetros que deveria ter informado essa adequação dos cursos e não foi, por razões externas à UMinho e por razões internas; e ii) porque, depois dessa reestruturação, a oferta se oferece ainda mais caótica, convivendo em algumas Escolas Universitárias projectos de ensino, a nível de 1º ciclo, de banda larga com outros de natureza politécnica. Há casos até, como acontece na EEG, em que os cursos se canibalizam.
Situações como esta que menciono têm muito que ver com a persistência de lógicas em que são os recursos disponíveis e as estratégias de poder dentro dos Departamentos que ditam a oferta educativa e não a existência claramente identificada de uma procura social, presente ou potencial. São apostas na preservação da inércia, mesmo que seja clara a sua insustentabilidade a médio-prazo.
Repito a pergunta: concorda com a necessidade do lançamento de uma reflexão sobre a adequação da oferta educativa da Instituição às necessidades sociais e aos recursos disponíveis nas Escolas/Departamentos?

J. Cadima Ribeiro

domingo, outubro 28, 2007

RJIES: uma lei inspirada na teoria do pecado original?

Estranha forma de representação

(título de mensagem, datada de 07/10/27, disponível em Campo Lavrado)

Para romper com a pasmaceira: o retorno a um passado remoto

Ainda há esperança
“Há algum tempo, um colaborador do «Notícias do Minho» despedia-se dos seus leitores alegando falta de objecto de análise ou, melhor, de combate. Na ocasião, cheguei a considerar seguir-lhe o exemplo, não tanto porque as nossas crónicas convergissem no objecto mas, antes, porque este apontamento jornalístico (Crónicas de Maldizer) se aprestava para fazer um ano.
O simbolismo da data tornava-a particularmente indicada para uma despedida em beleza. Havia, no entanto, o inconveniente da coincidência a que atrás me reporto e, para minha desgraça, o dito ex-colaborador tinha tomado a iniciativa. Por outro lado, se o momento de celebração de um ano de maldizer, salvo seja, era uma boa ocasião para procurar novos rumos, muito melhor oportunidade teria sido a comemoração do primeiro mês ou dos primeiros quinze dias. Aliás, se bem que não me recorde quem seja o autor do dito, comungo em grande parte da ideia que «não há como a primeira vez» (ou será «não há amor como o primeiro»?).
Assim sucedendo, qualquer ocasião posterior era tão boa como qualquer outra para dizer, portuguesmente, «bye, bye». Chateava-me, entretanto, a perspectiva que alguém pudesse tirar gozo pessoal do termo das minhas crónicas: conforme deixei expresso algures, os meus escritos sempre tiveram por propósito primeiro o prazer que tiro deles e só a ideia de alguém retirar daí mais gozo que eu era bastante para incomodar-me.
Tomada a decisão de permanecer no activo, permaneceu a eterna dificuldade de encontrar assunto. A verdade é que, apeado Cavaco, a análise política e jornalística ficaram, apesar de tudo, mais pobres. Realmente, há que convir que não é fácil imitar no disparate, na arrogância, na falta de bom senso, os protagonistas maiores da vida política da última década.
Se a ocasião era já de pasmaceira e escasseavam os motivos para a análise e para a crítica social até Outubro pp., depois dessa data então entrámos em período de crise aguda, e há o receio que à crónica de opinião volte a não sobrar outro tema que não seja o percalço da Sra. Etelvina no outro dia em que foi ao mercado comprar cebolas (ou tomates, já não tenho bem presente).
Resta-me, todavia, a expectativa que o Eng. Guterres e os seus doutos ministros rapidamente se ajustem às cadeiras do poder e, na boa tradição dos que os precederam, encetem a senda da asneira. Por exemplos passados, acredito que há razão para manter acesa a esperança. Muito me desiludiria o governo do Eng. Guterres se isso não viesse a suceder a curto-prazo.”

J.C.

(reprodução integral de crónica do autor identificado publicada no jornal Notícias do Minho de 95/11/25, em coluna regular genericamente intitulada “Crónicas de Maldizer”)

sábado, outubro 27, 2007

"Gago não vai conseguir o estatuto de Veiga Simão"

«[...] desde já, se nota que Gago não vai conseguir o estatuto de Veiga Simão e não conseguirá a "révolution d'en haut", pelo menos na sua universidade que, por acaso, também é a minha.»
[...]
«Uma escola tem que ser uma efectiva instituição, dotada de uma ideia de obra, de regras próprias de processo e contando com uma efectiva adesão dos próprios membros.»
[...]
«A necessária reforma universitária, sem esquecer os princípios, também deve reconhecer que toda a racionalidade é complexa, que as essências só se realizam na existência e que os princípios só têm sentido quando são capazes de diálogo com as circunstâncias do tempo e do lugar.»
José Adelino Maltez
(extractos de mensagem, datada de 07/10/26 e intitulada "Pensar a escola livre, em dia de cimeira russo-europeia", disponível em Sobre o tempo que passa)
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Comentário: é curioso como é fácil encontrar nos textos de alguns colegas universitários (e poder-se-ia tomar a designação de Ensino Superir, ao invés) ideias que vão ao encontro da nossa reflexão, mesmo quando há um mar de diferenças em matéria de paradigma científico e filosófico e de vivências humanas a separar-nos; talvez seja porque permanecemos espíritos livres e porque a Universidade nos importa, isto é, não nos serve uma universidade qualquer.

sexta-feira, outubro 26, 2007

É preciso atitude e estratégia

"É preciso atitude e estratégia, porque tecnologia há muita por aí [...]"

João Orvalho

(extracto de mensagem, datada de 07/10/25 e intitulada "COIMBRA 2.0 (Publicado no Diário de Coimbra, em 25/10/07)", disponível em Livre Circulação)

quarta-feira, outubro 24, 2007

Manifestando-me

No âmbito da reformulação estatutária que está em vias de ser desencadeada na UMinho, concorda com a necessidade do lançamento de uma reflexão sobre a racionalidade da organização científica/departamental das Escolas, avaliando a oportunidade de promover a criação de estruturas orgânicas cientificamente mais consistentes e melhor dimensionadas?
Eu responderia: estou inteiramente de acordo. Estou de acordo na medida em que: i) a organização departamental actual está longe de ser racional e, portanto, eficaz; ii) convivem na UMinho algumas macro-estruturas com Escolas que, pela sua dimensão e identidade científica, estão longe de poder ser projectos viáveis; e iii) a formação não está hoje mais a montante da investigação, mas insere-se no próprio processo de criação de conhecimento, e é necessário ter isso presente na organização da Universidade e na definição da sua missão, com expressão na organização em Escolas e na oferta de ensino.
Repito a pergunta: concorda com a necessidade do lançamento de uma reflexão sobre a racionalidade da organização científica/departamental das Escolas, avaliando a oportunidade de promover a criação de estruturas orgânicas cientificamente mais consistentes e melhor dimensionadas?

J. Cadima Ribeiro

terça-feira, outubro 23, 2007

Enquanto alguns brincam aos jogos de poder ...

"Ao nível directivo, o I³S vai ter um conselho de gestão e coordenação, com membros das três instituições fundadores. O equivalente ao CEO será uma personalidade externa e independente. Já há um convite à espera de resposta, motivo pelo qual o nome ainda se encontra em segredo."
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(extracto de mensagem, datada de 07/10/23 e intitulada "Novo superinstituto de investigação do Norte é formalizado este mês", disponível em Blog de Campus)
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Comentário: a notícia de que se reproduz extracto parece-me particularmente oportuna numa ocasião em que há quem insista, na UMinho e não só, que estratégia é arrebanhar uns quantos incautos que garantam a preservação ou o acesso ao poder na organização, e gerir uma estrutura complexa como uma universidade é ser capaz de fazer contas de merceeiro - sendo certo que os há, a brincar aos gestores, que nem essas contas são capazes de fazer.

Coisas tristes, em tempo de implementação do RJIES

Cartas Abertas e Assembleias Várias

(título de mensagem, datada de ontem, disponível em Co-Labor)
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Comentário: mais comentários para quê? A realidade, de tão triste, dispensa-os bem.

A norte: o desastre em matéria de estratégia de desenvolvimento e de ordenamento do território

A Comissão Europeia divulgou há alguns meses um relatório sobre a situação nas regiões da União Europeia de onde resultava que o norte de Portugal (NUT II norte) emergia como a área do território nacional mais pobre, isto é, com o PIB per capita mais baixo. Há pouco mais de um par de semanas, o INE divulgou, por sua vez, um “Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio - 2005”, de onde ressaltava que não era óbvia a convergência da NUT II norte com a média nacional e, sobretudo, que a dispersão de níveis de poder de compra nesta unidade estatística persistia muito elevada, ao contrário do evidenciado pela generalidade do país.
Quem rejeite a ideia de fatalidade na evolução dos fenómenos económicos não pode deixar de questionar porque é que isso acontece e a consistência das políticas públicas que ditaram tal resultado, muitas delas suportadas por fundos comunitários e nacionais vultuosos, aparte a equidade da distribuição destes pelas diferentes regiões. Na minha condição de observador da evolução da realidade desta parcela do território nacional e de técnico interveniente nalgumas operações de planeamento, não posso deixar de pensar que os resultados a que se chegou são, em grande medida, fruto de estratégias de desenvolvimento e de políticas de ordenamento do território erradas.
Avançando esta posição agora, mais não faço do que repetir o que venho afirmando desde há 25 anos, com o “conforto” que me dão nesta altura os números a que me reporto. Quero eu dizer: quem se atreve agora a classificar de bom o desempenho económico das últimas décadas do norte de Portugal e de acertadas as orientações de política prosseguidas?
Para não me ficar pelo enunciado de ordem geral, retenho do “Estudo sobre o Poder de Compra Concelhio - 2005” alguns números. A esta recensão de números acrescentarei, a concluir, duas ou três orientações de estratégia, alternativas às que vêm sendo prosseguidas pela CC(D)R-N e pelos Governos, desde os anos 80 do século XX. Essas notas parecem-me ter particular pertinência na ocasião em que está em preparação o chamado Plano Regional de Ordenamento do Território e um estudo de impacte da construção de uma linha férrea de um comboio de velocidade alta entre Porto e Vigo.
Passemos aos números sobre o poder de compra concelhio, isto é, ao índice de poder de compra, como medida da posição relativa dos municípios em termos de capacidade aquisitiva média. Os dados sobre os municípios minhotos invocados são comparados com os das respectivas NUT III e NUT II e os de Porto e Lisboa. São eles os seguintes:
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Portugal (território base) – 100
NUT II Norte – 85,45
NUT III Minho-Lima - 70,72
-Arcos de Valdevez – 52,49
-Valença – 74,11
-Viana do Castelo – 87,45
NUT III Cavado – 82,47
-Barcelos – 67,05
-Braga – 105,83
-Terras de Bouro – 47,36
NUT III Ave - 74,57
-Guimarães – 77,50
-Póvoa de Lanhoso – 59,38
-Vila Nova de Famalicão – 81,55
NUT III Tâmega - 61,57
-Cabeceiras de Basto – 52,88
-Celorico de Basto – 48,50
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Lisboa – 216,04
Porto – 164,26
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O contraste dos números diz bem das assimetrias de desenvolvimento que se configuram no território em análise.
Respostas consequentes à situação da NUT II norte têm que assumir as fragilidades de partida, e ser ousadas. Nessas respostas, tem que tomar papel estruturador a rede urbana, caracterizada na actualidade pelos seguintes tipos de áreas: i) a Área Metropolitana do Porto (AMP), que constitui um espaço maioritariamente urbano, com fortes relações de interdependência funcional interna; ii) uma mancha urbano-industrial descontinua, envolvente da AMP, integrada por cidades de pequena e média dimensão e por contínuos rururbanos; iii) uma área de consolidação urbana, que se consubstancia no quadrilátero constituído pelas cidades de Braga, Guimarães, Famalicão e Barcelos, que se vem progressivamente reforçando pela via da atracção que exerce sobre as áreas envolventes; iv) áreas de intermediação, onde prevalecem conflitos no uso dos solos, escassa dotação de infra-estruturas e espaços urbanos fragmentados; e, v) áreas rurais, caracterizadas por uma estrutura económica frágil e por baixos níveis de prestação de serviços.
A consolidação de espaços urbanos funcionalmente mais autónomos tem implicações para a área metropolitana do Porto, o que não deve inibir a sua potenciação, assumindo a polinucleação que o território já evidencia, o que implica a partilha da sua centralidade competencial com outras centralidades tendencialmente mais dinâmicas, com destaque para o quadrilátero urbano acima nomeado, mas, igualmente, com Viana do Castelo, que tem vindo a consolidar a sua especialização a nível turístico, ambiental e de lazer.
Neste quadro de superação de fragilidades do tecido produtivo, assume particular importância o investimento na qualificação das redes de transportes e comunicações, incluindo as de âmbito transfronteiriço, fazendo particular sentido explorar a capacidade de um equipamento como o comboio de altas prestações como instrumento de consolidação de uma estrutura urbana mais equilibrada e de abertura de novas vias para o desenvolvimento. Esclareça-se entretanto que o uso do conceito de rede quer significar, em simultâneo, inter-operacionalidade de canais e multi-modalidade, dimensões estas onde subsistem particulares estrangulamentos quer na operação interna quer na relação com o exterior.
Na falta de espaço para aprofundamento das ideias de política esboçadas, fica a promessa de um regresso ao tema.
J. Cadima Ribeiro
(artigo de opinião publicado na edição de hoje do Diário do Minho - Suplemento de Economia)

segunda-feira, outubro 22, 2007

Manifestando-me

Considera conciliável a autonomia orgânica das Escolas e a defesa do princípio da co-optação dos presidentes pelo reitor, de entre um número limitado de professores daquelas, proposto pelos respectivos corpos de doutores?
Eu responderia: sem dúvida! Se os princípios que defendemos em matéria de gestão das Escolas e da Universidade, como um todo, são afirmação de capacidade de decisão e responsabilização (quer dizer, definição clara de competências e de responsabilidades), agilidade e sentido estratégico, articulados com participação/envolvimento dos seus agentes, esta é uma boa forma de responder à actual realidade onde, amiúde, se assiste à configuração de concertações oportunísticas de votos, isto é, a vitórias eleitorais que resultam da prevalência da ideia de que o que importa é preservar a inércia, mesmo que esta se materialize na cultura da mediocridade. Esclareça-se, adicionalmente, que a Universidade em que estou a pensar é uma (como deviam ser todas) em que as Escolas (e os Centros de Investigação) são as unidades básicas de gestão de recursos e as entidades verdadeiramente operacionais, não sendo as Reitorias mais do que conselhos de administração das “holdings” que as universidades são.
Obviamente, esta solução não é feita a pensar no actual inquilino da Reitoria da UMinho. Se fosse, nunca apareceria.
Repito a pergunta: considera conciliável a autonomia orgânica das Escolas e a defesa do princípio da co-optação dos seus presidentes pelo reitor, de entre um número limitado de professores daquelas, proposto pelos respectivos corpos de doutores?

J. Cadima Ribeiro

sábado, outubro 20, 2007

Manifestando-me

Caro(a) colega,
Sabe que a reitoria da UMinho está a promover uma lista candidata à Assembleia Estatutária estruturalmente constituída pelos actuais presidentes das Escolas? Surpreende-o(a)? Isso não lhe causa repugnância?
Eu responderia: quando as lógicas são apenas de poder e não de projecto, tudo é possível. Aliás, o modelo de bloco central vem presidindo há gestão da coisa pública em Portugal quase desde a reposição da democracia formal, no pós 74, com os resultados, lamentáveis, que são conhecidos de todos em matéria de desenvolvimento, equidade e coesão social. Não sendo a Universidade uma ilha, não admira que esse modelo possa ser trazido para a sua governação. Surpreendente, sim, seria assistir-se a um movimento de revolta contra os baronatos e as alianças de conveniência.
Repito a pergunta: surpreende-o(a) o aparecimento na UMinho de uma lista candidata à Assembleia Estatutária promovida pelo reitor e estruturalmente constituída pelos actuais presidentes das Escolas?

J. Cadima Ribeiro

sexta-feira, outubro 19, 2007

A aplicação do RJIES - curiosidades

A propósito de calendários eleitorais para a aplicação do RJIES e de objectividade e clareza dos articulados dos regulamentos, julgo valer a pena trazer aqui o exemplo da Universidade do Algarve. Atente-se no seguinte:
i) reunião do senado e calendário eleitoral:
- data da reunião do senado - 17 de Outubro;
- prazo limite para apresentação de listas - 31 de Outubro;
- acto eleitoral - 14 de Novembro.
ii) algumas curiosidades do articulado do regulamento eleitoral:
- Artigo 7.º (Da apresentação de candidaturas)
"3. As listas a que se refere o número anterior traduzirão necessariamente uma composição equilibrada dos subsistemas da Universidade do Algarve, para o que devem ser constituídas com uma ordem que alternem os membros pertencentes a cada subsistema, e congregarão docentes das várias áreas do saber desenvolvidas na Universidade. As listas serão ainda acompanhadas de uma súmula orientadora da acção a desenvolver, que não poderá exceder 2 (duas) páginas.
4. As listas dos candidatos a que se refere a alínea c) do n.º 1 do artigo 2.º são compostas por 3 (três) elementos efectivos e 3 (três) suplentes e devem traduzir uma composição equilibrada dos subsistemas da Universidade do Algarve.
[...]
7. As listas que não obedeçam ao disposto nos números anteriores serão recusadas pela Comissão Eleitoral.
8. A recusa a que se refere o número anterior não é susceptível de recurso."
Como escrevia o colega que teve a simpatia de me fazer chegar a informação, é caso para dizer que estamos perante um calendário imbatível e um regulamento muito sui generis no que se refere à composição das listas.
Lido este e o da UMinho, fico a aguardar com grande expectativa outros exemplos que me possam chegar de exercícios de criatividade, democraticidade e transparência académicas.
J. Cadima Ribeiro

quinta-feira, outubro 18, 2007

Corra que se faz tarde!

Soube há poucos minutos, por via informal, que os prazos que foram definidos para o processo eleitoral conducente à constituição da Assembleia Estatutária na UMinho são os seguintes:
i) data limite para apresentação de candidaturas - 6 de Novembro pf. (informação rectificada);
ii) acto eleitoral - 5 de Dezembro (informação rectificada).
Note-se que se trata de uma decisão do Senado ontem reunido.
Daqui decorre que quem está no mercado não está para facilitar a vida a quem queira entrar e que quem queira estar naquele processo tem mesmo que correr.
Haverá na UMinho gente disposta a isso, isto é, a correr e a dar a cara?
Se sim, que dê agora um passo em frente, antes que seja tarde.
*
Por uma Universidade com futuro!

J. Cadima Ribeiro
-
Ps: recebida que foi entretanto de mão amiga versão de trabalho do regulamento, cumpre-me corrigir as datas indicadas numa primeira versão do texto. A essa luz, também perde, parcialmente, pertinência o comentário que deixei a seguir às datas.
Comentário: esta coisa de receber e passar informação a meio de outras coisas presta-se a estes mal-entendidos ou mal-percebidos, mesmo que o povo seja sereno.

quarta-feira, outubro 17, 2007

Manifestando-me

Concorda com a ideia que, mesmo que no caso da Universidade Portuguesa não se acumulassem sinais de perda de eficácia em matéria de resposta aos desafios da economia e da sociedade e de cristalização de lógicas de poder e de governação preocupantes no contexto de uma sociedade plural e democrática, ainda assim se impunha a reforma da mesma?
Eu responderia: estou totalmente de acordo. Na verdade, em relatório de 1998 (“Higher Education in the Twenty-first Century: Challenges and Tasks Viewed in the Light of the Regional Conferences”), a UNESCO dizia já o seguinte: “o acelerar do avanço tecnológico, a obsolescência de algum conhecimento e o aparecimento de novas áreas de conhecimento e novas sínteses conduzem a um processo que, por sua vez, requer mudanças na educação superior”. Entendendo a necessidade da reforma, não quero, no entanto, afirmar que o enquadramento legal entretanto criado (Lei nº 62/20007) seja a resposta que o sistema educativo superior reclamava, para lhe dar eficácia e para o modernizar. Muito provavelmente, não será mesmo, até pelo modo como foi gizado, com pouco debate e pouca atenção à cultura institucional pré-existente.
Repito a pergunta: concorda que a reforma da Universidade Portuguesa se impunha, mesmo que se não acumulassem sinais de cristalização de lógicas de poder e de governação preocupantes?
J. Cadima Ribeiro

A lista

"Façamos como o meu tio Sereno quando fabricava lixívia na casa de banho do bairro, toma nota que eu dito:
1) Resolver o modo de governo da escola;
2) Arranjar outra gente para governar a escola;
3) Reinventar o(s) processo(s) de Bologna;
4) Entusiasmar os estudantes para que acreditem naquilo que nós (não) acreditamos.
Feita que está a lista e seguindo procedimentos escritos pelo meu tio Sereno, já tratei de afixar a lista na parede, bem junto ao largo da entrada. Sei que ninguém vai ler [...]"

Alexandre Sousa

(extracto de mensagem, datada de 07/10/17 e intitulada "A minha vida de pernas para o ar E procurar, uma casa Para eu morar…", disponível em Co-Labor)

terça-feira, outubro 16, 2007

There are many qualities that make a great leader

"There are many qualities that make a great leader. But having strong beliefs, being able to stick with them through popular and unpopular times, is the most important characteristic of a great leader."

Rudy Giuliani
(citação extraída de SBANC Newsletter, October 16, Issue 492-2007, http://www.sbaer.uca.edu)

Há causas que são de todos

MAKE POVERTY HISTORY !
http://www.makepovertyhistory.org/

segunda-feira, outubro 15, 2007

Manifestando-me

Se o questionassem sobre que ambiente se vive na sua instituição por esta altura, em plena fase de definição do regulamento para a eleição do Conselho Geral encarregue da elaboração dos novos Estatutos, que responderia? Diria que as "águas" andam agitadas?
Eu responderia: Não! As notícias que me vão chegando continuam a dar notícia de um ambiente frouxo, o que me suscita mais preocupação do que sossego. É que, a continuar assim, arriscamo-nos a que fique tudo na mesma, isto é, que não sejamos capazes de renovar um pouco que seja os protagonistas da gestão das academias, pese embora a pretensão de introduzir a ruptura que a lei supostamente visaria.
Repito a pergunta: seria capaz de afirmar que as "águas" andam agitadas na instituição em que trabalha? (Não andando agitadas, isso não o/a deixa preocupado/a?)
J. Cadima Ribeiro

"Universidades vão descontar mais 3,5% para a CGA"

Notícia Diário Económico
Universidades vão descontar mais 3,5% para a CGA
http://diarioeconomico.sapo.pt/edicion/diarioeconomico/edicion_impresa/destaque/pt/desarrollo/1045557.html
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(cortesia de Nuno Soares da Silva)

domingo, outubro 14, 2007

Notícias da aplicação do RJIES

Notícia Jornal da Madeira
Reitor não vê ministro coerente:
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(cortesia de Nuno Soares da Silva)

"Quando menos é demais"

Quando menos é demais
(título de mensagem, datada de 07/10/13, disponível em Polikê ?)
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Comentário: é a aposta do governo na qualificação dos portugueses e na renovação do tecido produtivo; as taxas a que vai crescendo o nosso PIB são já disso boa testemunha; aliás, com um ministro da Ciência e Ensino Superior tão clarividente e determinado em matéria de estratégia de desenvolvimento, torna-se cada vez mais questionável manter um ministério da economia (falo do ministério, não do ministro, que é uma simpatia de pessoa, embora incompreendida)

sábado, outubro 13, 2007

O economista e a sua formação

A propósito do que é ser economista na actualidade, em Portugal, João F. Proença escrevia há poucos meses, em boletim informativo da Ordem dos Economistas (OE), o seguinte: “Hoje, os economistas portugueses trabalham em ambientes multiculturais, em contexto internacional e europeu em particular, em ambientes de grande pressão que muitas vezes exigem capacidade de liderança, capacidade de aprender ou de se adaptar a situações novas e a ambientes ou meios culturais diversos”. Daí retirava a perspectiva de que, hoje, o economista “tem que evidenciar que sabe, que sabe fazer e que sabe ser, o que para além de conhecimentos específicos exige competências comportamentais”.
Trazendo para primeiro plano o contexto em que se vem desenvolvendo a actividade do economista e a complexidade daí decorrente, as reflexões que recupero servem também para pôr em evidência a urgência de respostas adequadas a nível de formação académica e profissional deste corpo técnico. A isso se referia, de forma preocupada e crítica, no mesmo boletim da OE, Carlos Pimenta, na passagem seguinte: “O maior reconhecimento da importância da economia e a ideologia economicista como ´religião` da globalização aumentam o valor social do economista e atribui a alguns a função de apaziguadores das consciências. Mas a massificação da formação de economistas ao longo de décadas e as características actuais do mercado de trabalho reforçam a precariedade do emprego de muitos e promovem a despromoção funcional”.
De uma forma mais terra à terra, João F. Proença, prolongando a sua reflexão, reportava-se aos reptos subsistentes em matéria de formação do seguinte modo: “Hoje, é muito difícil exercer a profissão de economista sem o domínio de competências específicas de áreas disciplinares próximas como a gestão (onde, naturalmente, insiro as contabilidades, o marketing ou a fiscalidade, conhecimentos sobre negociação, gestão de pessoas, etc.) e sem acesso a teorias, métodos e técnicas de outras áreas do conhecimento, particularmente da psicologia e da sociologia, do direito e da ciência política, da matemática e da informática, entre outras”. Ideias que eram reforçadas, ainda no dito boletim da OE, por estas outras de José Manuel Belbute: “a formação inicial (de 1º ciclo) não pode/deve ser encarada como definitiva e para o resto da vida”. Assim é já que, sublinha, “Os conhecimentos adquiridos […] arriscam-se a ficar rapidamente desactualizados. Por isso e contrariamente ao que sucedia há alguns anos atrás, a formação inicial deve ter um carácter mais flexível e generalista, que alie uma sólida formação económica de base (em macroeconomia, microeconomia e métodos quantitativos) à aquisição de competência, de capacidade e de atitudes (capacidade de trabalho em equipa, de tomada de decisões, de relacionamento e de iniciativa) que valorizem os estudantes e lhes facilitem a sua inserção no mercado de trabalho”.
A dificuldade, que José Manuel Belbute não endereça mas que seguramente terá presente, está em conjugar uma formação sólida em macroeconomia, microeconomia e métodos quantitativos com todas as exigências em termos de domínio de técnicas, teorias e comportamentos, que antes são enunciadas como sendo imprescindíveis para o sucesso profissional dos nossos tempos, com a redução das escolaridades totais e parciais a nível de formação do 1º ciclo dos cursos do ensino superior. É que, faça-se claro, o reforço da formação em macroeconomia, microeconomia e métodos quantitativos, em simultâneo com a redução das ditas escolaridades, acaba por reduzir os cursos do 1º ciclo a projectos de ensino que pouco mais oferecem em matéria de programas escolares que macroeconomia, microeconomia e métodos quantitativos. Obviamente, que esses programas podem ser transmitidos recorrendo a novos modelos de ensino-aprendizagem que impliquem e suscitem novos comportamentos nos formandos mas, nessa vertente, dão-se agora os primeiros passos em Portugal, e o processo tem sérias dificuldades, mesmo porque o ensino superior não existe isolado de toda a realidade do ensino e formação do país.
Que o 1º ciclo não responderá aos reptos da complexidade da gestão das economias modernas, disso não restarão dúvidas a ninguém, suponho. Saberão as instituições de ensino superior (e os interessados) encontrar uma resposta eficaz para a dificuldade enunciada? A seu tempo o veremos.

J. Cadima Ribeiro

(artigo de opinião publicado no Jornal de Leiria em 07/10/11)

sexta-feira, outubro 12, 2007

Notícias da aplicação do RJIES

Notícia Jornal da Madeira
Novos estatutos em 8 meses:
http://www.jornaldamadeira.pt/not2008.php?Seccao=17&id=79398&data=2007-10-11
*
Notícia JN
Fundações universitárias perdem pontos
http://jn.sapo.pt/2007/10/12/nacional/fundacoes_universitarias_perdem_pont.html


(cortesia de Nuno Soares da Silva)

quinta-feira, outubro 11, 2007

"Técnico recusa tornar-se fundação"

Notícia JN
Técnico recusa tornar-se fundação: http://jn.sapo.pt/2007/10/11/ultima/tecnico_recusa_tornarse_fundacao.html

(cortesia de Nuno Soares da Silva)

Sem mais palavras porque já tudo foi dito

Sem mais palavras porque já tudo foi dito:
http://www.comumonline.com/index.php?option=com_content&task=view&id=64&Itemid=50

Manifestando-me

Concorda que o momento que a Universidade do Minho atravessa - à semelhança das demais - é, ao mesmo tempo, exigente e desafiador?
Eu responderia: sim, sem dúvida! O desafio que temos pela frente reside em trabalhar para que a nossa Universidade tenha futuro. A construção desse futuro faz-se dando resposta aos desafios que o presente nos coloca.
Repito a pergunta: concorda que o momento que a Universidade do Minho atravessa é exigente e desafiador? (Sente-se preparado(a) para ser parte na resposta a esse desafio? E quer ser?)

J. Cadima Ribeiro
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Nota: porque tem tudo a ver com o debate que tenho procurado alimentar neste jornal de parede nos últimos dias, deixo aqui uma chamada de atenção para o texto de JVC (Le roi est mort, vive le roi) , hoje disponibilizado em Bloco de Notas

quarta-feira, outubro 10, 2007

Revista de imprensa de 10 de Out.

Notícia JN
Os universitários conseguirão fazer forte uma fraca lei: http://jn.sapo.pt/2007/10/10/nacional/os_universitarios_conseguirao_fazer_.html

*
Notícia JN
Lei entra em vigor com buraco que tira autonomia ao Superior http://jn.sapo.pt/2007/10/10/nacional/lei_entra_vigor_buraco_tira_autonomi.html

(cortesia de Nuno Soares da Silva)

Já agora… e porque não pensar «estratégia»?

Vai ser extremamente difícil construir um Conselho Geral com etiqueta de efectivo, eficiente, eficaz, tudo menos «faz-de-conta», se a universidade e os seus candidatos a reitor, actuais e futuros, não tiverem preocupações sérias com planeamento estratégico. E não pode ser planeamento estratégico de «muda aos seis e acaba aos doze». Não, meus senhores, esse peditório já deu. São resmas de pessoas, que até têm salários interessantes comparativamente com o povo que está inscrito nos centros de emprego, são pessoas cheias de títulos e honrarias que passam os dias a assobiar para o tecto a ver se caem estrelas do céu, são pessoas que obrigatoriamente têm que participar na construção do futuro dos que vão chegar um dia destes à porta da escola.
Essas pessoas não podem chegar à sala da reunião sem papel nem lápis.
Essas pessoas têm que ser convidadas para estar na sala de trabalho (sem telemóvel) segunda-feira às 8:30 horas e deixá-las ir para casa na próxima sexta-feira às 12:30 horas.
Também é preciso divulgar a lista dos convites e publicar as prendas que cada um trouxe para a boda.
O primeiro passo para dar a volta ao sistema seja ele do interior (UM, UTAD, UBI, UE) ou sejam elementos da faixa costeira é impor um envolvimento de cima a baixo na compreensão a mais exacta possível daquilo que está a ser construído. O projecto só pode ser bem sucedido se existirem contribuições significativas para a nova visão/missão da universidade e isso só acontece se cada um dos envolvidos realmente souber o que essas coisas são.
Na minha qualidade de candidato a reitor da Universidade-ali-ao-Lado decidi enviar aos meus eventuais seguidores e/ou detractores meia dúzia de apontamentos para que eles apareçam na sala do senado com o bloco-notas e algumas ideias sobre os seguintes componentes:

Articulação
O estudo estratégico deverá ser articulado com aquilo que a universidade é - isto é:
● Motivação: Porque existe a universidade? Qual é a sua identidade e o seu propósito? Qual é a sua visão, missão, prioridades e constrangimentos? Onde queremos chegar? Que obstáculos teremos que ultrapassar?
● Dados: Quais os indicadores de desempenho que vamos usar para comparar o andamento da missão? À volta de que categorias de coisas é que a universidade precisa de dados?
● Actividades: O que é que a universidade faz? O que é que devemos continuar a fazer? Que gostaríamos de fazer e não fazemos?
● Locais: Onde estamos nós a operar? Quais são as ‘grandes funções’ exercidas em cada local? Porque estamos ali e não noutros locais?
● Pessoas e Unidades Orgânicas: Qual é a filosofia organizacional da universidade? Hierárquica? Matricial? Que valores dinamizam as actividades dos nossos recursos humanos?
● Tempo (ciclo de planeamento): A universidade sente-se motivada, dinamizada pelo tradicional ciclo do orçamento anual? Quais os eventos/acções é que este ciclo põe em movimento?

Elementar, meu caro Watson, elementar. Pensar eu que ainda não percebi para que andei a estudar?!
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Alexandre Sousa
(editor do blogue Co-Labor)

terça-feira, outubro 09, 2007

Cá vamos cantando e rindo, levados, levados sim...

Notícia aeiou - quiosque
Polícias à paisana entram em sindicato e apreendem documentos:
http://q3.aeiou.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ae.stories/6995

(cortesia de Nuno Soares da Silva)

segunda-feira, outubro 08, 2007

Manifestando-me

Considera a criação, ditada pela Lei nº 62/2007, de Conselhos Gerais, constituídos em um terço por personalidades externas às instituições, um empobrecimento da capacidade de decisão e afirmação das Universidades?
Eu responderia: não, necessariamente! Pelo contrário, se essa for uma forma de institucionalizar uma inter-acção mais fluida e profícua com o território e de abrir espaço para uma gestão de índole mais estratégica, isso será antes uma mais-valia. O aprofundamento da relação das Universidades com o meio envolvente, mais próximo ou mais distante, não tem que ser percebido como fazendo-se em detrimento da participação das comunidades universitárias na vida das instituições e da respectiva mobilização em torno dos grandes objectivos prosseguidos pelas Universidades. Claro está que os protagonistas fazem toda a diferença. Fizeram-na no passado, e fá-la-ão no futuro.
Repito a pergunta: considera a criação do Conselho Geral, constituído em um terço por personalidades externas à instituição, um empobrecimento da capacidade de decisão e afirmação da sua Universidade?

J. Cadima Ribeiro

Produção científica portuguesa

Acabada de me cair na caixa de correio a referência, para os que têm curiosidade sobre estas coisas, aqui deixo alguns resultados interessantes sobre a produção científica portuguesa:
http://www.keele.ac.uk/depts/ec/wpapers/kerp0710.pdf


(cortesia de João Cerejeira)

MCTES quebra mais uma promessa

Federação Nacional dos Professores
Financiamento do Ensino Superior: Ministro Mariano Gago quebra promessa
"[...]
As universidades e os politécnicos estão envolvidos no esforço de modernização do sistema de ensino superior, face aos desafios de Bolonha e do Espaço Europeu de Ensino Superior, mas não poderão desempenhar a sua parte no processo se o Governo, esquecendo as suas próprias promessas, lhes negar os meios necessários.
[...]":
http://www.fenprof.pt/?aba=1

(título e extracto de comunicado da FENPROF/FNP, de 4 de Outubro de 2007, disponível em FENPROF)
-
[cortesia de Nuno Soares da Silva]

domingo, outubro 07, 2007

Uma academia de qualidade caracteriza-se por: ...

«Uma academia de qualidade caracteriza-se, entre outras coisas, pela ausência de barreiras hierárquicas entre os seus membros, por um respeito mútuo universal e por um sentimento de pertença à comunidade universitária. A praxe é a negação de tudo isto: um exercício de poder marcado pelo desrespeito pelo outro, pela possibilidade de o ostracizar de modo arbitrário e onde tudo se resume a uma questão de hierarquias. Comparado com o ‘bullying’ na escola, a praxe tem as agravantes de ser uma prática institucionalizada, levada a cabo por e sobre adultos e em instituições onde o acesso não é imediato mas dependente do mérito.»
Tiago Mendes
(extracto de mensagem, datada de 07/10/03 e intitulada ´“Abu Ghraib” dos pequeninos`, disponível em aponTaMentos - http://www.apontamentos7.blogspot.com/)

Do relatório da EUA à exigência de uma reflexão estratégica - IV

Quase um mês depois de terem sido divulgados os resultados da avaliação institucional da UMinho feita pela EUA e a cerca de 15 dias de ser desencadeado o processo conducente à implementação da lei 62/2007, entendo que faz sentido recuperar aqui as respostas que dei a um inquérito preparatório do relatório interno da dita avaliação que na altura, por Outubro de 2006, me foi endereçado.
[...].
Segue-se o quarto e último extracto do texto:

----
«P: Em sua opinião, quais têm sido, nos últimos cinco anos, os aspectos positivos e os aspectos negativos da acção do Conselho Académico: c. Na formulação das linhas gerais de política da Universidade em matéria de prestação de serviços especializados à comunidade?

R: Nesta dimensão, o papel do CAc foi nulo ou quase, e ainda bem. Pontualmente, interveio procurando estabelecer espartilhos que nunca serviram a ninguém e que, tacitamente, foram sendo ignorados por todos, incluindo a própria reitoria.
A agilidade necessária de que esta missão da Universidade carece, para ser cumprida, não se compadece de burocracias pesadas e de “fatos” que têm que servir a todos. A negociação e a eficácia das respostas são essenciais aqui, embora o devessem ser em todas as áreas de intervenção da Universidade.»
-
J. Cadima Ribeiro
(Outubro de 2006)

“Human Capital Quality and Economic Growth”

“The estimation of the relationship between education and economic growth is marked by contradictions. These contradictions underline the lack of precision characterizing indicators of human capital. This paper constructs new indicators based on a pool of international surveys concerning pupil assessment. Thus, our new database, which includes 105 countries, makes it possible to confirm or not the positive relationship between education and growth. Taking into account the endogeneity of education, we measure a positive effect of qualitative indicators of human capital and the growth of countries between 1960 and 2000. The contribution of education to growth therefore appears significant, both from a quantitative and a qualitative point of view."

Nadir Altinok (IREDU - Institut de recherche sur l'éducation : Sociologie et Economie de l'Education - [CNRS : UMR5225] - [Université de Bourgogne])
Date: 2007-09-17
Keywords: Education quality ; Human capital ; Growth ; Development
URL: http://d.repec.org/n?u=RePEc:hal:papers:halshs-00132531_v2&r=edu

(resumo de “paper”, disponível no sítio referenciado)

sábado, outubro 06, 2007

Revista de imprensa do dia 5 de Outubro

Notícia JN
Luta por 50 mil funcionários públicos: http://jn.sapo.pt/2007/10/05/nacional/luta_50_funcionarios_publicos.html
*
O PRIMEIRO DE JANEITO
Novo regime das instituições do ensino superior entrou em nova fase
Trinta dias é “manifestamente” pouco tempo


«Depois do período de discussão do novo Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior, as preocupações voltam-se para a aplicação do mesmo. Pelo menos da parte do Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos, que se queixa do curto tempo para a lei vigorar.

O Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos considerou curtos 30 dias para a entrada em vigor do Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior após publicação em «Diário da República», manifestando preocupação com a interpretação e aplicação da lei. “A fase de discutir se é, ou não, uma boa lei já passou. O que nos interessa fazer é uma boa aplicação da lei”, declarou o presidente daquele órgão, no termo de uma reunião que ontem decorreu em Santarém. Para Luciano Almeida, o que está em causa é uma boa interpretação das normas para uma boa aplicação e perceber quais são aquelas que entram imediatamente em vigor e quais as que aguardam a publicação de legislação complementar. “É um regime novo, de ruptura com o anterior. É fundamental perceber quais as consequências e fazer essa reflexão numa perspectiva alargada”, sublinhou. Aquele responsável acrescentou igualmente que da reunião de ontem resultou a marcação de um outro encontro do Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos para a manhã do dia 9 e, para a tarde do mesmo dia, um plenário das escolas, com as duas iniciativas a serem apoiadas por juristas.
O novo Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES) vai entrar em vigor no próximo dia 11, 30 dias após a publicação (a 10 de Setembro) no «Diário da República», um período de «vacatio legis», na opinião daquele responsável, “manifestamente curto” tendo em conta tratar-se de um regime novo e de ter muitas implicações ao nível dos sistemas de atribuições e competências.

Preocupação
Esta preocupação com a nova lei está também relacionada com “dificuldades adicionais” surgidas quanto à interpretação de alguns artigos, nomeadamente a partir das últimas alterações introduzidas pela Assembleia da República aquando da discussão do documento na especialidade na Comissão Parlamentar de Educação, que visaram a resolução de certos problemas, mas terão criado outros, acrescentou.
Segundo Luciano Almeida, “há alterações que não tiveram em atenção outros artigos da lei” e, em algumas delas, “a epígrafe mantém-se, mas o corpo do artigo não tem nada a ver”. Para o período posterior à entrada em vigor da lei, no próximo dia 11, estão a ser programadas outras reuniões pelo Conselho Coordenado dos Institutos Politécnicos, para ir resolvendo os problemas emergentes com a interpretação e aplicação do novo regime jurídico.»
(reprodução integral de artigo ontem publicado no jornal que se referencia)
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[cortesia de Nuno Soares da Silva]

sexta-feira, outubro 05, 2007

Do relatório da EUA à exigência de uma reflexão estratégica - III

Quase um mês depois de terem sido divulgados os resultados da avaliação institucional da UMinho feita pela EUA e a cerca de 15 dias de ser desencadeado o processo conducente à implementação da lei 62/2007, entendo que faz sentido recuperar aqui as respostas que dei a um inquérito preparatório do relatório interno da dita avaliação que na altura, por Outubro de 2006, me foi endereçado.
[...].
Segue-se o terceiro extracto do texto:
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«P: Em sua opinião, quais têm sido, nos últimos cinco anos, os aspectos positivos e os aspectos negativos da acção do Conselho Académico: b. Na formulação das linhas gerais de política da Universidade em matéria de ensino, designadamente no que se refere à organização do calendário escolar, à avaliação e à melhoria do rendimento escolar?

R: Se se considerar a evolução ao longo dos anos das peças produzidas pelo CAc em matéria de calendário escolar, regulamento de avaliação de conhecimentos e acompanhamento feito a nível de rendimento escolar, e subjacente filosofia, rapidamente se detecta o carácter errante da orientação seguida, com sacrifício manifesto da estabilidade dos modelos de trabalho e da aposta na aproximação a quadros mais evoluídos de ensino/aprendizagem, que hoje assimilamos ao designado modelo de ensino regulado pela declaração de Bolonha. Isso foi fruto de leituras e procura de equilíbrios de curto-prazo e das limitações que decorrem da composição e natureza do órgão.
A opção por soluções unanimistas e “fatos” que sirvam todos, independentemente da natureza científica das matérias e do quadro mais ou menos aplicado do ensino visado, é também responsável por muitos erros cometidos.»
J. Cadima Ribeiro
(Outubro de 2006)

quinta-feira, outubro 04, 2007

Manifestando-me

Caro(a) colega,
Aceita que a/o sua/seu Escola/Faculdade/Instituto seja transformada/o em algo parecido com uma direcção-geral de um qualquer ministério?
Eu responderia: não! Não, porque as organizações fortemente hierárquicas e verticalizadas são coisa do passado; as dos nossos dias são estruturas pequenas, dotadas de altos níveis de autonomia de decisão, ágeis; a coordenação faz-se recorrendo a mecanismos que operam segundo o modelo das redes.
Repito a pergunta: aceita que a sua Escola seja transformada em algo parecido com uma direcção-geral de um ministério?

quarta-feira, outubro 03, 2007

Nothing is impossible

"If we are together nothing is impossible. If we are divided all will fail."

Winston Churchill

(citação extraída de SBANC Newsletter, October 2, Issue 490-2007, http://www.sbaer.uca.edu)

terça-feira, outubro 02, 2007

Manifestando-me

Caro(a) colega,
Se lhe perguntassem o que mais desejaria para a sua universidade, que responderia?
Eu responderia: que tivesse futuro! Isto é, que fosse uma universidade com futuro.
Repito a pergunta: o que mais deseja para a sua universidade?
------------------
Adenda datada de 07/09/05 e distribuída em primeira mão no circuito de correio electrónico da UMinho:
«Caros(as) colegas,
Já que parece ser o momento de uma tomada de posição, lamento informar que não subscrevo o manifesto divulgado sob o título em epígrafe (isto é, MANIFESTO POR UMA UNIVERSIDADE CIDADÃ), na sua actual redacção, pelo menos. As razões explicitei-as em plataforma alternativa, que não reproduzo aqui para não maçar os que nisso não estejam interessados.
Para ajudar à reflexão que importa fazer, deixo aqui, apenas, uma citação de Winston Churchill:
"If we are together nothing is impossible. If we are divided all will fail."
Cordiais cumprimentos,
J. Cadima Ribeiro»
*
Ps: a quem me leu na rede da UMinho, apresento pedido de desculpas pelos dois erros que, infelizmente, a mensagem continha, e que só detectei quando eu próprio recebi e li a mensagem.

Do relatório da EUA à exigência de uma reflexão estratégica - II

Quase um mês depois de terem sido divulgados os resultados da avaliação institucional da UMinho feita pela EUA e a cerca de 15 dias de ser desencadeado o processo conducente à implementação da lei 62/2007, entendo que faz sentido recuperar aqui as respostas que dei a um inquérito preparatório do relatório interno da dita avaliação que na altura, por Outubro de 2006, me foi endereçado.
[...].
Segue-se o segundo extracto do texto:
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«P: Em sua opinião, quais têm sido, nos últimos cinco anos, os aspectos positivos e os aspectos negativos da acção do Conselho Académico: a. Na formulação das linhas gerais de política da Universidade em matéria de desenvolvimento e planeamento da investigação científica?

R: A UMinho tem um modelo de gestão hipercentralizado na figura do seu reitor. Nem no passado, nem agora (diria: muito menos agora, que a reitoria é particularmente insegura e, por isso, fechada) o reitor delegou capacidade de decisão estratégica no CAc. Aliás, retenha-se que o reitor é, estatutariamente e de facto, o presidente do órgão. Haverá, também, que manter presente que, existindo o Senado e a Assembleia da Universidade, percebe-se mal como é que aqueles órgãos superiores da Instituição poderiam conviver com um outro órgão que lhes disputasse o seu espaço natural de intervenção, se o pudessem e pretendessem exercer.
As grandes iniciativas em matéria de planeamento da investigação cientifica na minha Escola (EEG), quando exerci as funções de presidente e, mesmo depois, ou foram tomadas a nível da Direcção da Escola ou pelas próprias unidades de investigação. Da minha vivência passada, recordo que aquele que foi o passo mais decisivo que foi dado em matéria de organização da investigação dentro da Escola confrontou-se com esperadas dificuldades no CAc, só ultrapassadas pela conjugação da determinação da Direcção da Escola e da boa vontade demonstrada pela reitoria de então.»

J. Cadima Ribeiro
(Outubro de 2006)